São Paulo, segunda-feira, 11 de julho de 2011

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Laterais perdem vocação ofensiva

COPA AMÉRICA
Presos na defesa, titulares de Mano não repetem atuações de amistosos


MARTÍN FERNANDEZ
SÉRGIO RANGEL
ENVIADOS ESPECIAIS A CÓRDOBA

Os laterais brasileiros não são mais os mesmos. Nos dois primeiros jogos na Copa América, Daniel Alves e André Santos não conseguiram exibir o repertório ofensivo que os levou à seleção.
No jogo contra o Paraguai, o canhoto André Santos tentou apenas dois cruzamentos. Pela direita, Daniel Alves produziu mais, tentou quatro lançamentos na área e só acertou uma das tentativas.
André Santos foi o único jogador a ser titular em todos os jogos da era Mano: oito amistosos e os dois oficiais, agora na Copa América.
Dos dez gols que a seleção tinha até a estreia no torneio continental, três haviam saído de passes do lateral esquerdo do Fenerbahce.
Daniel Alves também era presença constante no ataque brasileiro. Nos sete amistosos em que atuou, o jogador do Barcelona fez dois gols e deu uma assistência.
Contra Venezuela e Paraguai, os dois travaram -como o resto da seleção, aliás.
No empate em 2 a 2 contra os paraguaios, Daniel Alves ficou sobrecarregado na marcação. Foi o jogador da defesa que mais fez desarmes (18). Acabou por falhar no segundo gol do Paraguai.
E assumiu o erro: "Tenho responsabilidade para assumir as coisas que faço de errado em campo", disse o camisa 2. "Agora, temos que aceitar as críticas, levantar e não ficar lamentando."
O desempenho na seleção está abaixo do que os dois produzem em seus clubes.
Em 83 partidas pelo Fenerbahce, André Santos fez 19 gols, média alta para um jogador de defesa.
Daniel Alves é menos goleador, mas é vital ao esquema ofensivo do Barcelona. Em 56 jogos na última temporada, deu 21 assistências.
Por enquanto, nenhum dos dois tem concorrentes na seleção brasileira.
É muito improvável que Mano Menezes dê alguma chance a Maicon ou Adriano, os reservas da direita e da esquerda, respectivamente.
O jogador da Inter de Milão não esconde o descontentamento com a reserva.
Após o jogo contra o Paraguai, Maicon mostrou insatisfação no caminho entre o estádio e o ônibus. "Falar o quê? Eu não jogo", disse, ao se recusar a dar entrevista.
O Brasil enfrenta o Equador na quarta, às 21h50, na última partida da fase de grupos. A seleção precisa vencer para assegurar, sem depender de outros resultados, uma vaga nas quartas.


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