São Paulo, sexta-feira, 11 de agosto de 2000


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F-1
Piloto mais assediado pela imprensa, brasileiro já fala em título pela Ferrari
Barrichello vira estrela na Hungria

FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A BUDAPESTE

Rubens Barrichello experimentou ontem uma situação nova em sua carreira. Depois de ter vencido o GP da Alemanha, há duas semanas, em Hockenheim, o brasileiro desembarcou em Budapeste, para a disputa do GP da Hungria, com status diferente: o de concorrente pelo título da F-1.
Acompanhado da mulher, Silvana, o piloto foi de longe o mais abordado pela imprensa no paddock. Em português, italiano, inglês ou espanhol, procurou ser sempre cauteloso. Mas já mudou de postura em relação aos seus planos para o campeonato.
Pela primeira vez desde o início de 1994, um piloto brasileiro falou em conquistar o título da F-1.
"Eu luto pelo título e gostaria muito que isso acontecesse", disse. "Tenho a vontade e o espírito de ser campeão. E é por isso que eu acordo todas as manhãs pensando em fazer meu trabalho."
Há pouco mais de seis anos, quando Ayrton Senna iniciava a temporada na Williams, um brasileiro não tinha chances de ser campeão da F-1. A morte do tricampeão, porém, mudou a história da categoria e criou esse hiato.
Hoje, Barrichello está a dez pontos do líder do campeonato, Michael Schumacher, seu companheiro de equipe. Entre os dois, está a dupla da McLaren, David Coulthard e Mika Hakkinen, dois pontos atrás do alemão.
Se a matemática dá ao brasileiro a possibilidade de consagração, na prática, porém, a situação pode não ser tão favorável. Segundo piloto na hierarquia da equipe, ele pode se ver forçado a trabalhar para o título de Schumacher.
Questionado sobre como agiria se estiver liderando a prova de domingo, com o alemão atrás, Barrichello foi evasivo. "Honestamente, não sei. Provavelmente, decidiríamos pelo rádio", disse, em alusão a uma eventual facilitada para uma ultrapassagem do colega.
O brasileiro, no entanto, rebateu reportagens que foram publicadas nos últimos dias, em que o presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, determinava que ele trabalharia apenas para o título do companheiro de escuderia.
"O que tenho para dizer é que ele falou coisas diferentes para mim. Fui a uma reunião com ele, particular, numa boa", declarou. "Ele estava muito contente com minha vitória e disse que quer ver a Ferrari ganhando os dois campeonatos (Pilotos e Construtores) de qualquer jeito, independentemente de quem for o campeão."
Barrichello, por fim, pediu uma "folga" ao público brasileiro. "As pessoas não podem começar a criar uma pressão agora. Vamos com calma. Todos têm que entender que são 21 anos de luta da Ferrari pelo título e cinco anos em cima do Schumacher", completou.


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