São Paulo, quarta-feira, 11 de agosto de 2004

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FUTEBOL

Contra Figueirense, Corinthians busca dosar rápidas trocas de passes, marca registrada da gestão do treinador

Tite tenta domar "monstro" que ele criou

RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma de suas criações incomoda Tite na partida de hoje contra o Figueirense, às 21h45, em Florianópolis. O técnico quer colocar um freio nas fulminantes arrancadas do Corinthians ao ataque.
Desde que chegou ao clube, ele fez os jogadores abandonarem as lentas trocas de passes, que asseguravam a posse de bola por mais tempo. Essa maneira de jogar caracterizou a era vencedora de Carlos Alberto Parreira, que levou o time aos títulos do Rio-São Paulo e da Copa do Brasil em 2002.
Porém depois do gol de empate do Botafogo, aos 42min do segundo tempo, no último domingo, o treinador quer que seu time saiba dosar essa rapidez. A idéia é adotar o estilo implantado por Parreira nos últimos minutos do jogo, se o resultado for favorável.
"Sempre vou incentivar os avanços rápidos. Isso é modernidade. Mas em alguns momentos precisamos trocar passes para quebrar o ritmo", afirmou ele.
Tite diz ter dados estatísticos que comprovam a eficiência das jogadas rápidas. "Um time tem entre oito e nove segundos para fazer um gol depois de retomar a bola. Se demorar mais que isso, não consegue marcar", disse.
Para ele, o fato de ter atletas que recentemente saíram da equipe júnior, como Betão e Édson, faz faltar paciência para conduzir a bola. "Estamos no auge de nossa virilidade. Por isso é difícil controlar nossa vontade de atacar o adversário", declarou Betão.
Com Tite, os corintianos trocam, em média, 280,5 passes por jogo. Sob as ordens de Oswaldo de Oliveira, a média era de 335,1 bolas trocadas, segundo levantamento feito pelo Datafolha.
A paciência que exige de seus jogadores no final das partidas, em caso de vantagem no placar, Tite demonstra com Marcelo Ramos.
Ele não marca gols há três meses, mas segue como titular. Se não fizer hoje, irá completar cem dias de jejum no sábado, contra a Ponte Preta, no Pacaembu.
O jogador disse que uma de suas principais dificuldades tem sido se desvencilhar das simpatias sugeridas por parentes e amigos para acabar com o jejum.
"Já me mandaram tomar banho de sal grosso e até mudar de religião, mas não fiz nada disso", afirmou o atacante, que é católico.
Fábio Costa e Valdson, suspensos, não jogam. Rubinho e Marcelo Oliveira entram no time.
No Figueirense, o lateral André Santos e o volante Jeovânio terão de cumprir suspensão.


Colaborou a Agência Folha

NA TV - Globo, ao vivo, às 21h45, só para São Paulo



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