São Paulo, segunda-feira, 11 de agosto de 2008

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GINÁSTICA

Daiane e Jade escondem movimentos para a final

Duplo twist carpado e salto de 16,500 se tornam trunfos

DO ENVIADO A PEQUIM

Além de festejarem resultados históricos ontem, Daiane dos Santos e Jade Barbosa pouparam para as finais da ginástica artística dos Jogos Olímpicos seus movimentos mais valiosos. Por parte da gaúcha, o duplo twist carpado, movimento que leva seu nome e que a consagrou em 2003. Pela atleta carioca, um salto de nota de partida mais alta (16,500).
""Na final, vou usar tudo o que aprendi", indicou Daiane, 25.
Uma das atletas mais experientes da seleção e dona do primeiro ouro do Brasil em Mundiais, a gaúcha evitou dar detalhes sobre as alterações que fará em sua série no solo.
A intenção da brasileira é surpreender, como ontem, quando, segundo especialistas ouvidos pela Folha, Daiane lançou mão de acrobacias que não vinha exibindo nos últimos três anos, como duplo twist esticado e tsukahara estendido.
""Tenho uma semana [até a final do solo] para tentar cravar mais a chegada, que é o que eu acho que estou precisando agora, e tentar uma série mais limpa", disse Daiane, que, também presente à final por equipes, crê que o Brasil possa ficar entre os quatro primeiros, atrás só de EUA, China e Rússia.
""Dá para melhorar em relação ao que apresentamos até a final por equipes [terça à noite]", resumiu Eliane Martins, supervisora da Confederação Brasileira de Ginástica.
Além de guardar o duplo twist carpado (giro com duplo mortal para a frente, com as pernas esticadas), Daiane viu sua apresentação -em que cometeu pequenos deslizes na primeira e na última diagonal- ser alvo de polêmicas ontem.
A arbitragem apontou que a gaúcha pisou fora da linha -foi descontado 0,10 ponto em sua nota-, o que foi contestado pela ginasta e por dirigentes.
""Oleg [Ostapenko, técnico da seleção], não foi fora, não foi", gritou da tribuna Vicélia Florenzano, presidente da CBG.
Daiane citou imagens do telão. ""Deu para ver pelas imagens que não pisei fora." Ainda assim, tirou 15,275, maior nota brasileira do dia, ficando em quinto, a 0,475 de Cheng Fei (CHN), que liderou o solo.
As notas de Jade, 17, não geraram polêmica, mas ela também se preservou ontem. No aquecimento do salto, sofreu uma queda, por isso não arriscou. Baixou a nota de partida de 16,500 para menos de 16.
Com isso, evitou falhas.
Na média dos dois saltos, somou 15,050, avançando em sétimo lugar, a 0,862 de Cheng, que também dominou o salto.
A chinesa ainda ajudou sua equipe a fechar o dia à frente dos EUA. O país anfitrião somou 248,275 pontos, contra 246,800 das norte-americanas, que viram Shawn Johnson se classificar em primeiro lugar no individual geral, com 62,725 pontos. (EDUARDO OHATA)


Colaborou CRISTIANO CIPRIANO POMBO, da Reportagem Local

59,500 PONTOS
obteve Jade Barbosa no individual geral (soma de todos os aparelhos), que lhe rendeu o 12º posto. Ela ficou 0,950 abaixo de seu escore no Mundial de Stuttgart-07, quando foi bronze. "Estou muito feliz", foi sua única frase após o evento, em que chorou muito -levou até lencinho à área de prova.

16
anos, 3 meses e 16 dias é a idade da curitibana Ethiene Franco, a mais nova do grupo, que, em seu primeiro ano em torneios adultos, abriu as séries para as brasileiras em todos os aparelhos. "Um erro da primeira atleta afeta todas as outras. Escolhemos Ethiene por ser segura", diz Eliane Martins, da CBG.


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