São Paulo, quarta-feira, 11 de agosto de 2010

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RARA ESTREIA

Contra os EUA, time de Mano Menezes convence como poucos no primeiro jogo de um técnico com a seleção

EUA 0

Brasil 2
Neymar, aos 28min, e Alexandre Pato, aos 46min do 1º tempo

Jeff Zelevansky/Getty Images/France Presse
Pato comemora seu gol, o 2º do Brasil no New Meadowlands

CRISTINA FIBE
PAULO COBOS

ENVIADOS ESPECIAIS A NOVA JERSEY

Na história recente da seleção brasileira, a missão de cada treinador após a estreia de cada um no cargo era fazer o time sair da mediocridade da primeira partida. A tarefa de Mano Menezes será evitar o excesso de euforia.
Com um primeiro tempo sublime, e uma formação com três atacantes e Paulo Henrique Ganso como maestro no meio-campo, o Brasil venceu ontem, em Nova Jersey, a razoavelmente forte equipe dos EUA por 2 a 0.
Um cartão de visitas raro para um treinador estreante. Luiz Felipe Scolari começou perdendo para o Uruguai. Carlos Alberto Parreira apenas empatou com a fraca China, assim como Dunga diante da mediana Noruega.
A camisa não pesou para os estreantes. Remanescentes da Copa, como Ramires e Robinho, brilharam. Resgatados por Mano, como o lateral André Santos, tiveram participações decisivas.
A falta de entrosamento não evitou que o time esbanjasse eficiência na troca de passes. Foram, segundo o Datafolha, mais de 600 passes e aproveitamento de 93%, números bem acima dos vistos na Copa de 2010.
Nada de esperar o rival na defesa, recuperar a bola e partir para o contra-ataque, as marcas dos quase quatro anos da gestão Dunga.
Em Nova Jersey, Robinho dava passes açucarados para os companheiros. E foi o novo capitão da seleção que iniciou a jogada do primeiro gol da gestão do técnico gaúcho.
Aos 28min, ele tocou para André Santos. O lateral cruzou para Neymar, de cabeça, marcar, repetindo assim Pelé, que também balançou as redes na sua estreia com a camisa amarela. Na comemoração, um repeteco das coreografias nos tentos do Santos.
O segundo gol foi de matar de inveja até a Espanha, que ganhou a Copa com um toque de bola preciso, mas falhando nas finalizações. Nos acréscimos do primeiro tempo, Ramires lançou Alexandre Pato. O atacante do Milan driblou o goleiro e fez 2 a 0.
No segundo tempo, aos 8min, Robinho acertou a trave. A partir dos 14min, com a entrada de Hernanes na vaga de Ramires, Mano começou a desconfigurar o time titular. Só que, ao contrário da época de Dunga, quando os reservas não mantinham o nível, o Brasil prosseguia bem.
Os gritos de "olé" apareceram, e Ganso, antes de aplicar um elástico em um rival, acertou a trave. "Foi uma vitória com a cara da seleção brasileira", falou o meia.
O único estreante sem motivo para festejar foi o meia Ederson. Segundos após substituir Neymar, sentiu uma lesão e deixou o campo.
Não foi impedimento para fazer da estreia de Mano a melhor de um treinador da seleção em duas décadas.

ANTES
Mano escala três atacantes, dois laterais ofensivos e volantes habilidosos. Os EUA mudam bem a base do time que disputou a Copa

DURANTE
A aposta do novo treinador do time nacional dá certo. O Brasil esbanja categoria na troca de passes e domina o adversário

DEPOIS
Não fossem erros de finalização, o Brasil venceria os EUA pelo maior placar na história (nunca ganhou por mais de 3 gols de diferença)


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