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Seleção faz o mínimo para liderar eliminatória de gols
Com ajuda de juiz, astros de Parreira obtêm placar magro em competição superofensiva
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A MANAUS
Nas eliminatórias sul-americanas dos gols, o Brasil marcou só
um contra o Equador ontem.
A vitória de 1 a 0 em Manaus
deixou o time na liderança da disputa, fato que não aconteceu em
nenhuma das 18 rodadas das eliminatórias passadas, mas deixou
também os torcedores frustrados.
Os equatorianos ainda foram
prejudicados, pois o lateral-esquerdo Reasco sofreu pênalti que
não foi marcado pelo juiz venezuelano Luis Vladimir Solórzano.
Os seis pontos na tabela não evitaram as primeiras vaias recebidas pela equipe nacional em sua
caminhada rumo à Copa de 2006.
Ontem, foi apenas a primeira
partida da seleção em casa. O Brasil, que sofreu críticas e apupos
em quase todos os seus jogos como mandante na corrida para o
Mundial de 2002, receberá os adversários mais oito vezes ainda.
Foram 35 gols em dez jogos até
agora nas eliminatórias sul-americanas, que registram a ótima
média de 3,5 gols por jogo -as
eliminatórias anteriores tiveram
média de 2,5 gols por jogo, e as
atuais eliminatórias da Eurocopa
têm 2,7 gols por partida.
O Brasil, porém, não contribuiu
muito para os gols na América do
Sul. Se a equipe é a única que venceu seus dois jogos, também é
uma das que menos marcaram
-foram apenas três gols. Uruguai, Peru, Paraguai e Bolívia já
deram goleadas. Só Venezuela e
Colômbia fizeram menos gols que
a seleção brasileira no torneio.
O jogo de ontem em Manaus,
que começou tão festivo, foi o que
teve menos gols nas eliminatórias.
A média de 1,5 gol por jogo da
seleção brasileira na competição
reflete bem o estilo do técnico
Carlos Alberto Parreira. Antes do
início do qualificatório para a Copa, seu time já havia marcado
poucos gols -algumas partidas
foram sofríveis, como as contra
China e México, ambas 0 a 0.
Nem mesmo usando ontem
uma formação 100% estrangeira,
algo novo em jogo de eliminatórias ou de Copa, o Brasil conseguiu deslanchar ofensivamente.
Foram poucos lances de perigo.
A entrada de Kaká no segundo
tempo acendeu um pouco a partida e a torcida, mas não teve o
mesmo efeito que no primeiro jogo da seleção, contra a Colômbia
-na ocasião, ele fez um golaço
em seu primeiro toque na bola.
A expectativa pela entrada de
Ronaldinho no time era grande e,
inicialmente, foi correspondida
com o gol do jogador do Barcelona. Porém ele foi um dos atletas
substituídos no segundo tempo,
prova de quem nem ele agradou.
Os equatorianos, que conseguiram apenas uma vitória na história contra o Brasil -no jogo passado entre os times, por 1 a 0-,
equilibraram as ações em vários
momentos. O esquema tático armado pelo técnico Hernán Dario
Gómez, que não pôde contar com
seu mais famoso jogador, Aguinaga, deu certo e pôs em dificuldade os campeões mundiais.
Algumas das principais estrelas
do Brasil tiveram atuação apagada. Mais especialmente Ronaldo,
que tanto brilhou em Barranquilla e que tanto tem falado em alcançar Pelé, foi uma decepção.
""Eu quase não ouvi as vaias. O
time não teve uma atuação brilhante, mas foi bom", disse Parreira após o suado 1 a 0 ontem.
O treinador entrou de fato para
a história da seleção brasileira ao
conquistar a Copa de 1994, nos
EUA, após um 0 a 0 e uma disputa
de pênaltis contra a Itália.
As eliminatórias sul-americanas surpreendem com seus 5 a 0, 4
a 1, 4 a 0. E o Brasil surpreende por
estar na contramão dos gols.
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