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Feliz, Corinthians diz que sorte salvou o São Paulo
Em êxtase, treinador e atletas lamentam chances de gol perdidas no clássico
"Ficou barato para eles", disparou o meia Rosinei. Para Leão, é necessário comemorar "o espírito" demonstrado em campo
DA REPORTAGEM LOCAL
Um empate heróico, obtido
com dois jogadores a menos e
contra o líder do campeonato.
Só isso já seria suficiente para
que qualquer time ficasse satisfeito. Menos o Corinthians.
Acabado o jogo e passada a
emoção por ter segurado um 0
a 0 mais na base da vontade do
que da técnica, jogadores e treinador corintianos se deram ao
luxo até de ter desejado melhor
sorte no clássico.
Os atletas, enquanto vibravam ainda em campo e eram
aplaudidos pela torcida, se
queixavam do desperdício de
chances de gol. "Nós conseguimos esse resultado, mas sabendo que podíamos ter ganho o
jogo. Infelizmente não conseguimos fazer um gol", lamentou o goleiro Marcelo, dando o
tom dos pós-jogo corintiano,
como o time fosse quem tivera
ficado com jogadores a mais em
campo, e não o rival.
O volante Rosinei foi ainda
mais incisivo do que o companheiro. O jogador, que entrou
no segundo tempo e praticamente era a única opção para
saídas ofensivas de sua equipe,
reivindicou o triunfo no Morumbi. "Merecíamos a vitória.
Ficou barato para eles."
A mesma impressão teve o
treinador do Corinthians.
Emerson Leão passou quase
toda a entrevista que concedeu
nos vestiários pontuando suas
impressões com a frase: "Eles
deram sorte."
"Porque tivemos uma chance
real no fim do primeiro tempo e
outra no fim do segundo. Com
todos os problemas, eu acho
que o São Paulo deu sorte. Sabíamos que íamos atacar muito
pouco. Só com erros deles. O erro deles aconteceu, mas nós
não aproveitamos", explicou o
treinador, que no entanto não
quis celebrar o empate no clássico como um triunfo.
"Nós não podemos comemorar como vitória. Mas temos
que comemorar o espírito. Talvez um jogo assim reforce mais
o grupo do que uma vitória, que
pode ser enganosa."
Rafael Moura, atacante que
teve e desperdiçou as chances
citadas por Leão, se defendeu.
"O mérito foi do Rogério."
Mas, se a vitória, considerada
mais do que merecida pelos corintianos não veio, o clima nos
vestiários era compatível com
momentos de glória de uma
equipe de futebol.
Os corredores que davam
acesso aos vestiários usados pela equipe visitante estavam recheados de cartolas e torcedores sorridentes, satisfeitos com
o espírito demonstrado pelos
atletas. Os jogadores, também
sorridentes, não se negavam a
parar para posar para fotografias com fãs, ou mesmo para
atender aos repórteres.
Leão até aproveitou o clima,
e o resultado heróico, para elogiar a preparação física do time
-o responsável por ela é seu sobrinho Fernando Leão, que ao
fim da passagem no Palmeiras
fora considerado o grande responsável pela má fase do time.
"Nosso preparo físico está
muito bom. Só por isso é que
nós agüentamos", declarou o
treinador do Corinthians.
(PAULO GALDIERI E TONI ASSIS)
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