São Paulo, segunda-feira, 11 de setembro de 2006

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Feliz, Corinthians diz que sorte salvou o São Paulo

Em êxtase, treinador e atletas lamentam chances de gol perdidas no clássico

"Ficou barato para eles", disparou o meia Rosinei. Para Leão, é necessário comemorar "o espírito" demonstrado em campo

DA REPORTAGEM LOCAL

Um empate heróico, obtido com dois jogadores a menos e contra o líder do campeonato. Só isso já seria suficiente para que qualquer time ficasse satisfeito. Menos o Corinthians.
Acabado o jogo e passada a emoção por ter segurado um 0 a 0 mais na base da vontade do que da técnica, jogadores e treinador corintianos se deram ao luxo até de ter desejado melhor sorte no clássico.
Os atletas, enquanto vibravam ainda em campo e eram aplaudidos pela torcida, se queixavam do desperdício de chances de gol. "Nós conseguimos esse resultado, mas sabendo que podíamos ter ganho o jogo. Infelizmente não conseguimos fazer um gol", lamentou o goleiro Marcelo, dando o tom dos pós-jogo corintiano, como o time fosse quem tivera ficado com jogadores a mais em campo, e não o rival.
O volante Rosinei foi ainda mais incisivo do que o companheiro. O jogador, que entrou no segundo tempo e praticamente era a única opção para saídas ofensivas de sua equipe, reivindicou o triunfo no Morumbi. "Merecíamos a vitória. Ficou barato para eles."
A mesma impressão teve o treinador do Corinthians. Emerson Leão passou quase toda a entrevista que concedeu nos vestiários pontuando suas impressões com a frase: "Eles deram sorte."
"Porque tivemos uma chance real no fim do primeiro tempo e outra no fim do segundo. Com todos os problemas, eu acho que o São Paulo deu sorte. Sabíamos que íamos atacar muito pouco. Só com erros deles. O erro deles aconteceu, mas nós não aproveitamos", explicou o treinador, que no entanto não quis celebrar o empate no clássico como um triunfo.
"Nós não podemos comemorar como vitória. Mas temos que comemorar o espírito. Talvez um jogo assim reforce mais o grupo do que uma vitória, que pode ser enganosa."
Rafael Moura, atacante que teve e desperdiçou as chances citadas por Leão, se defendeu. "O mérito foi do Rogério."
Mas, se a vitória, considerada mais do que merecida pelos corintianos não veio, o clima nos vestiários era compatível com momentos de glória de uma equipe de futebol.
Os corredores que davam acesso aos vestiários usados pela equipe visitante estavam recheados de cartolas e torcedores sorridentes, satisfeitos com o espírito demonstrado pelos atletas. Os jogadores, também sorridentes, não se negavam a parar para posar para fotografias com fãs, ou mesmo para atender aos repórteres.
Leão até aproveitou o clima, e o resultado heróico, para elogiar a preparação física do time -o responsável por ela é seu sobrinho Fernando Leão, que ao fim da passagem no Palmeiras fora considerado o grande responsável pela má fase do time.
"Nosso preparo físico está muito bom. Só por isso é que nós agüentamos", declarou o treinador do Corinthians. (PAULO GALDIERI E TONI ASSIS)


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