São Paulo, segunda-feira, 11 de setembro de 2006

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Heróico, Corinthians resiste e festeja

Time supera a expulsão de dois jogadores em 25 minutos, segura o rival São Paulo e faz a torcida exaltar raça no empate

São Paulo 0

Corinthians 0

PAULO GALDIERI
TONI ASSIS

DA REPORTAGEM LOCAL

Um empate com sabor de vitória. E vitória épica. Mesmo sem conseguir bater o São Paulo ontem no Morumbi, postergando um tabu que já dura três anos, os torcedores corintianos saíram ontem do estádio com a alma lavada.
Na estréia de Amoroso, Magrão e César, o 0 a 0 foi conquistado de forma dramática. O time de Leão ficou com dez homens desde os 5min do primeiro tempo com César expulso. Perdeu Eduardo Ratinho, por cartão vermelho, aos 25min do primeiro tempo, e, com nove em campo, segurou o São Paulo com a raça tão estimada pela torcida corintiana.
O resultado glorificou Leão e seus comandados junto ao público. Já o técnico Muricy Ramalho vê o seu trabalho ruir numa semana mais do que decisiva. Na quinta-feira, o time enfrenta o Boca Juniors pelo título da Recopa. E os argentinos precisam de um empate.
Ao final do clássico, o resultado do que aconteceu em campo. Enquanto os são-paulinos deixaram o campo rapidamente, os corintianos foram saudar os torcedores. "A torcida foi o décimo jogador quando estávamos com nove. Poderia jogar mais 40 minutos. A bola não ia entrar", disse Marcelo Mattos
"O principal de tudo foi esse resultado. Ouvi muita coisa por jogar no Corinthians agora. Foi um presente", disse o ex-palmeirense Magrão.
A expectativa criada no clássico foi quebrada logo aos 5min. Num lance infantil no campo de ataque, o lateral-esquerdo César chutou Souza sem bola. Foi expulso.
Com dez homens em campo, o Corinthians teve de se desfazer do meia Roger para resguardar a defesa com Gustavo Nery. Mesmo inferiorizado, a equipe de Leão manteve a partida equilibrada, aumentando a pegada no meio para inibir as ações são-paulinas.
O excesso de cautela do time do Morumbi tornou o confronto truncado, com poucos lances de perigo. Mas, se o torcedor corintiano estava temeroso pela desvantagem numérica em campo, aos 25min, numa entrada dura de Eduardo Ratinho em Thiago, o panorama piorou.
Com o lateral expulso, o Corinthians passou a ter nove em campo. Magrão discutiu asperamente com o juiz Heber Roberto Lopes e levou amarelo. O técnico Emerson Leão invadiu o campo para conter os seus atletas e evitar mais cartões.
A partir daí, o clássico perdeu a sua competitividade e passou a ser um ataque contra defesa de luxo. Amoroso virou zagueiro. O Corinthians concentrou seus jogadores em seu campo de defesa. O mais adiantado era Rafael Moura, que não chegava nem mesmo ao círculo central.
Muricy mexeu no time, sacou Souza para a entrada do atacante Tadeu e recuou Leandro, mas a medida teve pouco efeito prático. O Corinthians se defendia do jeito que dava, e, no final, teve a melhor chance do primeiro tempo. Rafael Moura entrou livre na área e tocou para Rogério espalmar quando Gustavo Nery chegava livre.
Entre os corintianos, o empate era um resultado vindo dos céus. "Vamos defender até o fim", afirmou Amoroso.
Foi o que ocorreu. Rafael Moura teve até chance de colocar os alvinegros em vantagem, mas perdeu o gol no fim. Ninguém reclamou. O 0 a 0 foi comemorado como um triunfo.


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