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Heróico, Corinthians resiste e festeja
Time supera a expulsão de dois jogadores em 25 minutos, segura o rival São Paulo e faz a torcida exaltar raça no empate
São Paulo 0
Corinthians 0
PAULO GALDIERI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Um empate com sabor de vitória. E vitória épica. Mesmo
sem conseguir bater o São Paulo ontem no Morumbi, postergando um tabu que já dura três
anos, os torcedores corintianos
saíram ontem do estádio com a
alma lavada.
Na estréia de Amoroso, Magrão e César, o 0 a 0 foi conquistado de forma dramática. O time de Leão ficou com dez homens desde os 5min do primeiro tempo com César expulso.
Perdeu Eduardo Ratinho, por
cartão vermelho, aos 25min do
primeiro tempo, e, com nove
em campo, segurou o São Paulo
com a raça tão estimada pela
torcida corintiana.
O resultado glorificou Leão e
seus comandados junto ao público. Já o técnico Muricy Ramalho vê o seu trabalho ruir
numa semana mais do que decisiva. Na quinta-feira, o time
enfrenta o Boca Juniors pelo título da Recopa. E os argentinos
precisam de um empate.
Ao final do clássico, o resultado do que aconteceu em campo. Enquanto os são-paulinos
deixaram o campo rapidamente, os corintianos foram saudar
os torcedores. "A torcida foi o
décimo jogador quando estávamos com nove. Poderia jogar
mais 40 minutos. A bola não ia
entrar", disse Marcelo Mattos
"O principal de tudo foi esse
resultado. Ouvi muita coisa por
jogar no Corinthians agora. Foi
um presente", disse o ex-palmeirense Magrão.
A expectativa criada no clássico foi quebrada logo aos
5min. Num lance infantil no
campo de ataque, o lateral-esquerdo César chutou Souza
sem bola. Foi expulso.
Com dez homens em campo,
o Corinthians teve de se desfazer do meia Roger para resguardar a defesa com Gustavo
Nery. Mesmo inferiorizado, a
equipe de Leão manteve a partida equilibrada, aumentando a
pegada no meio para inibir as
ações são-paulinas.
O excesso de cautela do time
do Morumbi tornou o confronto truncado, com poucos lances
de perigo. Mas, se o torcedor
corintiano estava temeroso pela desvantagem numérica em
campo, aos 25min, numa entrada dura de Eduardo Ratinho
em Thiago, o panorama piorou.
Com o lateral expulso, o Corinthians passou a ter nove em
campo. Magrão discutiu asperamente com o juiz Heber Roberto Lopes e levou amarelo. O
técnico Emerson Leão invadiu
o campo para conter os seus
atletas e evitar mais cartões.
A partir daí, o clássico perdeu
a sua competitividade e passou
a ser um ataque contra defesa
de luxo. Amoroso virou zagueiro. O Corinthians concentrou
seus jogadores em seu campo
de defesa. O mais adiantado era
Rafael Moura, que não chegava
nem mesmo ao círculo central.
Muricy mexeu no time, sacou Souza para a entrada do
atacante Tadeu e recuou Leandro, mas a medida teve pouco
efeito prático. O Corinthians se
defendia do jeito que dava, e, no
final, teve a melhor chance do
primeiro tempo. Rafael Moura
entrou livre na área e tocou para Rogério espalmar quando
Gustavo Nery chegava livre.
Entre os corintianos, o empate era um resultado vindo
dos céus. "Vamos defender até
o fim", afirmou Amoroso.
Foi o que ocorreu. Rafael
Moura teve até chance de colocar os alvinegros em vantagem,
mas perdeu o gol no fim. Ninguém reclamou. O 0 a 0 foi comemorado como um triunfo.
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