São Paulo, segunda-feira, 11 de setembro de 2006

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Vitória põe hepta na luta por outro título

Estratégia da Ferrari faz diferença de Alonso para Schumacher ir a 2 pontos

Depois de punição antes da corrida, espanhol vê motor de sua Renault estourar e novato polonês subir ao pódio pela primeira vez

DO ENVIADO A MONZA

No dia do anúncio da despedida, uma vitória à la Schumacher. Conquistada na estratégia dos boxes. Com folga na linha de chegada. E entremeada por polêmicas e acusações de seus principais adversários.
Mais: uma vitória com cheiro de título, que colocou o alemão definitivamente na luta pelo octacampeonato. Havia sete GPs, a vantagem de Fernando Alonso na ponta do Mundial era de 25 pontos. Com o resultado de ontem, é de apenas 2.
Coincidência ou não, o ponto de virada do campeonato foi Indianápolis, onde Schumacher disse ter tomado a decisão de parar. Até então, em nove provas, Alonso tinha seis vitórias, contra duas do ferrarista. De lá para cá foram seis corridas: quatro triunfos do piloto alemão e nenhum do espanhol.
Se os dois adversários mantiverem o ritmo na próxima etapa, Schumacher sairá da China, no dia 1º de outubro, com a liderança do Mundial, algo que ele não saboreia desde 2004.
Para a Renault, porém, há muito mais na derrocada do que azar, má fase ou mérito dos rivais. A escuderia acusa a FIA de manipular o campeonato para dar o título ao alemão. "Decidiram que Michael será campeão. Comparado à F-1, o escândalo no futebol italiano me faz rir", afirmou Flavio Briatore, diretor da equipe franco-inglesa, antes da prova.
Alonso foi duro. "Não considero mais a F-1 um esporte."
O motivo da ira, a punição imposta ao espanhol anteontem: perdeu cinco posições no grid porque os comissários do GP consideraram que ele atrapalhou volta lançada de Massa.
A bronca perdeu um pouco de sentido após a prova. Alonso abandonou na 44ª volta com o motor estourado, quando era o terceiro. Segundo a equipe, o propulsor estouraria mesmo se ele fosse o líder -não foi culpa do tráfego pesado que encarou.
Segundo no grid, Schumacher viu o pole, Kimi Raikkonen, manter a ponta, mas não se abalou. Manteve um distância segura do finlandês, na casa de 1s5, e deu o bote na primeira das duas janelas de pit stops.
O piloto da McLaren entrou nos boxes na 15ª volta. Schumacher aproveitou a pista livre para acelerar e, na 17ª, entrou para trocar pneus e reabastecer. Voltou à pista já na frente.
Com as primeiras posições fechadas, o show coube a Alonso e Robert Kubica. Saindo em décimo, o espanhol chegou à zona de pódio na 42ª volta, mas logo depois uma nuvem de fumaça denunciou o abandono.
Bom para Schumacher, ruim para Massa. O brasileiro, que era o quinto, pegou óleo do rival no asfalto e foi parar na área de escape, danificando os pneus. Teve de ir para os boxes e terminou só em nono, sem pontos.
Kubica seria o grande nome do dia não fosse o anúncio ferrarista. Em seu terceiro GP, foi de sexto para terceiro na largada. Defendeu-se de Massa e Alonso e fez o primeiro pódio polonês na F-1. Como que para mostrar que existe vida pós-Schumacher. (FÁBIO SEIXAS)


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