|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Corinthians prepara estatuto "anti-Dualib"
Diretrizes de novo documento evitarão que dirigentes se perpetuem no poder
Texto afirma que próximo presidente cumprirá mandato tampão, sem reeleição e que "conselheiro biônico" será extinto
EDUARDO ARRUDA
EDUARDO OHATA
DA REPORTAGEM LOCAL
A comissão formada por conselheiros do Corinthians prepara uma alteração estatutária
para evitar o surgimento de um
novo Alberto Dualib, que ficou
no poder durante 14 anos e foi
afastado, suspeito de ter cometido irregularidades em sua
gestão e é réu em processo na
Justiça por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
O novo estatuto, que deve ser
submetido à apreciação do
Conselho Deliberativo até o final deste ano, prevê apenas um
mandato para o próximo presidente, sem direito a reeleição.
A partir de 1944, o clube, que
fez 97 anos no último dia 1º, foi
conduzido por apenas quatro
presidentes durante 52 anos.
Dualib comandou o Parque
São Jorge entre 1993 e 2007.
Vicente Matheus acumulou 15
anos no cargo (1959 a 1961,
1972 a 1981 e 1987 a 1991).
Durante outros 13 anos, Alfredo Ignácio Trindade reinou
no clube (1944 a 1946, 1948 a
1959). Outro cardeal corintiano, Wadih Helu, com influência até hoje nas decisões do clube, dirigiu o alvinegro por 10
anos (1961 a 1971).
"O formato do novo estatuto
serve para evitar a situação
atual, na qual um dirigente se
perpetua no poder", apontou
Alexandre Husni, presidente
da comissão do novo estatuto.
""Se o Dualib sair, quem o
substituir ficará no cargo até o
fim do mandato atual, até o final de 2008. Será um mandato
tampão. E ele não poderá se
reeleger. A gestão desse presidente servirá para devolver de
alguma forma a estabilidade ao
clube, mas só isso", explicou.
A impossibilidade de reeleição até no mandato tampão, sugerida pela comissão, já gera
discussão entre os conselheiros. Isso afugentaria os prováveis candidatos, que não concorreriam para ficar apenas um
ano, ou até menos, no cargo.
Husni acrescenta que, segundo o estatuto atualmente em vigor no clube, no caso de a presidência ficar vaga, o novo presidente será eleito pelo Conselho, a não ser que faltem seis
meses para uma nova eleição.
Nesse cenário, assumiriam os
vices atuais -hoje o presidente
em exercício é Clodomil Orsi.
Assim como ocorre hoje, o
presidente terá direito a um
mandato de três anos. Um outro sustentáculo de Dualib no
poder, a indicação de cem conselheiros, também será extinta.
O quadro é composto por
cerca de 400 conselheiros
-200 vitalícios e 200 quadrienais, sendo metade deles indicados pelo presidente. Pelo novo estatuto, 50% dos conselheiros serão eleitos pelos sócios.
Antes, a chapa vencedora fazia todas as cadeiras no Conselho. Agora, as nomeações serão
proporcionais à porcentagem
obtida na votação. Ou seja, se
uma chapa receber 60% dos votos, fará 60% das cadeiras.
Os conselheiros com mandato provisório também não ficarão quatro anos no cargo, mas
três, assim como a diretoria.
Texto Anterior: Futebol: Sul-americanos jogam de olho na Copa-2010 Próximo Texto: Misto: Time tem vários desfalques Índice
|