São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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vôo de galinha

Brasil empaca e decepciona no Rio

Depois de bater Chile fora de casa, time não consegue criar contra o lanterna das eliminatórias e sai com empate frustrante

Aplaudida pela torcida carioca, que compareceu em pequeno número à partida no Engenhão, Bolívia festeja 0 a 0 como se fosse um título


Ricardo Nogueira/Folha Imagem
Com Dunga ao fundo, Ronaldinho deixa o campo do Engenhão após ser substituído por Nilmar


PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

SÉRGIO RANGEL
SÉRGIO TORRES

DA SUCURSAL DO RIO

Na seleção brasileira de Dunga, a regra é o futebol ruim, como ontem, no inacreditável empate sem gols contra a frágil Bolívia, no Engenhão.
O resultado manteve o time nacional em segundo lugar nas eliminatórias (poderia perder um posto em caso de vitória da Argentina contra o Peru, depois do fechamento desta edição). Mas também mostrou que o brilhareco da vitória sobre o Chile por 3 a 0, no último domingo, é uma exceção nos dias atuais e que o emprego do técnico segue em risco.
E, principalmente, manteve a torcida nacional em rota de colisão com o treinador, há mais de dois anos no cargo.
Contra um rival que até então tinha uma derrota por 3 a 1, diante do Equador, como melhor resultado nas eliminatórias em quatro jogos na condição de visitante, o Brasil não conseguiu balançar as redes mesmo jogando com um homem a mais por quase todo o segundo tempo.
Os cariocas chamaram o técnico gaúcho de burro e, assim como fizeram os mineiros no empate contra a Argentina, cantaram "adeus, Dunga".
O Brasil só criou chances reais de gol nos acréscimos do segundo tempo, quando o rival estava exausto. Quase nada trabalhou o goleiro Arias. Até a metade da etapa inicial, a Bolívia teve chances melhores.
Não demorou para o público, ainda que pequeno, perder a paciência. Aos 30min, vaias generalizadas. Aos 36min, ironia com pedidos pelo atacante flamenguista Obina. Na saída para o intervalo, palavrões.
O segundo tempo começou da mesma forma modorrenta. Então o juiz equatoriano Alfredo Intriago deu uma força para o time de Dunga ao expulsar o zagueiro Garcia após uma entrada forte em Robinho.
Mas a vantagem de um jogador a mais ainda não foi suficiente. O Brasil errava passes, desde os mais básicos. Aos 16min, Dunga fez a primeira mudança, colocando Júlio Baptista na vaga de Lucas -foi a primeira vez na noite que ouviu o coro de "burro".
Também sobrou para Ronaldinho. Quando deu lugar a Nilmar, aos 31min, ele também foi vaiado e xingado.
Perto do final, mais ironia, quando as raras incursões da Bolívia eram aplaudidas e a troca de passes dos visitantes saudadas aos gritos de "olé".
O último protesto não teve um só alvo. Os jogadores acabaram a partida ouvindo "time sem vergonha". Os bolivianos, que comemoraram o empate como se fosse um título, saudaram a torcida após o jogo.
A seleção volta a jogar pelas eliminatórias no próximo mês, quando pega a Venezuela fora de casa e recebe a Colômbia.
Os quatro melhores sul-americanos garantem vaga na Copa de 2010. O quinto disputa uma repescagem contra um rival da Concacaf.


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