São Paulo, quinta-feira, 11 de setembro de 2008

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"Em casa", Massa vira o nº 1 dos italianos

Brasileiro ganha simpatia em Monza e diz que GP da Itália é corrida especial

Pela primeira vez piloto da Ferrari chega à prova com chances de ser campeão da F-1 e já rouba as atenções da imprensa e da torcida


TATIANA CUNHA
ENVIADA ESPECIAL A MONZA

Se já nutriam uma boa dose de simpatia pelo brasileiro Felipe Massa, os italianos parecem ter adotado de vez o piloto depois do GP da Bélgica de F-1, no domingo passado.
A cinco etapas do encerramento do Mundial, o ferrarista tem dois pontos a menos do que Lewis Hamilton, o líder do campeonato. Robert Kubica, da BMW, e o outro piloto da Ferrari, Kimi Raikkonen, 18 e 19 pontos de desvantagem para Hamilton, respectivamente, já não dependem só de seus resultados para ficarem com o título.
Esta é, portanto, a primeira vez que Massa chega a um GP da Itália com uma possibilidade tão grande de ser campeão -Monza receberá a 14ª etapa da F-1 no domingo, às 9h.
Em 2006, seu primeiro ano como piloto da escuderia italiana, o brasileiro nem sequer estava na disputa pelo título, restrita a seu companheiro, Michael Schumacher, e a Fernando Alonso, da Renault.
No ano passado, apesar de ser o ferrarista mais bem colocado ao desembarcar em Monza, tinha apenas um ponto de vantagem para Raikkonen. E, na tabela, Massa ocupava o terceiro posto, com uma desvantagem de 15 pontos para o então líder, o mesmo Hamilton.
O "efeito Massa" já começou a ser sentido e será testado de vez a partir de hoje, quando os pilotos dão as caras no autódromo italiano pela primeira vez, e os "tifosi" têm a oportunidade de visitar o circuito ainda sem ter de pagar ingresso.
De acordo com os organizadores do GP da Itália, ainda há entradas para a corrida de domingo, mas as vendas estão melhores do que no ano passado. Segundo eles, há a expectativa de que o recorde de público no Autódromo Nacional de Monza, que é de 160.532 torcedores nos três dias de evento da temporada de 2000, possa ser quebrado neste ano.
É por esse motivo que Massa deve ter um fim de semana bastante agitado, com uma série de compromissos com patrocinadores e fãs. Hoje, foi convocado pela Federação Internacional de Automobilismo para a entrevista coletiva obrigatória.
A maratona já teve início ontem, quando Massa participou de um "videochat" promovido pela "Gazzetta dello Sport", principal jornal esportivo da Itália, que, desde domingo, quando o ferrarista herdou a vitória de Hamilton em Spa-Francorchamps, encampou a torcida por ele.
"Monza é uma das minhas corridas em casa. É muito especial para mim e mais ainda para a Ferrari", afirmou Massa, em italiano fluente, mais um dos motivos para torcedores e jornalistas gostarem do piloto brasileiro. Raikkonen, por exemplo, em seu segundo ano no time de Maranello, nunca fez questão aprender a língua.
"Já ganhei campeonatos brasileiros, italianos e europeus. Hoje tenho mais chances de lutar pelo título mundial, tenho mais pontos e estou na disputa como nunca estive antes", disse o vice-líder do campeonato.
Sobre a manobra que causou a punição a Hamilton no domingo passado, na Bélgica, o brasileiro voltou a declarar que o piloto da McLaren errou ao cortar a chicane para ultrapassar Raikkonen.
"É verdade que ultrapassagens são a coisa mais legal das corridas, mas existem ultrapassagens e ultrapassagens. Essa foi uma em que a regra diz que o Lewis levou vantagem", falou. "Ele não podia ter sido um pouco mais paciente e esperado outra curva?", questionou.


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