São Paulo, sexta-feira, 11 de setembro de 2009

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Morumbi admite injetar verba pública

Novo projeto prevê construção de edifício anexo, e comitê paulista afirma que espaço pode ser viabilizado pelo governo

Proposta original para o estádio, enviada à Fifa em fevereiro, previa a utilização de dinheiro do governo só em obras de infraestrutura

CAROLINA ARAÚJO
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo projeto do Morumbi para a Copa de 2014 não descarta a utilização de dinheiro público para adequar o entorno do estádio às exigências da Fifa.
Apresentada à entidade no último dia 4, a nova proposta prevê a construção de um edifício comercial, com garagem, anexo à arena e com área de 50.000 m2, em frente à praça Roberto Gomes Pedrosa.
A construção é apresentada como saída para uma das exigências Fifa: um espaço de 85.000 m2 no entorno do Morumbi para abrigar espaços para patrocinadores, autoridades, meios de comunicação e VIPs.
De acordo com o novo projeto, o prédio, com quatro pavimentos, reunirá estacionamento para 1.200 veículos, vestiários, zona mista, espaços VIP e escritórios da entidade.
Para viabilizar o edifício, os andares de garagem serão construídos e explorados pela iniciativa privada, segundo o comitê de São Paulo para a Copa. A área comercial, nos dois últimos pavimentos, poderá ser erguida pelo setor público.
"A urbanização da praça ficará a cargo da prefeitura e será um legado da Copa. A parte comercial do prédio também pode ser feita pelo governo ou por uma PPP (Parceria Público- -Privada). Estamos discutindo isso, mas vamos esperar a aprovação do projeto na Fifa antes de tomarmos uma decisão", disse Caio de Carvalho, coordenador do comitê de São Paulo.
Alvo de críticas, o projeto original do Morumbi, enviado à Fifa em fevereiro, previa que só haveria emprego de dinheiro público em obras de infraestrutura, não em instalações para adequar o estádio à Copa.
No início desta semana, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirmou considerar inviável que o estádio são-paulino seja palco de partidas de destaque no Mundial, devido à falta de espaço em seu entorno.
Mas, segundo Adalberto Baptista, diretor de marketing do São Paulo, a nova proposta para o Morumbi atinge as metas da entidade e oferece a área exigida para patrocinadores, convidados e imprensa.
"Antes, era uma espécie de maquiagem, sem mexer tanto na estrutura. Agora apresentamos novas construções, com tudo o que foi pedido pela Fifa", declarou Baptista.
Para isso, além da construção do edifício-garagem, o novo projeto prevê um estacionamento para caminhões de televisão a 30 metros do estádio e a utilização de uma área de 35.000 m2, dentro da área social do clube, como espaço de hospitalidade para patrocinadores e convidados VIP, com instalações provisórias para abrigar restaurantes e lojas.
Segundo Baptista, o novo projeto cede a todas as exigências feitas pelos inspetores da Fifa aos membros do comitê paulista em seminário realizado em 21 de agosto, no Rio.
"Estávamos insistindo em algumas posições que considerávamos corretas, como a manutenção dos nossos vestiários, mas a Fifa não aceitou. Então, fizemos as mudanças", disse.


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