São Paulo, domingo, 11 de setembro de 2011

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JUCA KFOURI

O lugar da seleção


Nos três dias úteis de futebol na semana, o da segunda acabou sendo o de segunda

VOCÊ LEMBRA que a seleção brasileira jogou na segunda-feira passada, no Craven Cottage, campo do Fulham FC, em Londres?
Se sim, diga se o milésimo jogo de Rogério Ceni, no Morumbi lotado por 63 mil torcedores, na quarta-feira, não foi mais importante e inesquecível.
Ou mesmo se os 4 a 0 do Botafogo sobre o Ceará, no mesmo dia, no Engenhão com mais de 42 mil presentes, não foi mais empolgante e digno de ser lembrado.
E, ainda, no dia seguinte, na quinta, negue que Corinthians e Flamengo fizeram um clássico de primeira, no Pacaembu com mais de 37 mil pessoas, muito mais marcante que a magra vitória sobre Gana com apenas dez jogadores.
Pois a banalização da seleção brasileira chegou a tal ponto que seu jogo foi num estadinho para 25 mil torcedores, última demonstração de como anda baixo o prestígio de um time cinco vezes campeão do mundo e que hoje frequenta o sexto lugar do ranking da Fifa.
E que, nesta quarta-feira, só com os que atuam no país, jogará em Córdoba contra a Argentina, a quem voltará a enfrentar no dia 28 deste mês, em Belém, pela antiga Taça Roca, atual ridícula Copa Nicolás Leoz, o paraguaio presidente vitalício da Confederação Sul-Americana de Futebol, o que votaria na Inglaterra para ser sede da Copa do Mundo de 2018 desde que lhe concedessem o título de sir, apesar dos cabelos acaju.
Buenos Aires, Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre, nem pensar! Menos mal que o estádio de Córdoba, o Mario Alberto Kempes -homenagem ao artilheiro e campeão da Copa do Mundo de 1978 que ele curte vivo-, tenha capacidade para 57 mil torcedores, assim como o Mangueirão -homenagem às mangueiras da capital do Pará-, em Belém, é para 45 mil.
Mas a vida errática da CBF, que já conseguiu fazer com que nossos clubes fossem pouco conhecidos fora do Brasil, começa a matar também a galinha dos ovos de ouro que é a seleção, uma grife que cada vez mais é apenas uma camisa amarela, forma sem conteúdo.
Curiosamente, nenhum dos cinco convocados por Mano Menezes no 2 a 1 que garantiu a liderança corintiana diante do Flamengo teve atuação destacada, apesar de tanto Ronaldinho como Thiago Neves e Paulinho terem participado de dois dos três gols do jogo. Já Elkeson, do Botafogo, que está jogando demais, nem sequer lembrado foi. Lembra?

blogdojuca@uol.com.br


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