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São Paulo, sábado, 11 de outubro de 2003

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Schumacher acelera pelo recorde absoluto

Kim Kyung-Hoon/Reuters
O alemão Michael Schumacher, que na madrugada de amanhã corre no Japão para se tornar o único piloto da história da F-1 a conquistar seis vezes o Mundial, arruma os retrovisores de sua Ferrari


No GP do Japão, alemão tem tudo para ultrapassar Fangio e ser o 1º hexacampeão da história da F-1


FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A SUZUKA

Para o maior recordista da F-1, o maior dos recordes. Para o mais importante time do automobilismo, a mais longa invencibilidade.
Mas, antes de tudo isso, as 53 voltas da última etapa do Mundial, o GP do Japão. E os esforços dos seus adversários para impedir essas conquistas históricas.
Líder do campeonato, com 92 pontos, Michael Schumacher, 34, larga às 2h30 da próxima madrugada atrás do sexto título, feito inédito, inimaginável anos atrás.
Caso o alemão consiga, superará o mítico Juan Manuel Fangio, por 44 anos o único pentacampeão da história da categoria.
E, diferentemente do GP dos EUA, há duas semanas, quando precisava de uma combinação de resultados para garantir por antecipação seu sexto título na principal categoria do automobilismo mundial, o ferrarista tem agora uma tarefa bem mais simples.
Não depende de ninguém e precisa de apenas um ponto, ou uma oitava colocação, para levantar pela quarta vez seguida o troféu.
Seria o recorde mais importante da galeria do alemão, que, entre outras marcas, é o líder de vitórias (70), de melhores voltas (56), de pontos (1.037), de vitórias em uma única temporada (11, em 2002), de pódios (122), de número de vezes na primeira fila (91) e de voltas na liderança (3.974).
Em sua coleção, ficaria faltando apenas o recorde de poles, que também não deve demorar para sucumbir. Ayrton Senna largou 65 vezes na frente. Até Suzuka, Schumacher somava 55 poles e era o favorito, na última madrugada, após o fechamento desta edição, para conseguir mais uma.
Lutando ao lado do alemão estará a Ferrari. O time italiano, o único a disputar todos os Mundiais de F-1, também tenta alcançar em Suzuka um feito inédito.
Nunca, na história, uma escuderia conseguiu cinco títulos seguidos do Mundial de Construtores. Quem chegou mais perto foi a McLaren em seus anos de ouro, época do duo Senna-Alain Prost: quatro conquistas, entre 88 e 91.
E é a mesma McLaren a mais interessada, em Suzuka, em barrar a festa dos "tifosi" italianos. Seu pupilo, Kimi Raikkonen, 23, é o único dos outros 19 pilotos do grid que ainda tem alguma chance de vencer este Mundial.
Sua missão, no entanto, é bem complicada e depende de um pouco provável fracasso de Schumacher. Para se sagrar campeão, o piloto finlandês tem que vencer a corrida e torcer para que o alemão não fique entre os oito primeiros colocados, algo que só aconteceu uma vez nos 15 GPs disputados neste ano -foi no GP Brasil, no início de abril.
Difícil, mas não impossível. Em seus 53 anos, a F-1 registrou viradas fantásticas em suas últimas corridas. A mais célebre, em 86. A última delas não há muito tempo, em 99, justamente de um piloto da McLaren sobre um ferrarista.
Além disso, nos últimos dias, Raikkonen, que é conhecido como "Ice Man" (homem de gelo, em inglês), fez questão de desdenhar da pressão de lutar pelo título com um rival tão credenciado.
Caso tudo dê certo para ele, o finlandês poderá se tornar o mais jovem campeão da história.
História será feita na madrugada. De um lado ou de outro.


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