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CBF amplia rigor, pune e avisa depois
Comissão de arbitragem pede mais pulso contra a indisciplina de atletas e veto a palavrões de treinadores no Brasileiro
Entidade anuncia medida que havia sido feita antes, via circular, ao quadro de árbitros só após expulsão
de Leão em clássico paulista
PAULO GALDIERI
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A CBF primeiro decidiu
apertar o rigor das arbitragens
com as reclamações à beira do
gramado. Depois, veio a punição, e só então ela avisou o que
estava valendo agora.
Insatisfeita com a falta de
pulso dos juízes no Brasileiro, a
Comissão Nacional de Arbitragem decidiu mudar a sua avaliação e focou três pontos: a punição com amarelo no retardamento de jogo, vermelho nas
faltas bruscas -foco nos carrinhos- e não tolerar excessos
dos técnicos à beira do campo.
Mas a medida só se tornou
pública depois do barulho que o
técnico Emerson Leão fez por
ter sido expulso por reclamação, no clássico entre Corinthians e Santos.
Em 6 de outubro, um dia depois de o treinador corintiano
ser colocado para fora do campo pelo árbitro Wilson Luiz Seneme, o site da CBF anunciou
que haveria uma tolerância
menor dos juízes diante de indisciplina de atletas e membros
das comissões técnicas.
Com o título de "CBF exige
rigor dos árbitros no cumprimento das Regras do Jogo",
uma notícia informava sobre a
existência da circular -até a
noite de ontem, ela ainda estava disponível para leitura.
A expulsão do treinador ganhou repercussão pelo fato de
Leão ter destacado o comportamento do juiz no clássico. Ele
disse ter sido expulso "de longe" por Seneme, a quem classificou como "príncipe".
Porém a decisão de apertar o
laço -como fez o árbitro do
clássico em relação às reclamações de Leão -veio dias antes,
sem ter sido divulgada.
Em 29 de setembro, o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Edson Rezende,
enviou uma circular a todos os
integrantes da Renaf (Relação
Nacional dos Árbitros de Futebol) solicitanto mais rigor dos
árbitros no Nacional e elencando os três pontos cruciais a serem observados.
A recomendação, porém, só
chegou efetivamente aos técnicos, de maneira direta, no último final de semana - passadas
duas rodadas depois de ela ser
feita por Rezende aos árbitros.
Um dos treinadores avisados
sobre o recrudescimento do rigor com atos considerados indisciplinados foi Muricy Ramalho, no jogo entre o seu São
Paulo, o líder do campeonato, e
o Fluminense, no Maracanã, no
sábado passado.
Segundo Muricy, o quarto árbitro do jogo, Adriano Pereira
Machado, foi até ele e o advertiu, a pedido do juiz Heber Roberto Lopes, que conduziu o
confronto, a respeito das novas
diretrizes disciplinares da comissão de arbitragem. "Ele falou que o juiz quer que os treinadores tenham uma postura
diferente agora. Ser menos incisivos, não falar palavrão."
Segundo Rezende, o desempenho dos treinadores à beira
do campo deveria se limitar a
instruir seus comandados e
mudar a equipe taticamente.
"Não podemos tolerar xingamentos, agressões verbais, tanto com os jogadores ou com os
juízes. Os técnicos têm que dar
exemplo de serenidade aos
seus comandados e aos torcedores", afirmou ele.
Ao ser questionado se todos
os treinadores não deveriam
ser orientados sobre esse rigor,
Rezende foi enfático ao discordar. "Eles [técnicos] têm que
conhecer as regras."
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