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Euro-2008 assiste a invasão brasileira
Paulo Duarte - 7.out.06/Associated Press
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Os brasileiros Ernani (à esq.) e Leandro Gomes, que defendem o Azerbaijão, participam de lance na derrota de 3 a 0 para Portugal |
Várias seleções apostam na naturalização de atletas do país para triunfar no torneio de seleções do velho continente
Azerbaijão realiza antigo
desejo do Qatar e entra em
campo com três "gringos",
em manobra que vira moda
entre equipes mais frágeis
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Eurocopa está mais do que
nunca brasileira. As eliminatórias para o nobre torneio de seleções do velho continente, que
têm hoje mais uma recheada
rodada, assistem agora a uma
invasão de jogadores naturalizados. Cinco seleções usarão a
força nacional na luta por uma
vaga na fase final do evento.
O Azerbaijão, de pouca tradição no futebol, puxa a fila de
brasileiros que estarão em
campo. André Ladaga, Ernani
Pereira e Leandro Gomes estão
confirmados na equipe na partida contra a Bélgica hoje -os
três atuaram na derrota para
Portugal no fim de semana.
O time azerbaijano realizou
um desejo antigo da seleção do
Qatar que foi bloqueado pela
Fifa. Há dois anos, a federação
país asiático fez propostas para
três jogadores brasileiros -Aílton, Dedê e Leandro- defenderem a seleção do país. O presidente da Fifa, Joseph Blatter,
comandou o veto à ação.
""A nacionalização que deixa
jogadores representarem um
país com o qual não têm relação
evidente não respeita o espírito
dos estatutos [da Fifa]. É imprescindível acabar com essa
prática", afirmou o dirigente.
A Fifa estabeleceu então regras mais claras para impedir a
nacionalização em massa de
atletas, em especial brasileiros.
Caso um jogador queira defender outro país que não o seu de
nascimento, precisa ter pai,
mãe ou avós biológicos nascidos nesse país ou residir por pelo menos dois anos seguidos na
nação que pretende defender.
Essa última possibilidade é a
que mais mexe agora com o futebol europeu. A Bulgária apostou em Lucio Wagner, a Croácia tem Eduardo da Silva, e a
Turquia conta agora com Marco Aurélio. A situação difere,
por exemplo, do que aconteceu
há três anos, quando Adrianinho, então na Ponte Preta, foi
convocado para a seleção austríaca por ter parentes e passaporte do país que será um dos
anfitriões da Eurocopa- 2008.
Portugal, que naturalizou o
meia Deco com muita força do
técnico Luiz Felipe Scolari, namora alguns outros brasileiros
-o atacante Liédson, ex-Corinthians, é um dos que foram tentados pela seleção lusitana.
No sábado passado, no duelo
entre Portugal e Azerbaijão,
havia quatro jogadores nascidos no Brasil em campo, um recorde para um jogo do principal
torneio de seleções européias.
O número de convocados
brasileiros para as eliminatórias da Eurocopa-2008 poderia
ser ainda maior, uma vez que o
volante espanhol Marcos Senna e o atacante alemão Kevin
Kuranyi ficaram de fora das últimas listas de suas seleções.
Senna foi à Copa deste ano, e
Kuranyi integrava sistematicamente sua seleção -tem vínculo familiar com a Alemanha.
A Squadra Azzurra, antes de
conquistar o tetracampeonato,
por pouco não contou com o
volante Taddei, ex-Palmeiras e
destaque na terra do "calcio".
O Brasil, que fornece jogadores para seleções de outros continentes, como Japão, México e
Tunísia, já teve campeão mundial com a Itália em 1934 (Filó).
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