São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Gol no final de Zapata apaga a redenção de Hugo

Millonarios vence aos 40min em jogo que são-paulino protagonizara o lance mais belo do time numa copa chocha

São Paulo 0
Millonarios 1

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Que azar teve Hugo.
Aos 7min do segundo tempo, ele havia perpetrado um lance único, que, sozinho, o teria redimido de sua dívida com a torcida e a entidade são-paulina.
Se o São Paulo x Millonarios tivesse acabado 0 a 0 e fosse lembrado algum dia, seria pelo momento em que, dentro da área, Hugo deu um chapéu estiloso, de aba curta -verdadeira cartola- no defensor Salinas, próximo à linha de fundo.
Não só cingiu a cabeça do zagueiro colombiano como também deu um misto de passe e tapa de pelica, sobre o goleiro Blandón, em direção à trave oposta. Bola que não soube entrar, bola que o atacante Diego Tardelli não pôde cabecear, já que fora obstruído por dois adversários, mas que silenciou os menos de 7.000 presentes.
Uma jogada de tamanho cavalheirismo com a bola que em momento algum lembrou o rude e destemperado meio-campista que, em 1º de setembro, acertou uma cusparada nonsense em Goiano, quando o placar gritava 6 a 0 no Morumbi.
Devido àquele ato desleal, o STJD tirou de cena o futebol do meia no Brasileiro por 120 dias, foi criado um problema para um técnico que já tem um elenco reduzido, e a Hugo restou, até o fim do ano, ser escalado nos jogos de uma copa até hoje vista como de pouco apelo.
Hugo só teve um problema, chamado Zapata.
Na única chance que teve, aos 40min do segundo tempo, ele conseguiu fazer o que Souza, Miranda, Jorge Wagner, Júnior e Richarlyson puderam fazer e não fizeram, uma vez cada um, nas 16 finalizações que o São Paulo teve ao logo do jogo.
E aí, um jogo fácil contra um Millonarios limitado e desinteressado virou a terceira derrota seguida do time do técnico Muricy Ramalho, algo que não ocorria no clube desde 2003.
Num jogo que, até o minuto do gol de Zapata, era um amistoso de luxo controlado pelo São Paulo em sua casa.
Nesse amistoso, Júnior, sumido desde 15 de agosto contra o Figueirense, teve a chance de mostrar que ainda tem futebol.
Nesse jogo, Muricy deu vaga a Tardelli. Nesse jogo, o goleiro era Bosco, e não Rogério.
Nesse jogo, Hugo tinha que dar sentido a seu fim de ano.
Caso o São Paulo deixe a Sul-Americana, o meia, que tem contrato até fim de 2009, sai de férias. Ao menos não atuou diretamente na saraivada de gols desperdiçados ante Blandón.
Com a derrota, o São Paulo precisa vencer por 2 a 0 ou por um gol de diferença, a partir de 2 a 1. Ao meia Hugo, não restará outra missão a não ser contagiar o time em Bogotá.
Porque, no sábado, contra o Fluminense, no Rio, o jogo é de Brasileiro, e ele não pode brincar com o resto do time.


Texto Anterior: Carlos Sarli: Diversão e/ou grana
Próximo Texto: Vasco: Time perde para o América, no México, por 2 a 0
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.