São Paulo, segunda-feira, 11 de outubro de 2010

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Pragmático

Brasil ignora pressão externa, atropela Cuba na final e sagra-se tricampeão do mundo

Maurizio Brambatti/Efe
Jogadores brasileiros comemoram o título em Roma

MARIANA BASTOS
ENVIADA ESPECIAL A ROMA

A seleção masculina de vôlei não conquistou a simpatia dos torcedores italianos, mas voltará ao Brasil com o terceiro troféu em Mundiais.
"É todo mundo contra a gente. Ninguém aguenta mais ver o Brasil vencer", disse o oposto Leandro Vissotto.
Ontem, o time comandado por Bernardinho conseguiu um triunfo na final jogando contra Cuba e contra a torcida que lotou o ginásio Palalottomatica, em Roma.
Implacável, a seleção brasileira não permitiu que os cubanos se animassem no jogo e triunfou por 3 sets a 0 de forma incontestável, marcando 25/22, 25/14 e 25/22.
Os torcedores italianos recolheram as bandeiras cubanas, e o coro da pequena torcida brasileira ganhou força.
Mas, no início da partida, vaias tomaram conta do ginásio quando o nome de Bernardinho foi anunciado.
Uma implicância que se iniciou na polêmica derrota para a Bulgária, ao final da segunda fase. Na ocasião, Brasil, já classificado, entregara o jogo para evitar justamente o duelo contra Cuba, algoz brasileiro na última partida da primeira fase.
Com adversários escolhidos, o Brasil passeou na terceira fase. Na semifinal, atropelou os anfitriões italianos.
Ontem, o pragmatismo foi a tônica da última vitória.
Mais uma vez, o time foi taticamente perfeito. O Brasil concentrou o saque sobre a principal estrela de Cuba, o jovem León, justamente para tirá-lo do ataque. Bernadinho usara estratégia similar na vitória sobre a Alemanha.
Ontem, já no primeiro set, os cubanos se intimidaram. Dos 22 saques brasileiros, 14 foram direcionados somente em León. Fraco na recepção, o jovem cubano se acanhou. E sua equipe o acompanhou.
"O ritmo brasileiro foi muito melhor do que na primeira vez que os enfrentamos neste Mundial", declarou León, logo após o duelo decisivo.
Pelo lado brasileiro, o jogo fluía. Com o passe na mão, Bruno forçou as jogadas pelo meio, com Lucas, e pela saída de rede, com o oposto Leandro Vissotto. Os atacantes estava inspirados e lideraram o Brasil no primeiro set.
Em um ataque de Théo na entrada da rede, o Brasil fechou a primeira parcial: 25 a 22. A superioridade brasileira calou a torcida italiana e tornou a final quase sonolenta.
No segundo set, o domínio permaneceu. Murilo iniciou a etapa fulminante no saque e logo abriu 4 a 0. Na metade do set, o Brasil já havia ampliado a vantagem para seis.
Daí em diante, foi só administrá-la. Parecia não haver adversário no outro lado da quadra. Vissotto fechou em 25 a 14 em 22 minutos.
O terceiro set começou equilibrado, mas logo o Brasil assumiu o controle. A superioridade irritou a torcida, que chegou a vaiar Murilo quando este caiu e se queixou de invasão de Léon.
Afora um acerto ou outro de Cuba, o Brasil manteve-se imponente e fechou o jogo.
No pódio, palmas tímidas para os tricampeões. Junto com a Itália, o Brasil é agora o maior campeão mundial da história. "É inveja. Eles não queriam que igualássemos em número de títulos com eles", disse Rodrigão.


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