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Fora do roteiro
Corinthians perde para o 17º colocado, e Adilson Batista sai por desentendimentos com atletas e pressão de torcida organizada e de dirigentes
MARTÍN FERNANDEZ
DE SÃO PAULO
O Corinthians vai buscar
hoje outro técnico para dirigir o time até o final do Campeonato Brasileiro. A passagem de Adilson Batista pelo
clube acabou ontem à noite,
após a derrota por 4 a 3 para o
Atlético-GO no Pacaembu.
Foi o quinto jogo seguido
sem vitória do Corinthians no
Nacional. Mas a queda de
Adilson foi determinada por
fatores como desentendimento com jogadores, descontentamento de aliados de
Andres Sanchez e a pressão
da Gaviões da Fiel, principal
torcida organizada do clube.
"O treinador nos procurou", foram as primeiras palavras de Mario Gobbi, em
entrevista coletiva logo após
o jogo. Durante cerca de meia
hora, o cartola sustentou que
a saída do técnico se deu por
"comum acordo" -o termo
também foi usado pelo presidente Andres Sanchez.
Mas o próprio Adilson Batista deu a entender que havia sido demitido. "O que um
técnico faz quando é demitido? Vai para casa, ver televisão", disse o treinador, também em entrevista coletiva.
Adilson Batista assumiu o
Corinthians em agosto, após
a ida de Mano Menezes para
a seleção brasileira. Pegou a
equipe na primeira posição
do Campeonato Brasileiro.
Após 17 jogos, deixa o time
em terceiro lugar. Foram sete
vitórias, quatro empates e
seis derrotas -rendimento
de 49%. Sob o comando de
Mano, o time havia somado
73% dos pontos disputados.
"É claro que eu queria ser
campeão brasileiro", declarou Adilson. "Mas a vida é assim, o futebol é assim."
Sanchez e Gobbi afirmaram que não sabem quem vai
dirigir o Corinthians contra o
Vasco, na quarta-feira, em
São Januário. Hoje à tarde,
há treino marcado para as
16h, mas ninguém soube dizer quem vai comandá-lo.
"Vamos trabalhar com os
profissionais que estão no
clube", comentou Sanchez
rapidamente, enquanto caminhava para seu carro.
DINHEIRO
O contrato de Adilson Batista com o Corinthians iria
até dezembro de 2012 -ele
ganhava R$ 250 mil mensais.
Segundo a Folha apurou,
o acordo só previa o pagamento de multa no caso de o
técnico ter sido demitido. Em
caso de "demissão consensual" ou pedida pelo treinador, não há qualquer pagamento pela rescisão.
Ao assinar com o Corinthians, há dois meses, Adilson também fez um acordo
para receber parceladamente uma dívida de seus tempos
de jogador no clube.
Eram dois processos, que
somavam quase R$ 1,5 milhão, que o técnico receberia
parceladamente até o fim de
seu vínculo com o alvinegro.
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