São Paulo, segunda-feira, 11 de novembro de 2002

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TÊNIS

Aos 21 anos, australiano tenta chegar a um ano seguido no topo do ranking

Precoce, Hewitt busca mais 1 recorde no Masters chinês

FERNANDO ITOKAZU
DA REPORTAGEM LOCAL

Especialista em recordes de precocidade, o australiano Lleyton Hewitt, 21, pode quebrar mais um no Masters de Xangai, que começa na próxima madrugada.
Em 1997, aos 15 anos e 11 meses, Hewitt tornou-se o mais jovem tenista a sobreviver no qualificatório do Aberto da Austrália.
No ano passado, ele foi o mais novo a chegar ao topo do ranking (com 20 anos e oito meses) e o mais jovem a terminar uma temporada com o status de número um (com 20 anos e 10 meses).
Agora, na China, o australiano pode chegar a 52 semanas consecutivas no topo do ranking.
Além de ser somente o quinto tenista na história a reinar ininterruptamente por pelo menos um ano, Hewitt pode atingir o feito com apenas 21 anos e oito meses.
Com essa idade, 15 dos outros 19 jogadores que também chegaram a liderar o ranking ainda não haviam atingido o topo da lista.
Como comparação, Gustavo Kuerten só conseguiu ser número um aos 24 anos e dois meses, em 4 de dezembro de 2000, e seu maior reinado durou 30 semanas.
Na liderança da Corrida dos Campeões, com 767 pontos, Hewitt tem apenas um adversário em Xangai: o americano Andre Agassi, 32, que soma 679.
O Masters vale 150 pontos ao campeão invicto. Na primeira fase, todo atleta disputa três partidas, e cada vitória vale 20 pontos.
Triunfo na semifinal vale mais 40, e na decisão, mais 50.
Se passar pela fase inicial com o mesmo número de pontos que Agassi, Hewitt só precisa chegar à decisão para repetir seu nome entre os líderes do ranking ao final de cada temporada do tênis.
Assim, se essa for a situação após a primeira fase, Agassi precisa torcer pela queda do australiano nas semifinais e ainda vencer a partida decisiva do Masters para acabar o ano no topo pela segunda vez -a primeira foi em 1999.
Vice-campeão no último torneio regular da ATP, o Masters Series de Paris, Hewitt não parecia muito preocupado em fazer contas para chegar a seu objetivo.
"Acho que, matematicamente, está entre o Andre e eu", disse Hewitt. "Então tenho que ir lá, tentar conseguir algumas vitórias em Xangai e ver o que acontece."
Agassi, que disputa o torneio que reúne os melhores da temporada pela 12ª vez, tenta demonstrar otimismo, mesmo sabendo da complexidade de sua tarefa.
"[Terminar como número um" vai ser muito difícil. Mas tudo vai ser definido em Xangai, então vou ter mais uma chance."
Se a matemática é favorável a Hewitt, o retrospecto pode servir como alento para Agassi.
Nos últimos dois anos, quando foi instituída a Corrida dos Campeões e o torneio que encerra a temporada voltou a se chamar Masters, quem chegou como líder não conseguiu manter o posto até o término das partidas.
Em 2000, a situação era muito parecida com a atual e, se o desfecho for o mesmo, Agassi deixa a China como primeiro do mundo.
Antes do início do Masters de Lisboa, Guga estava 75 pontos atrás do russo Marat Safin, que caiu nas semifinais e viu o brasileiro conquistar o torneio e roubar seu lugar no topo.
No ano passado, em Sydney, Guga começou o Masters com 48 pontos de vantagem sobre Hewitt, que foi campeão em casa.
Mas, para terminar 2001 no topo, ele só precisou das vitórias em suas três primeiras partidas, que, somadas às três derrotas do brasileiro, lhe deram o título do ano.
Hewitt inicia sua caminhada contra o espanhol Albert Costa, campeão de Roland Garros, que não conseguiu ficar entre os oito melhores da temporada.
O jogo é o segundo da rodada, que começa às 3h de amanhã, com Safin x Carlos Moyá (ESP), e tem na sequência Juan Carlos Ferrero (ESP) x Roger Federer (SUI).

NA TV - Masters, ao vivo, às 6h de amanhã, na Sportv

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