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réu do ano
Palmeiras encara seu 19º julgamento
Clube, que hoje poderá perder seu treinador por até 720 dias, é o mais intimado pelo STJD entre os membros do G5
Dirigente evita falar em perseguição, mas estranha coincidência de denúncias contra os principais nomes do time por 2 anos seguidos
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Nenhum dos cinco primeiros
colocados do Brasileiro conhece tão bem o caminho até o
STJD (Superior Tribunal de
Justiça Desportiva), no Rio,
quanto o Palmeiras.
O clube terá de defender hoje
Vanderlei Luxemburgo da acusação de invasão de campo
ocorrida na vitória por 2 a 1 sobre o Santos, no último dia 2.
Será o 19º julgamento de um
atleta ou membro da comissão
técnica do clube paulista desde
que o campeonato nacional começou, no dia 10 de maio.
O Grêmio, vice-líder do Brasileiro, passou em dez oportunidades pelo crivo do tribunal.
O São Paulo, atualmente no
topo, esteve em oito audiências
contando a de seu preparador
físico, Carlinhos Neves.
Na seqüência, vêm Flamengo, com sete casos julgados pelo
tribunal, e Cruzeiro, que ontem, em sua quinta passagem
pelo STJD, conseguiu absolver
o zagueiro Thiago Heleno.
O levantamento feito pela
Folha desconsiderou as decisões extracampo contra os próprios clubes ou dirigentes.
O Grêmio, por exemplo, viu
seu assessor de futebol, André
Krieger, ser julgado três vezes,
incluindo dois recursos solicitados pela diretoria contra um
gancho de 30 dias.
Os gaúchos também já tiveram que desembolsar mais de
R$ 7.500 por atitudes antidesportivas, como retardar o início
ou reinício da partida.
Até um gandula do clube, que
atrasou a devolução da bola
após advertência do árbitro,
entrou na pauta do STJD.
A pesquisa levou em conta
todas as instâncias dos casos,
incluindo os recursos solicitados pelos clubes ou pelo tribunal quando há insatisfação com
a primeira decisão.
Foi por conta de um recurso
impetrado pela Procuradoria
do órgão, por exemplo, que Diego Souza, absolvido em primeira instância de um suposto tapa
dado no rosto do cruzeirense
Fabrício, ficou fora da decisão
diante do Grêmio, anteontem.
Foi o estopim para que dirigentes palmeirenses, que têm
reclamado de excesso no uso de
imagens da TV para a formulação das denúncias, ficassem irritados de vez com o tribunal.
"Não digo que há perseguição, mas algumas coincidências", falou o diretor de futebol
do Palmeiras, Genaro Marino.
O dirigente comparou o caso
de Diego Souza com o de Valdivia, suspenso no ano passado
das últimas partidas do Nacional, quando o time ainda sonhava com o título. Sem o chileno, a equipe terminou a competição em sétimo, fora da zona
de classificação à Libertadores.
"No ano passado, o Valdivia
era caçado em campo, e não
acontecia nada com ninguém."
Em 2008, Kléber e Diego
Souza assumiram o papel de
réus prediletos do tribunal. Cada um já foi julgado cinco vezes.
É bom que se diga que o Palmeiras contribui para isso. É
um dos mais violentos, com dez
cartões vermelhos e 104 amarelos recebidos em 34 partidas,
segundo o Datafolha.
Caso o tribunal decida punir
Luxemburgo, ele poderá ficar
afastado de 120 a 720 dias.
"Eu entrei no campo, estava
equivocado. Mas não quis tumultuar. Tentei ajudar. Vou explicar que não tive a intenção
de ofender", disse o treinador.
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