São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2008

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réu do ano

Palmeiras encara seu 19º julgamento

Clube, que hoje poderá perder seu treinador por até 720 dias, é o mais intimado pelo STJD entre os membros do G5

Dirigente evita falar em perseguição, mas estranha coincidência de denúncias contra os principais nomes do time por 2 anos seguidos


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Nenhum dos cinco primeiros colocados do Brasileiro conhece tão bem o caminho até o STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), no Rio, quanto o Palmeiras.
O clube terá de defender hoje Vanderlei Luxemburgo da acusação de invasão de campo ocorrida na vitória por 2 a 1 sobre o Santos, no último dia 2.
Será o 19º julgamento de um atleta ou membro da comissão técnica do clube paulista desde que o campeonato nacional começou, no dia 10 de maio.
O Grêmio, vice-líder do Brasileiro, passou em dez oportunidades pelo crivo do tribunal.
O São Paulo, atualmente no topo, esteve em oito audiências contando a de seu preparador físico, Carlinhos Neves.
Na seqüência, vêm Flamengo, com sete casos julgados pelo tribunal, e Cruzeiro, que ontem, em sua quinta passagem pelo STJD, conseguiu absolver o zagueiro Thiago Heleno.
O levantamento feito pela Folha desconsiderou as decisões extracampo contra os próprios clubes ou dirigentes.
O Grêmio, por exemplo, viu seu assessor de futebol, André Krieger, ser julgado três vezes, incluindo dois recursos solicitados pela diretoria contra um gancho de 30 dias.
Os gaúchos também já tiveram que desembolsar mais de R$ 7.500 por atitudes antidesportivas, como retardar o início ou reinício da partida.
Até um gandula do clube, que atrasou a devolução da bola após advertência do árbitro, entrou na pauta do STJD.
A pesquisa levou em conta todas as instâncias dos casos, incluindo os recursos solicitados pelos clubes ou pelo tribunal quando há insatisfação com a primeira decisão.
Foi por conta de um recurso impetrado pela Procuradoria do órgão, por exemplo, que Diego Souza, absolvido em primeira instância de um suposto tapa dado no rosto do cruzeirense Fabrício, ficou fora da decisão diante do Grêmio, anteontem.
Foi o estopim para que dirigentes palmeirenses, que têm reclamado de excesso no uso de imagens da TV para a formulação das denúncias, ficassem irritados de vez com o tribunal.
"Não digo que há perseguição, mas algumas coincidências", falou o diretor de futebol do Palmeiras, Genaro Marino.
O dirigente comparou o caso de Diego Souza com o de Valdivia, suspenso no ano passado das últimas partidas do Nacional, quando o time ainda sonhava com o título. Sem o chileno, a equipe terminou a competição em sétimo, fora da zona de classificação à Libertadores.
"No ano passado, o Valdivia era caçado em campo, e não acontecia nada com ninguém."
Em 2008, Kléber e Diego Souza assumiram o papel de réus prediletos do tribunal. Cada um já foi julgado cinco vezes.
É bom que se diga que o Palmeiras contribui para isso. É um dos mais violentos, com dez cartões vermelhos e 104 amarelos recebidos em 34 partidas, segundo o Datafolha.
Caso o tribunal decida punir Luxemburgo, ele poderá ficar afastado de 120 a 720 dias.
"Eu entrei no campo, estava equivocado. Mas não quis tumultuar. Tentei ajudar. Vou explicar que não tive a intenção de ofender", disse o treinador.


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