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Souza seca colegas do São Paulo pelo seu tri e a história
Ex-meia são-paulino repetirá feito conquistado apenas por Ronaldo e Zinho se o Grêmio levantar a taça do Brasileiro
Polêmico jogador, que diz que futebol do Sul aplaude porrada, carrinho e bicão, ironiza festejo corintiano pela conquista da Série B
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
Souza é lembrado pelo bom
humor e provocações a adversários, mas pode entrar para a
história do futebol brasileiro
como um genuíno tricampeão
nacional. Até hoje, só Ronaldo
(1971/72/73) e Zinho (1992/
93/94) ganharam três Brasileiros seguidos. No vice-líder Grêmio, Souza esperar impedir o
tri de muitos ex-companheiros
são-paulinos, como Rogério.
FOLHA - O que representaria para
você ser um tri nacional genuíno?
SOUZA - Com todas as dificuldades que passei na vida e as
críticas, seria muito gratificante atingir uma marca como essa. Entrar para a história do
Brasileiro, para um cara que
chegou desacreditado e conquistou o que conquistou, seria
uma das mais coisas importantes que Deus poderia me dar.
FOLHA - Um título neste ano seria
mais especial e celebrado que os
dois últimos com o São Paulo?q
SOUZA - Não diria que seria
mais especial porque todo título é especial, independentemente do clube. Seria mais difícil, até pelas circunstâncias do
campeonato. Nas vezes em que
fui campeão, não foi tão suado
como agora, com luta acirrada.
Todo título é importante, e três
Brasileiros é para poucos.
FOLHA - Como é duelar com o São
Paulo pelo título? Você tem dito que
o seu ex-clube cresce na reta final...
SOUZA - É complicado, todos
sabem que tenho carinho muito grande pelo torcedor são-paulino, pelo São Paulo. Estive
desse lado e sei da força do São
Paulo quando chega a hora decisiva. Tem direção muito inteligente, que sabe incentivar. Tínhamos na cabeça que o único
time que não podíamos deixar
encostar era o São Paulo, mas
encostou. E temos que torcer
para ele dar uma tropeçada.
FOLHA - Quem tem jogos mais fáceis, o Grêmio ou o São Paulo?
SOUZA - Nesta reta final agora,
é difícil analisar quem tem jogo
fácil ou difícil. As equipes que
lutam para não cair têm feito
jogos difíceis com a gente. Cada
jogo tem sua história. A Lusa
quase ganhou do São Paulo.
FOLHA - Após vencer o Palmeiras,
você cometeu um ato falho e disse
que o São Paulo havia vencido. Ainda pensa como jogador do ex-clube?
SOUZA - Não que eu me veja ou
pense no São Paulo. É muito
recente [saiu do clube no início
do ano]. Sem querer, sai ainda.
Foi a primeira vez que joguei
no Parque Antarctica por outro
time que não o São Paulo. Tem
a história que nunca perdi lá...
FOLHA - Você tinha um tabu de
não perder do Corinthians...
SOUZA - É, até o jogo do Betão,
mas demorou muito tempo.
Para mim, foi longe [o tabu].
FOLHA - Como viu o acesso e o título do Corinthians na Série B?
SOUZA - Se não ganhasse a Série B, tinha que fechar as portas. Eu, particularmente, não
comemoraria título da Série B
porque só fui campeão da primeira divisão. Ninguém sabe se
daqui a um tempo a gente vai
ter oportunidade de disputar [a
Série B], mas agora falo da primeira, onde fui campeão.
FOLHA - Quais as diferenças entre o
futebol no Sul e em São Paulo?
SOUZA - Futebol do Sul é aquele negócio que todos sabem:
pesado, o pessoal aplaude se
você dá um carrinho. Em São
Paulo, é mais técnico. Se você
dá um bicão para fora em São
Paulo, já vaiam. No Sul, tem raça, mais coração, não tem esse
negócio de técnica. Jogo bonito
lá é ganhar, dar porrada, carrinho. Por isso que o São Paulo e
outros times, quando vão jogar
lá, têm dificuldade.
FOLHA - O Gre-Nal é mais clássico
que o São Paulo x Corinthians?
SOUZA - É diferente. No São
Paulo x Corinthians, não se vê
7.000 pessoas vibrando no treino. Pára a cidade o Gre-Nal.
Não que seja mais especial. Cada clássico tem a particularidade, CSA x CRB em Maceió...
São Paulo é a maior cidade.
Não digo que o Gre-Nal é maior
que o São Paulo x Corinthians
ou o São Paulo x Palmeiras.
FOLHA - Tem atuado em várias posições no Grêmio também?
SOUZA - Em algumas vezes,
sim. Joguei de lateral-esquerdo, lateral-direito, meia, volante, atacante... Quando você tem
um rótulo, não há como mudar.
FOLHA - Celso Roth tem sido um
Muricy Ramalho então para você?
SOUZA - Com certeza.
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