São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2008

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Souza seca colegas do São Paulo pelo seu tri e a história

Ex-meia são-paulino repetirá feito conquistado apenas por Ronaldo e Zinho se o Grêmio levantar a taça do Brasileiro

Polêmico jogador, que diz que futebol do Sul aplaude porrada, carrinho e bicão, ironiza festejo corintiano pela conquista da Série B


RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

Souza é lembrado pelo bom humor e provocações a adversários, mas pode entrar para a história do futebol brasileiro como um genuíno tricampeão nacional. Até hoje, só Ronaldo (1971/72/73) e Zinho (1992/ 93/94) ganharam três Brasileiros seguidos. No vice-líder Grêmio, Souza esperar impedir o tri de muitos ex-companheiros são-paulinos, como Rogério.

 

FOLHA - O que representaria para você ser um tri nacional genuíno?
SOUZA
- Com todas as dificuldades que passei na vida e as críticas, seria muito gratificante atingir uma marca como essa. Entrar para a história do Brasileiro, para um cara que chegou desacreditado e conquistou o que conquistou, seria uma das mais coisas importantes que Deus poderia me dar.

FOLHA - Um título neste ano seria mais especial e celebrado que os dois últimos com o São Paulo?q SOUZA - Não diria que seria mais especial porque todo título é especial, independentemente do clube. Seria mais difícil, até pelas circunstâncias do campeonato. Nas vezes em que fui campeão, não foi tão suado como agora, com luta acirrada. Todo título é importante, e três Brasileiros é para poucos.

FOLHA - Como é duelar com o São Paulo pelo título? Você tem dito que o seu ex-clube cresce na reta final...
SOUZA
- É complicado, todos sabem que tenho carinho muito grande pelo torcedor são-paulino, pelo São Paulo. Estive desse lado e sei da força do São Paulo quando chega a hora decisiva. Tem direção muito inteligente, que sabe incentivar. Tínhamos na cabeça que o único time que não podíamos deixar encostar era o São Paulo, mas encostou. E temos que torcer para ele dar uma tropeçada.

FOLHA - Quem tem jogos mais fáceis, o Grêmio ou o São Paulo?
SOUZA
- Nesta reta final agora, é difícil analisar quem tem jogo fácil ou difícil. As equipes que lutam para não cair têm feito jogos difíceis com a gente. Cada jogo tem sua história. A Lusa quase ganhou do São Paulo.

FOLHA - Após vencer o Palmeiras, você cometeu um ato falho e disse que o São Paulo havia vencido. Ainda pensa como jogador do ex-clube?
SOUZA
- Não que eu me veja ou pense no São Paulo. É muito recente [saiu do clube no início do ano]. Sem querer, sai ainda. Foi a primeira vez que joguei no Parque Antarctica por outro time que não o São Paulo. Tem a história que nunca perdi lá...

FOLHA - Você tinha um tabu de não perder do Corinthians...
SOUZA
- É, até o jogo do Betão, mas demorou muito tempo. Para mim, foi longe [o tabu].

FOLHA - Como viu o acesso e o título do Corinthians na Série B?
SOUZA
- Se não ganhasse a Série B, tinha que fechar as portas. Eu, particularmente, não comemoraria título da Série B porque só fui campeão da primeira divisão. Ninguém sabe se daqui a um tempo a gente vai ter oportunidade de disputar [a Série B], mas agora falo da primeira, onde fui campeão.

FOLHA - Quais as diferenças entre o futebol no Sul e em São Paulo?
SOUZA
- Futebol do Sul é aquele negócio que todos sabem: pesado, o pessoal aplaude se você dá um carrinho. Em São Paulo, é mais técnico. Se você dá um bicão para fora em São Paulo, já vaiam. No Sul, tem raça, mais coração, não tem esse negócio de técnica. Jogo bonito lá é ganhar, dar porrada, carrinho. Por isso que o São Paulo e outros times, quando vão jogar lá, têm dificuldade.

FOLHA - O Gre-Nal é mais clássico que o São Paulo x Corinthians?
SOUZA
- É diferente. No São Paulo x Corinthians, não se vê 7.000 pessoas vibrando no treino. Pára a cidade o Gre-Nal. Não que seja mais especial. Cada clássico tem a particularidade, CSA x CRB em Maceió... São Paulo é a maior cidade. Não digo que o Gre-Nal é maior que o São Paulo x Corinthians ou o São Paulo x Palmeiras.

FOLHA - Tem atuado em várias posições no Grêmio também?
SOUZA
- Em algumas vezes, sim. Joguei de lateral-esquerdo, lateral-direito, meia, volante, atacante... Quando você tem um rótulo, não há como mudar.

FOLHA - Celso Roth tem sido um Muricy Ramalho então para você?
SOUZA
- Com certeza.


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