São Paulo, terça-feira, 11 de novembro de 2008

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Natação espera nova avalanche de recordes mundiais

Etapa da Suécia de Copa do Mundo deve ter introdução de novo bloco de partida semelhante ao usado no atletismo

Especialistas divergem, mas crêem que o equipamento possa permitir até meio segundo de melhora nos tempos da modalidade


ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um novo equipamento pode gerar mais uma avalanche de recordes na natação. O novo bloco de partida, desenvolvido pela Omega, deve ser utilizado a partir de hoje, na etapa de Estocolmo da Copa do Mundo de piscina curta (25 metros).
Em piscina longa, o material será introduzido no Mundial de Roma, em julho de 2009.
"Nossos nadadores que estão lá falaram que o bloco será utilizado", conta Ricardo Moura, supervisor técnico de natação da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).
No site da Fina (Federação Internacional de Natação), porém, não consta ofício informando da novidade. Se ocorrer, será a primeira vez que o equipamento será adotado em um evento oficial da entidade.
Fabíola Molina, Joanna Maranhão, Tatiana Lemos e Gabriel Mangabeira serão os brasileiros que nadarão na Suécia.
Em fevereiro, modelo do bloco foi posto na piscina do Cubo d'Água, em Pequim, durante evento teste da Olimpíada.
"Todos os nadadores tiveram a curiosidade de testá-lo. Mas ele não foi utilizado nas provas", lembra o técnico Alberto Pinto da Silva, que estava presente nas provas em Pequim.
A fabricante tentou, com a iniciativa, receber a aprovação para seu uso já na Olimpíada. Mas houve chiadeira geral, já que ninguém havia treinado com o equipamento. Além disso, o material ainda não fora testado em eventos oficiais.
Diante das reclamações, a Fina postergou a introdução do material, que já fora aprovado em Congresso da entidade.
Segundo especialistas, o novo apoio para os pés, que permite ajuste personalizado e ângulo de 90 para a perna direita, promete melhorar as marcas em 0,1s. A angulação é semelhante à usada no atletismo.
No entanto ainda não há parâmetros claramente estabelecidos sobre ganho de performance -poucos testaram o novo aparelho em treinamento.
José Reynaldo Nikita, técnico de Joanna Maranhão, acredita que o bloco deve ajudar mais os nadadores de provas curtas, como os 50 m livre. "Eles têm maior capacidade de impulsão na saída. Para fundistas, não fará muita diferença."
Para o francês Alain Bernard, campeão olímpico dos 100 m livre e bronze nos 50 m livre -prova em que o brasileiro César Cielo foi campeão em Pequim-, o bloco lhe garantiria uma melhora de tempo até maior do que a anunciada.
"Ele é brilhante. Meu ponto fraco é a saída. Então, posso melhorá-la em 0,2 segundo", contabiliza o nadador, que descreveu a posição para largar no novo bloco como "confortável".
Para alguns, esse ganho pode ser até maior. "É difícil medir, mas os testes feitos no início do ano mostraram que isso pode chegar a 0,5s", diz Moura.
O supervisor técnico de natação da CBDA, porém, lembra que poucos já tiveram acesso ao bloco. "Ele tem que ser distribuído de forma igualitária. Ainda não chegou ao Brasil."

NA TV - Etapa de Estocolmo
Sportv, ao vivo, às 15h40



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