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Natação espera nova avalanche de recordes mundiais
Etapa da Suécia de Copa do Mundo deve ter introdução de novo bloco de partida semelhante ao usado no atletismo
Especialistas divergem, mas crêem que o equipamento possa permitir até meio segundo de melhora nos tempos da modalidade
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um novo equipamento pode
gerar mais uma avalanche de
recordes na natação. O novo
bloco de partida, desenvolvido
pela Omega, deve ser utilizado
a partir de hoje, na etapa de Estocolmo da Copa do Mundo de
piscina curta (25 metros).
Em piscina longa, o material
será introduzido no Mundial de
Roma, em julho de 2009.
"Nossos nadadores que estão
lá falaram que o bloco será utilizado", conta Ricardo Moura,
supervisor técnico de natação
da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos).
No site da Fina (Federação
Internacional de Natação), porém, não consta ofício informando da novidade. Se ocorrer,
será a primeira vez que o equipamento será adotado em um
evento oficial da entidade.
Fabíola Molina, Joanna Maranhão, Tatiana Lemos e Gabriel Mangabeira serão os brasileiros que nadarão na Suécia.
Em fevereiro, modelo do bloco foi posto na piscina do Cubo
d'Água, em Pequim, durante
evento teste da Olimpíada.
"Todos os nadadores tiveram
a curiosidade de testá-lo. Mas
ele não foi utilizado nas provas", lembra o técnico Alberto
Pinto da Silva, que estava presente nas provas em Pequim.
A fabricante tentou, com a
iniciativa, receber a aprovação
para seu uso já na Olimpíada.
Mas houve chiadeira geral, já
que ninguém havia treinado
com o equipamento. Além disso, o material ainda não fora
testado em eventos oficiais.
Diante das reclamações, a Fina postergou a introdução do
material, que já fora aprovado
em Congresso da entidade.
Segundo especialistas, o novo apoio para os pés, que permite ajuste personalizado e ângulo de 90 para a perna direita,
promete melhorar as marcas
em 0,1s. A angulação é semelhante à usada no atletismo.
No entanto ainda não há parâmetros claramente estabelecidos sobre ganho de performance -poucos testaram o novo aparelho em treinamento.
José Reynaldo Nikita, técnico de Joanna Maranhão, acredita que o bloco deve ajudar
mais os nadadores de provas
curtas, como os 50 m livre.
"Eles têm maior capacidade de
impulsão na saída. Para fundistas, não fará muita diferença."
Para o francês Alain Bernard,
campeão olímpico dos 100 m livre e bronze nos 50 m livre
-prova em que o brasileiro César Cielo foi campeão em Pequim-, o bloco lhe garantiria
uma melhora de tempo até
maior do que a anunciada.
"Ele é brilhante. Meu ponto
fraco é a saída. Então, posso
melhorá-la em 0,2 segundo",
contabiliza o nadador, que descreveu a posição para largar no
novo bloco como "confortável".
Para alguns, esse ganho pode
ser até maior. "É difícil medir,
mas os testes feitos no início do
ano mostraram que isso pode
chegar a 0,5s", diz Moura.
O supervisor técnico de natação da CBDA, porém, lembra
que poucos já tiveram acesso ao
bloco. "Ele tem que ser distribuído de forma igualitária. Ainda não chegou ao Brasil."
NA TV - Etapa de Estocolmo
Sportv, ao vivo, às 15h40
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