São Paulo, quarta-feira, 11 de novembro de 2009

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TÊNIS

Bairrista não; tenista!


É bom ter Copa Petrobras em Aracaju, mas só em São Paulo existe público interessado em assistir a tênis de verdade


RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA

É SEXTA-FEIRA , fim de tarde, e o trânsito de São Paulo, normalmente horrível, já está quase caótico. Para piorar, está começando mais um feriado prolongado -e milhares de paulistanos saem apressadamente da cidade para voltar a trabalhar só na terça-feira.
Enquanto isso, em uma região das mais nobres da cidade, dentro de um clube elitista, rola um torneio de segunda linha, da série challenger. Em quadra, nenhuma estrela: o brasileiro, o gaúcho Franco Ferreiro, e o espanhol David Marrero, que jogam nesse momento, estão bem longe da lista dos cem melhores do mundo.
Mais: faz frio, e talvez ainda chova.
Apesar disso, e sem propaganda na TV ou nos jornais, sem alarde na internet, tente procurar um lugar para assistir ao jogo: não há!
As arquibancadas estão cheias, e quem chega -e não para de chegar gente- precisa procurar cuidadosamente um lugar nos intervalos.
Funcionários de uma empresa, casais iniciantes, de todas as idades, estudantes curiosos, crianças com raquetes nas costas, é esse o público eclético e ansioso em São Paulo.
No fim, Ferreiro perdeu o jogo e a vaga nas semifinais da Copa Petrobras, mas nem por isso o público chorou: aplausos para as jogadas, ao perdedor e ao ganhador. O público ficava a meros quatro metros da quadra, e o juiz de cadeira não precisou pedir silêncio uma única vez.
Não há dúvida de que é bom que os organizadores e patrocinadores levem os torneios para todo o país.
Não há dúvida de que uma Copa Petrobras em Aracaju é bacana, que em Belo Horizonte é um ótimo programa. Ninguém contesta o fato de que o litoral baiano e um resort à beira da praia ajudam a atrair tenistas de primeira linha ao Brasil Open.
Mas só em São Paulo querer ver tênis profissional, de qualquer categoria, é um desejo, uma opção, e não programa social. Só em São Paulo, trânsito e frio não tiram a vontade de ver o 178º do mundo contra o 153º. Só em São Paulo, um torneio não atrai pelas bebidas alcoólicas gratuitas que serve aos bacanas no camarote, mas "apenas" pela chance de ver tênis profissional de verdade.

CHALLENGER DE MEDELLÍN
João Souza, o Feijão, foi vice ao perder de Juan Ignacio Chela.

FUTURE DE PORTO ALEGRE
Em final argentina, Juan Pablo Amado ficou com o título.

CREDICARD MASTERCARD
Rafael Rondino, Nathaly Kurata (18), Thiago Monteiro, Sabrina dos Reis (16), Silas Araújo, Carolina Meligeni Alves (14), Renato Rosa Júnior e Julia Gomide (12) foram os campeões do Masters.

ERREI
Pete Sampras nunca venceu Stefan Edberg em Grand Slam. Edberg é que ganhou (EUA e Austrália). reandaku@uol.com.br


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