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CIDA SANTOS
Sem fantasia
Na Superliga, resta ficar de olho na nova geração e saber quem pode chegar à seleção, que terá um 2007 bem cheio
DEPOIS DO bicampeonato
mundial, o vôlei brasileiro
cai na realidade dos torneios
de clube. A Superliga masculina, que
começou anteontem, só tem um jogador da seleção, o ponteiro Samuel
Fuchs, e um calendário duro para os
atletas, com a inacreditável e absurda média de três jogos por semana.
Em uma das inúmeras entrevistas
que deu na última semana, o ponteiro Giba lamentou ter que voltar para
a Itália. Declarou que gostaria de jogar no Brasil e que esperava que os
títulos levassem as empresas a investir mais nos clubes para que ele e
seus companheiros de seleção pudessem voltar ao país.
Seria bom que a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) conseguisse
organizar o campeonato de clubes
com o mesmo sucesso que administra as seleções. Mas o caminho é ainda longo. Os clubes têm pouca autonomia nas decisões, e muitos sofrem
para manter os seus times.
Os jogadores que se destacam logo
recebem proposta para ir embora.
Difícil competir com os salários dos
clubes europeus. Lembra do Sidão?
O central do time de Florianópolis,
campeão brasileiro e uma das revelações da última Superliga, já foi para a Itália. Está jogando no Modena.
Lá na Itália, Giba, Ricardinho,
Gustavo e companhia disputam um
campeonato com os melhores jogadores do mundo, com um jogo por
semana e organizado pela Liga de
Clubes. Aqui no Brasil, ainda nem se
pensa em formar uma liga dos times.
Quem organiza e manda é a CBV.
Resta ficar de olho na nova geração, que ganhou espaço nos clubes.
Aliás, quem acompanhou a estréia
do Florianópolis no sábado, contra o
São Leopoldo, viu belas jogadas. O
levantador Bruninho, no melhor estilo Ricardinho, ousou, acelerou bolas que pareciam impossíveis e deu
show. Ele logo vai disputar a vaga de
reserva de Ricardinho na seleção.
Aliás, vale lembrar que em 2007 o
Brasil terá cinco torneios: Liga
Mundial, Pan do Rio, Copa América,
Sul-Americano e Copa do Mundo. O
técnico Bernardinho terá que priorizar algumas competições para os
jogadores terem mais tempo de férias. Ricardinho e Giba já manifestaram cansaço e dificuldade de ficar
muito tempo longe da família.
Giba afirmou que, com a filha dele
(Nicoll) crescendo, está cada vez
mais complicado passar um mês
longe de casa. "No ano que vem, será
difícil: cinco campeonatos. Tem que
rever bem se vamos jogar todos esses torneios."
Ricardinho segue a mesma linha.
A sugestão dele é que seja dada folga
aos mais experientes em alguns torneios, o que serviria de oportunidade para os mais jovens jogarem.
A prioridade é o Pan-Americano, o
único título que falta à seleção e que
vai ser disputado no Brasil. Mas a
Copa do Mundo é classificatória para os Jogos de Pequim. O Sul-Americano vale vaga na Copa do Mundo.
Sobram a Liga Mundial e a Copa
América. Ou seja, a equação não é
tão fácil assim.
DESPEDIDA ITALIANA
O quinto lugar no Mundial já
causou baixa na Itália. Papi, 33,
anunciou que não defenderá mais a
seleção. O atacante faturou dois títulos mundiais, em 94 e 98, e era
um dos ponteiros titulares. Antes
do Mundial, ele defendeu a saída do
atual técnico, Gianpaolo Montali.
EUROPEU
O Pesaro, dirigido por Zé Roberto Guimarães e que tem Mari e
Sheilla, está invicto na Liga dos
Campeões, com duas vitórias, a última delas sobre o Istambul, do técnico Marco Aurélio Motta.
PENEIRA
Hoje e amanhã será feita a peneira do Banespa. Podem participar
meninos nascidos de 1988 a 1991.
Os testes serão a partir das 8h. Local: avenida Kennedy, 1.155, São
Bernardo. Tel.: 0/xx/11/4123-7842.
cidasan@uol.com.br
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