São Paulo, segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

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CIDA SANTOS

Sem fantasia

Na Superliga, resta ficar de olho na nova geração e saber quem pode chegar à seleção, que terá um 2007 bem cheio

DEPOIS DO bicampeonato mundial, o vôlei brasileiro cai na realidade dos torneios de clube. A Superliga masculina, que começou anteontem, só tem um jogador da seleção, o ponteiro Samuel Fuchs, e um calendário duro para os atletas, com a inacreditável e absurda média de três jogos por semana.
Em uma das inúmeras entrevistas que deu na última semana, o ponteiro Giba lamentou ter que voltar para a Itália. Declarou que gostaria de jogar no Brasil e que esperava que os títulos levassem as empresas a investir mais nos clubes para que ele e seus companheiros de seleção pudessem voltar ao país. Seria bom que a CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) conseguisse organizar o campeonato de clubes com o mesmo sucesso que administra as seleções. Mas o caminho é ainda longo. Os clubes têm pouca autonomia nas decisões, e muitos sofrem para manter os seus times.
Os jogadores que se destacam logo recebem proposta para ir embora. Difícil competir com os salários dos clubes europeus. Lembra do Sidão? O central do time de Florianópolis, campeão brasileiro e uma das revelações da última Superliga, já foi para a Itália. Está jogando no Modena.
Lá na Itália, Giba, Ricardinho, Gustavo e companhia disputam um campeonato com os melhores jogadores do mundo, com um jogo por semana e organizado pela Liga de Clubes. Aqui no Brasil, ainda nem se pensa em formar uma liga dos times. Quem organiza e manda é a CBV.
Resta ficar de olho na nova geração, que ganhou espaço nos clubes. Aliás, quem acompanhou a estréia do Florianópolis no sábado, contra o São Leopoldo, viu belas jogadas. O levantador Bruninho, no melhor estilo Ricardinho, ousou, acelerou bolas que pareciam impossíveis e deu show. Ele logo vai disputar a vaga de reserva de Ricardinho na seleção.
Aliás, vale lembrar que em 2007 o Brasil terá cinco torneios: Liga Mundial, Pan do Rio, Copa América, Sul-Americano e Copa do Mundo. O técnico Bernardinho terá que priorizar algumas competições para os jogadores terem mais tempo de férias. Ricardinho e Giba já manifestaram cansaço e dificuldade de ficar muito tempo longe da família.
Giba afirmou que, com a filha dele (Nicoll) crescendo, está cada vez mais complicado passar um mês longe de casa. "No ano que vem, será difícil: cinco campeonatos. Tem que rever bem se vamos jogar todos esses torneios." Ricardinho segue a mesma linha.
A sugestão dele é que seja dada folga aos mais experientes em alguns torneios, o que serviria de oportunidade para os mais jovens jogarem. A prioridade é o Pan-Americano, o único título que falta à seleção e que vai ser disputado no Brasil. Mas a Copa do Mundo é classificatória para os Jogos de Pequim. O Sul-Americano vale vaga na Copa do Mundo.
Sobram a Liga Mundial e a Copa América. Ou seja, a equação não é tão fácil assim.

DESPEDIDA ITALIANA
O quinto lugar no Mundial já causou baixa na Itália. Papi, 33, anunciou que não defenderá mais a seleção. O atacante faturou dois títulos mundiais, em 94 e 98, e era um dos ponteiros titulares. Antes do Mundial, ele defendeu a saída do atual técnico, Gianpaolo Montali.

EUROPEU
O Pesaro, dirigido por Zé Roberto Guimarães e que tem Mari e Sheilla, está invicto na Liga dos Campeões, com duas vitórias, a última delas sobre o Istambul, do técnico Marco Aurélio Motta.

PENEIRA
Hoje e amanhã será feita a peneira do Banespa. Podem participar meninos nascidos de 1988 a 1991. Os testes serão a partir das 8h. Local: avenida Kennedy, 1.155, São Bernardo. Tel.: 0/xx/11/4123-7842.

cidasan@uol.com.br


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