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"Mundial de clube" começa no Japão
Candidata a mais fraca edição do interclubes da Fifa não vê adversário capaz de superar o favorito Manchester United
Já criticado por reunir times
semiprofissionais, torneio
não terá nem uma equipe
sul-americana de peso para
fazer frente a europeus
RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Mundial de Clubes da Fifa,
que começa hoje, poderia ser
chamado neste ano de Mundial
de Clube. A menos que o Japão
seja palco de uma catástrofe, o
Manchester United não parece
ter adversários à altura.
A competição interclubes,
que adotou o formato com todos os campeões continentais
desde 2005, conta com o maior
hiato entre seus favoritos.
De um lado da disputa está o
atual campeão inglês, europeu
e dono do provável melhor jogador do mundo, o atacante
português Cristiano Ronaldo.
Do outro estão clubes como o
neozelandês Waitakere United, que conta com atletas semiprofissionais e abre, às 8h45,
em Tóquio, o Mundial, contra o
Adelaide United, da Austrália,
país cuja federação migrou à
Ásia há dois anos.
A diferença de 2008 em relação aos anos anteriores é que
desta vez não há nem a presença de uma força tradicional sul-americana para atrapalhar o
milionário time europeu.
A LDU, do Equador, zebra
que venceu o Fluminense na final da Libertadores, ainda se
desfez de alguns de seus principais atletas, como o atacante
Guerrón, que se transferiu para
o Getafe, da Espanha.
A menos que os egípcios do
Al Ahly, hexacampeões africanos, os japoneses do Gamba
Osaka, atuais senhores da Ásia,
ou os mexicanos do Pachuca, os
melhores da Concacaf, se superem, o Manchester deverá conquistar o mundo novamente.
"Somos a única equipe britânica que venceu esse título e,
para mim, é um dos maiores
feitos do clube", afirmou o técnico Alex Ferguson, que dirigiu
o time na vitória sobre o Palmeiras (1 a 0), em 1999. Daquele grupo, só restaram Gary Neville, Paul Scholes e Ryan Giggs.
O baixo nível técnico esperado em Tóquio, Toyota e Yokohama, as três sedes do torneio,
deverá aumentar as críticas ao
atual formato do Mundial.
No ano passado, quando o
Waitakere United já havia levado dois gols em menos de cinco
minutos de jogo dos iranianos
do Sepahan, na partida inicial
do torneio, o próprio presidente da Fifa, Joseph Blatter, reconheceu que aquilo afetava a
credibilidade da disputa.
Apesar da abertura aos demais campeões continentais, a
luta pelo posto de melhor time
do mundo, que até 2004 era
restrita a Europa e América do
Sul, continua com a mesma cara do antigo interclubes, agora
acrescido de coadjuvantes.
Em 2005, São Paulo e Liverpool decidiram a taça. No ano
seguinte, foi a vez de Internacional e Barcelona. Na última
edição, Milan e Boca Juniors
duelaram no Japão.
Ao todo, os sul-americanos
ostentam 25 taças, contra 22
dos europeus. Argentina e Brasil, com nove títulos cada um,
lideram a lista dos campeões.
"Vamos encontrar estilos diferentes. Os times não defendem e atacam do mesmo modo
no mundo todo. Sei que a LDU
é uma equipe muito boa, rápida
e agressiva", disse Ferguson.
O treinador terá sua força
máxima, com Ronaldo, Rooney, Tevez e companhia.
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