São Paulo, quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

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"Mundial de clube" começa no Japão

Candidata a mais fraca edição do interclubes da Fifa não vê adversário capaz de superar o favorito Manchester United

Já criticado por reunir times semiprofissionais, torneio não terá nem uma equipe sul-americana de peso para fazer frente a europeus


RENAN CACIOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Mundial de Clubes da Fifa, que começa hoje, poderia ser chamado neste ano de Mundial de Clube. A menos que o Japão seja palco de uma catástrofe, o Manchester United não parece ter adversários à altura.
A competição interclubes, que adotou o formato com todos os campeões continentais desde 2005, conta com o maior hiato entre seus favoritos.
De um lado da disputa está o atual campeão inglês, europeu e dono do provável melhor jogador do mundo, o atacante português Cristiano Ronaldo.
Do outro estão clubes como o neozelandês Waitakere United, que conta com atletas semiprofissionais e abre, às 8h45, em Tóquio, o Mundial, contra o Adelaide United, da Austrália, país cuja federação migrou à Ásia há dois anos.
A diferença de 2008 em relação aos anos anteriores é que desta vez não há nem a presença de uma força tradicional sul-americana para atrapalhar o milionário time europeu.
A LDU, do Equador, zebra que venceu o Fluminense na final da Libertadores, ainda se desfez de alguns de seus principais atletas, como o atacante Guerrón, que se transferiu para o Getafe, da Espanha.
A menos que os egípcios do Al Ahly, hexacampeões africanos, os japoneses do Gamba Osaka, atuais senhores da Ásia, ou os mexicanos do Pachuca, os melhores da Concacaf, se superem, o Manchester deverá conquistar o mundo novamente.
"Somos a única equipe britânica que venceu esse título e, para mim, é um dos maiores feitos do clube", afirmou o técnico Alex Ferguson, que dirigiu o time na vitória sobre o Palmeiras (1 a 0), em 1999. Daquele grupo, só restaram Gary Neville, Paul Scholes e Ryan Giggs.
O baixo nível técnico esperado em Tóquio, Toyota e Yokohama, as três sedes do torneio, deverá aumentar as críticas ao atual formato do Mundial.
No ano passado, quando o Waitakere United já havia levado dois gols em menos de cinco minutos de jogo dos iranianos do Sepahan, na partida inicial do torneio, o próprio presidente da Fifa, Joseph Blatter, reconheceu que aquilo afetava a credibilidade da disputa.
Apesar da abertura aos demais campeões continentais, a luta pelo posto de melhor time do mundo, que até 2004 era restrita a Europa e América do Sul, continua com a mesma cara do antigo interclubes, agora acrescido de coadjuvantes.
Em 2005, São Paulo e Liverpool decidiram a taça. No ano seguinte, foi a vez de Internacional e Barcelona. Na última edição, Milan e Boca Juniors duelaram no Japão.
Ao todo, os sul-americanos ostentam 25 taças, contra 22 dos europeus. Argentina e Brasil, com nove títulos cada um, lideram a lista dos campeões.
"Vamos encontrar estilos diferentes. Os times não defendem e atacam do mesmo modo no mundo todo. Sei que a LDU é uma equipe muito boa, rápida e agressiva", disse Ferguson.
O treinador terá sua força máxima, com Ronaldo, Rooney, Tevez e companhia.


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