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FUTEBOL
Fundo norte-americano fretará ônibus e pode subsidiar ingresso dos torcedores na final do Mundial
HMTF banca "invasão" corintiana
FERNANDO MELLO
da Reportagem Local
O fundo de investimentos norte-americano HMTF
(Hicks, Muse, Tate
& Furst) vai bancar
a "invasão" dos corintianos no Rio de Janeiro, local
da final do Mundial de Clubes da
Fifa, na sexta-feira.
O parceiro do Corinthians vai
dar transporte aos torcedores que
quiserem acompanhar a equipe
no Maracanã, contra o Vasco ou o
Necaxa, do México.
A definição do adversário corintiano aconteceria ontem à noite,
também no mesmo estádio.
O número de ônibus que o fundo fretará depende da cota de ingressos a que o Corinthians terá
direito. Uma reunião hoje às 11h
define a quantidade de entradas
que serão vendidas em São Paulo
(leia texto abaixo).
"Nossa intenção é ajudar o torcedor a acompanhar o Corinthians no Rio. Vamos fazer o possível para levar a torcida ao Maracanã, fretar ônibus. Nosso maior
problema é o tempo, já que o jogo
é na sexta, e a logística é complicada", afirmou à Folha Marcos Caruso, diretor de marketing da
Teamco, empresa ligada ao
HMTF, responsável, a partir de
agora, pelas ações mercadológicas de Corinthians e Cruzeiro.
Não está descartado também o
subsídio de ingressos pelo HMTF.
"Esse é um dia histórico para todo
corintiano. O que vamos fazer pelos torcedores depende do adversário e do número de ingressos.
Tudo o que pudermos fazer pela
torcida vamos fazer. Se for o caso,
podemos até subsidiar os ingressos para lotar o Maracanã", disse
Carlos Nujud, diretor de futebol
do Corinthians.
O presidente da Gaviões, José
Carlos de Almeida Moraes, o
Dentinho, foi informado pela reportagem da iniciativa do HMTF.
"O Hicks vai pagar a viagem?
Meu Deus. Essa notícia é maravilhosa, porque o preço do pacote
vai ser bem mais baixo. Ninguém
tem muito dinheiro para gastar.
Vamos poder cobrar apenas o valor do ingresso", declarou.
Essa não é a primeira vez que o
HMTF dá ajuda à maior uniformizada do Corinthians. Na segunda partida final do Brasileiro-99, contra o Atlético-MG, o parceiro corintiano desviou 4.000 ingressos da bilheteria para vender
diretamente a integrantes da Gaviões da Fiel.
A intenção do fundo norte-americano, com essas iniciativas,
é estreitar o relacionamento com
a organizada, sabidamente um
grupo com força política no clube.
Para Dentinho, o relacionamento da torcida com o HMTF tem sido bom. "Todo começo de namoro é bom. Eles estão cumprindo
tudo o que prometeram. Agora a
empresa tem que fazer o estádio,
que é o que nos falta. Todo corintiano sonha em ter sua casa, e esse
sonho está próximo."
De acordo com o presidente da
Gaviões, a "invasão" corintiana
no Rio para acompanhar a final
do Mundial na sexta-feira deve
ser em menor escala do que o que
aconteceu em 1976, quando o Corinthians já amargava um período
de 22 anos sem títulos e disputou
a semifinal do Campeonato Brasileiro com o Fluminense.
À época, estimou-se que 60 mil
corintianos viajaram à capital fluminense para torcer pelo clube.
Apoiado pelos paulistas, o Corinthians acabou conquistando a vaga para a decisão do Nacional,
mas não conseguiu quebrar o jejum de títulos. Foi derrotado pelo
Inter na final da competição e só
conseguiu um campeonato no
ano seguinte, no Paulista-77, contra a Ponte Preta.
"Aquele era outro tempo, os
torcedores tinham mais dinheiro,
houve mais tempo para um planejamento. Além disso, aquela
partida foi em um fim-de-semana, não na sexta. Muita gente não
vai porque não pode faltar no trabalho. Mas espero um bom número de corintianos no Maracanã", afirmou Dentinho.
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