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Clube reduz em 50% a folha de pagamento da era HMTF e diz que pagou caro pelos novos reforços
Corinthians mostra hoje o time mais barato desde 97
RICARDO PERRONE
DA REPORTAGEM LOCAL
O Corinthians apresenta hoje o
seu time mais barato desde 1997,
quando iniciou a era das parcerias
em seu departamento de futebol.
A equipe, que faz pela manhã
seu primeiro treino na temporada, tem a menor folha de pagamento do clube nos últimos anos.
Segundo o presidente corintiano, Alberto Dualib, os gastos salariais foram reduzidos em 50%
desde o fim do acordo com o
HMTF, em setembro de 2002.
Na ocasião, a despesa mensal
com salários era de R$ 2,2 milhões. Em 2004, será de R$ 1,1 milhão, cerca de R$ 400 mil a menos
em relação ao início de 2003.
"O Corinthians está se adequando ao novo cenário do futebol brasileiro, com diminuição de
todas as receitas, como cotas de
televisão e receita de bilheteria",
declarou Dualib.
Segundo o dirigente, em 2000,
os gastos totais com o departamento de futebol foram de R$ 52
milhões. "Encerramos 2003 com
despesas de R$ 32 milhões."
A redução ainda não satisfez o
clube. "Em algumas contratações,
vamos pagar salários maiores do
que deveríamos", disse Andrés
Sanchez, um dos vices corintianos
responsáveis pelo novo time.
O caso mais emblemático da
nova fase é o de Rincón. Parado
há dois anos, ele voltou ao clube
para ganhar menos de R$ 50 mil.
Em 2000, quando foi para o
Santos, receberia US$ 180 mil para assinar um novo contrato com
o time do Parque São Jorge.
O colombiano terá rendimentos
inferiores aos de Vampeta, jogador que irá substituir. O volante
pentacampeão do mundo com a
seleção, que não teve o seu contrato renovado, recebia R$ 120 mil
entre salário e direitos de imagem.
Apesar da queda em seus vencimentos, Rincón ganhará bem
mais do que outros contratados.
O meia-atacante Adrianinho,
ex-Ponte Preta, por exemplo, embolsará R$ 27 mil -R$ 15 mil de
salários e R$ 12 mil de luvas-,
enquanto o volante Careca, último reforço anunciado pelo clube,
receberá menos de R$ 20 mil.
Entre os novatos, o mais bem
pago será o goleiro Fábio Costa. O
ex-santista ganhará R$ 80 mil (o
teto salarial para os recém-contratados), mais R$ 20 mil mensais
de luvas. Ele só fica atrás do lateral-direito Rogério, vinculado ao
HMTF e que recebe R$ 120 mil.
O salário do capitão corintiano
pode ser motivo de inveja para os
companheiros, mas perde para os
vencimentos de outros atletas que
atingiram o teto salarial na época
das parcerias. Em 1997, com o dinheiro do banco Excel, seu primeiro parceiro, o Corinthians pagava R$ 150 mil mensais a Túlio.
Com o fim do passe, os corintianos gastaram menos para contratar. A maioria dos 12 novatos não
tinha vínculo com nenhum clube.
Em 99, o HMTF gastou US$ 25
milhões em dez reforços. Só para
tirar o lateral César Prates do Real
Madrid foi investido US$ 1,2 milhão. Dois anos antes, o banco Excel gastara US$ 16 milhões em novos atletas para o time.
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