São Paulo, quarta-feira, 12 de janeiro de 2005

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PATROCÍNIO

Estatal aumenta gastos com o esporte em 22%, abandona os campeões olímpicos para amparar emergentes

Petrobras deixa vela e abraça handebol

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco meses após um duplo ouro olímpico em Atenas, a Petrobras decidiu deixar o patrocínio da equipe nacional de vela. Em compensação, apoiará ainda mais o handebol, esporte que nunca subiu ao pódio em Olimpíadas.
O esporte é apontado pela empresa como a modalidade com maior potencial de crescimento.
"Lógico que a vela deu um bom retorno em 2004. Mas queremos mostrar que estamos preocupados também em desenvolver o esporte brasileiro", afirma Cláudio Thompson, coordenador de patrocínios esportivos da Petrobras.
A empresa investirá R$ 45 milhões no esporte neste ano, um aumento de 22% em relação a 2004. Além do handebol, a estatal apoiará surfe, automobilismo e futebol, com o patrocínio do Flamengo, feito em conjunto com a BR Distribuidora, sua subsidiária.
"Houve correção monetária em alguns projetos nossos. Outros esportes receberam aumento de recursos", explica Thompson.
O surfe receberá R$ 1,1 milhão e terá uma etapa a mais, disputada no Nordeste, da seletiva masculina para o SuperSurf, o Campeonato Brasileiro da modalidade.
Já o handebol contará com uma verba de R$ 2,2 milhões neste ano. Em 2004, o esporte tinha contrato de R$ 800 mil, mas recebeu mais R$ 700 mil para preparar as seleções nacionais para a Olimpíada.
A vela, por outro lado, perdeu os R$ 700 mil usados para bancar salários dos velejadores da equipe olímpica brasileira. Esse valor foi canalizado para o handebol. "Nos três anos em que ficamos com a vela [2002 a 2004], o esporte ganhou visibilidade e novos patrocinadores. Agora, decidimos ficar só no handebol", diz Thompson.
Uma das iniciativas será o patrocínio das Ligas Nacionais masculina e feminina. Em ambas, o objetivo da confederação é conseguir pôr dez clubes na disputa.
Com orçamento mais polpudo, o presidente da CBH, Manoel Luiz Oliveira, também quer aumentar o intercâmbio da seleção brasileira com outros países.
"Faremos amistosos na Europa e queremos trazer equipes de ponta para atuar no Brasil. Também iremos promover uma Copa Petrobras, com a participação de times de fora", conta Oliveira.
As datas e os locais serão acertadas em conjunto com a empresa.
"Vamos discutir e ver em quais lugares eles têm interesse em promover as competições", aponta Fabiano Redondo, diretor de marketing da confederação.
O Brasil abrigará, neste ano, em Blumenau (SC), os Pan-Americanos masculino e feminino das categorias júnior e cadete. O Pan feminino adulto também será disputado no país, no ginásio Poliesportivo de São Bernardo (SP).
Mas os torneios mais importantes da seleção nacional serão os Mundiais. O masculino começa no dia 23, na Tunísia. A competição feminina será em São Petersburgo, na Rússia, em dezembro.
"Nossa seleção feminina vai subir ao pódio nos Jogos de Pequim [em 2008]", promete Oliveira.
Para atingir esse objetivo, a equipe terá que dar um salto técnico. Badalada por uma vitória contra a Dinamarca, então bicampeã olímpica, em amistoso, a seleção chegou a Atenas falando até em chegar ao pódio. Teve que se contentar com o sétimo lugar.


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