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PATROCÍNIO
Estatal aumenta gastos com o esporte em 22%, abandona os campeões olímpicos para amparar emergentes
Petrobras deixa vela e abraça handebol
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Cinco meses após um duplo ouro olímpico em Atenas, a Petrobras decidiu deixar o patrocínio
da equipe nacional de vela. Em
compensação, apoiará ainda mais
o handebol, esporte que nunca
subiu ao pódio em Olimpíadas.
O esporte é apontado pela empresa como a modalidade com
maior potencial de crescimento.
"Lógico que a vela deu um bom
retorno em 2004. Mas queremos
mostrar que estamos preocupados também em desenvolver o esporte brasileiro", afirma Cláudio
Thompson, coordenador de patrocínios esportivos da Petrobras.
A empresa investirá R$ 45 milhões no esporte neste ano, um
aumento de 22% em relação a
2004. Além do handebol, a estatal
apoiará surfe, automobilismo e
futebol, com o patrocínio do Flamengo, feito em conjunto com a
BR Distribuidora, sua subsidiária.
"Houve correção monetária em
alguns projetos nossos. Outros esportes receberam aumento de recursos", explica Thompson.
O surfe receberá R$ 1,1 milhão e
terá uma etapa a mais, disputada
no Nordeste, da seletiva masculina para o SuperSurf, o Campeonato Brasileiro da modalidade.
Já o handebol contará com uma
verba de R$ 2,2 milhões neste ano.
Em 2004, o esporte tinha contrato
de R$ 800 mil, mas recebeu mais
R$ 700 mil para preparar as seleções nacionais para a Olimpíada.
A vela, por outro lado, perdeu
os R$ 700 mil usados para bancar
salários dos velejadores da equipe
olímpica brasileira. Esse valor foi
canalizado para o handebol. "Nos
três anos em que ficamos com a
vela [2002 a 2004], o esporte ganhou visibilidade e novos patrocinadores. Agora, decidimos ficar
só no handebol", diz Thompson.
Uma das iniciativas será o patrocínio das Ligas Nacionais masculina e feminina. Em ambas, o
objetivo da confederação é conseguir pôr dez clubes na disputa.
Com orçamento mais polpudo,
o presidente da CBH, Manoel
Luiz Oliveira, também quer aumentar o intercâmbio da seleção
brasileira com outros países.
"Faremos amistosos na Europa
e queremos trazer equipes de
ponta para atuar no Brasil. Também iremos promover uma Copa
Petrobras, com a participação de
times de fora", conta Oliveira.
As datas e os locais serão acertadas em conjunto com a empresa.
"Vamos discutir e ver em quais
lugares eles têm interesse em promover as competições", aponta
Fabiano Redondo, diretor de
marketing da confederação.
O Brasil abrigará, neste ano, em
Blumenau (SC), os Pan-Americanos masculino e feminino das categorias júnior e cadete. O Pan feminino adulto também será disputado no país, no ginásio Poliesportivo de São Bernardo (SP).
Mas os torneios mais importantes da seleção nacional serão os
Mundiais. O masculino começa
no dia 23, na Tunísia. A competição feminina será em São Petersburgo, na Rússia, em dezembro.
"Nossa seleção feminina vai subir ao pódio nos Jogos de Pequim
[em 2008]", promete Oliveira.
Para atingir esse objetivo, a
equipe terá que dar um salto técnico. Badalada por uma vitória
contra a Dinamarca, então bicampeã olímpica, em amistoso, a
seleção chegou a Atenas falando
até em chegar ao pódio. Teve que
se contentar com o sétimo lugar.
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