São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 2006

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TÊNIS

Após briga na Justiça, presidentes da CBT e federação mineira fazem acordo

Davis em BH sela paz entre cartolas

TATIANA CUNHA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um acordo entre os ex-inimigos Jorge Lacerda da Rosa, presidente da Confederação Brasileira de Tênis, e Miguel Bechara, que preside a federação mineira da modalidade, assegurou à cidade de Belo Horizonte o direito de receber a próxima etapa da Copa Davis a ser realizada em terras brasileiras.
Os dois dirigentes entraram em conflito quando a federação de Minas foi à Justiça contestar a eleição de Rosa, em dezembro de 2004. A pendenga se arrastou pelos primeiros meses do ano passado, quando um juiz determinou que o pleito fosse anulado e nomeou um interventor para a entidade. Após idas e vindas, Rosa acabou assumindo o comando da CBT definitivamente, apesar de enfrentar protestos da oposição.
Será a primeira vez que a capital de Minas abrigará um confronto válido pelo torneio entre países.
A data, porém, ainda é incerta. Caso o Brasil passe pelo Peru, em duelo que será definido na tarde de hoje, a próxima parada da equipe comandada por Fernando Meligeni será no Equador.
O duelo seguinte aconteceria em território equatoriano, de 7 a 9 de abril, e valeria vaga na repescagem do Grupo Mundial, que reúne a elite da Davis, da qual o Brasil foi excluído em setembro de 2003.
Caso ganhe do Equador, as partidas que valerão o retorno à nata da competição serão realizadas então em Belo Horizonte.
"Já está tudo acertado entre a federação mineira, a CBT e o Rogério [Romero, subsecretário estadual de Esportes]. Hoje há 100% de chances de a Davis acontecer aqui", disse Bechara à Folha.
O local dos jogos ainda não está definido: poderá ser no Mineirinho ou em outro lugar que ofereça a infra-estrutura necessária.
A corrida agora é atrás de patrocínios e acordos para fazer do evento um negócio lucrativo.
"Vamos buscar recursos para a realização do evento e pretendo conversar com o Aécio [Neves, governador de Minas] para tentar fazer um acordo com a prefeitura e o Estado", falou o dirigente mineiro. "Vamos em busca de patrocinadores. Preciso fazer com que a federação também ganhe dinheiro", finalizou Bechara.
Pelo acordo, a arrecadação com os ingressos dos jogos seria dividida entre a CBT e a federação mineira. Segundo Bechara, o dinheiro dos direitos de transmissão de TV iria para a confederação.
Rosa, que está no Peru, não foi localizado pela reportagem.
A realização da Davis em Minas é um novo capítulo no processo de reconciliação entre os dirigentes. O primeiro passo foi dado no fim do ano passado, quando Bechara retirou o processo que movia contra a eleição de Rosa.
"Entrei nessa briga porque achei que tinha algo de errado com aquela eleição. Depois de um ano na Justiça, percebi que nada ia acontecer, já que nosso sistema judiciário é muito lento", declarou. "Como não havia uma definição, pensei: defino eu."
O segundo passo foi dado em janeiro, com o anúncio da volta de um dos mais tradicionais torneios infanto-juvenis do país, o Aberto do Pampulha Iate Clube.


Colaborou Adalberto Leister Filho, da Reportagem Local NA TV - Peru x Brasil, Sportv, ao vivo, às 13h

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