São Paulo, segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

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CIDA SANTOS

Onda brasileira na Espanha

Em um campeonato que lota ginásios, times se reforçam com técnicos do Brasil para brilhar em casa e na Europa

A ESPANHA, país sem tradição no vôlei, está investindo em seu campeonato nacional feminino. Os objetos de desejo dos espanhóis agora são os técnicos do Brasil. Os dois principais times do país são dirigidos por brasileiros: Paulo Coco assumiu o Murcia, e Rafael Prado comanda o Tenerife.
O Tenerife é o time com mais tradição. Nesta temporada, contratou Claudinho Pinheiro, assistente de José Roberto Guimarães na seleção.
Por causa de problemas de saúde de sua filha, Claudinho ficou só dois meses na Europa e voltou para o Pinheiros. No seu lugar, entrou Prado.
O Murcia ganhou um grande patrocínio de uma construtora, o Grupo 2002, e o seu presidente, Evedasto Lifante, investiu alto. Ele transformou o time, até então modesto, no principal adversário do Tenerife. Foi em busca de estrelas do vôlei internacional e não economizou.
A grande contratação do Murcia foi a russa Lioubov Sokolova: 500 mil por temporada (cerca de R$ 1,4 milhão). Um dos maiores contratos da história do vôlei feminino. O time também tem a americana Nancy Metcalf, a polonesa Glinka e, nesta semana, ganha o reforço de Fernanda Venturini.
O desafio de Paulo Coco é vencer o Espanhol, a Copa da Rainha, principais torneios do país, e a Top Teams, que reúne times europeus.
No Espanhol, o Murcia está dois pontos atrás do líder Tenerife. O jogo que perdeu para o rival custou o emprego do técnico anterior, Pascual Saurín.
A semana passada foi boa para o Murcia. O time venceu o Cherkasy, da Ucrânia, por 3 a 0 e está na fase final da Top Teams. No sábado, na estréia de Paulo Coco, a vitória foi também por 3 a 0 sobre o Patrícia Menorca, pela sétima rodada do returno do Espanhol.
Mas pressão não vai faltar em Coco. Na Espanha, os presidentes dos times são poderosos. Conseguem patrocínio mas também mandam e desmandam no time.
No Murcia, quem dá as cartas é Lifante. No Tenerife, Quico Cabrera. Claudinho Pinheiro conta que ficou impressionado como a torcida lota os ginásios na Espanha. Mesmo quando o jogo é fraco, o público gira em torno de 2.500 fãs. Em dia de grandes partidas, chega a 8.000 torcedores. Uma maravilha se comparado com a nossa Superliga.
O problema é a qualidade técnica. Dos 14 times do Espanhol, só quatro são bons ou medianos: Murcia, Tenerife (da americana Logan Tom e da cubana Ana Ivis Fernandez), o Cantur (da brasileira Rosângela) e o Albacete (de Andréa Marras e Luciana Marques). Claudinho Pinheiro aponta outra deficiência: a falta de preocupação com a preparação física. Os times não têm um profissional específico nessa área. O técnico, ou seu auxiliar, acumula a função. "A Espanha ainda está muito distante de Brasil e Itália. Tem que investir mais na preparação física."

EUROPEU
O Tenerife derrotou o Pesaro, de José Roberto Guimarães e das atacantes Mari e Sheilla, na disputa por vaga na fase final da Liga dos Campeões. A vitória foi por 3 sets a 1 (25/13, 25/22, 20/25 e 25/20). O destaque do Tenerife foi a turca Neslihan Demir, com 25 pontos.

EUROPEU 2
O Pesaro volta a enfrentar o Tenerife na quarta-feira, na Itália, e precisa vencer por 3 a 0 para se classificar. Com 3 a 1, a decisão vai para a média de pontos dos times. O Tenerife só precisa vencer dois sets.

JOGÃO DA RODADA
Os dois grandes candidatos ao título brasileiro, Rio e Osasco, se enfrentam amanhã no ginásio do Tijuca, pela última rodada da primeira fase. O Rio, de Bernardinho, é o único invicto, com 13 vitórias.


cidasan@uol.com.br

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