|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CIDA SANTOS
Onda brasileira na Espanha
Em um campeonato que lota ginásios, times se reforçam com técnicos do Brasil para brilhar em casa e na Europa
A ESPANHA, país sem tradição
no vôlei, está investindo em
seu campeonato nacional feminino. Os objetos de desejo dos espanhóis agora são os técnicos do
Brasil. Os dois principais times do
país são dirigidos por brasileiros:
Paulo Coco assumiu o Murcia, e Rafael Prado comanda o Tenerife.
O Tenerife é o time com mais tradição. Nesta temporada, contratou
Claudinho Pinheiro, assistente de
José Roberto Guimarães na seleção.
Por causa de problemas de saúde de
sua filha, Claudinho ficou só dois
meses na Europa e voltou para o Pinheiros. No seu lugar, entrou Prado.
O Murcia ganhou um grande patrocínio de uma construtora, o Grupo 2002, e o seu presidente, Evedasto Lifante, investiu alto. Ele transformou o time, até então modesto,
no principal adversário do Tenerife.
Foi em busca de estrelas do vôlei internacional e não economizou.
A grande contratação do Murcia
foi a russa Lioubov Sokolova: 500
mil por temporada (cerca de R$ 1,4
milhão). Um dos maiores contratos da história do vôlei feminino. O
time também tem a americana
Nancy Metcalf, a polonesa Glinka
e, nesta semana, ganha o reforço de
Fernanda Venturini.
O desafio de Paulo Coco é vencer
o Espanhol, a Copa da Rainha,
principais torneios do país, e a Top
Teams, que reúne times europeus.
No Espanhol, o Murcia está dois
pontos atrás do líder Tenerife. O
jogo que perdeu para o rival custou
o emprego do técnico anterior,
Pascual Saurín.
A semana passada foi boa para o
Murcia. O time venceu o Cherkasy,
da Ucrânia, por 3 a 0 e está na fase
final da Top Teams. No sábado, na
estréia de Paulo Coco, a vitória foi
também por 3 a 0 sobre o Patrícia
Menorca, pela sétima rodada do
returno do Espanhol.
Mas pressão não vai faltar em
Coco. Na Espanha, os presidentes
dos times são poderosos. Conseguem patrocínio mas também
mandam e desmandam no time.
No Murcia, quem dá as cartas é Lifante. No Tenerife, Quico Cabrera.
Claudinho Pinheiro conta que ficou impressionado como a torcida
lota os ginásios na Espanha. Mesmo quando o jogo é fraco, o público
gira em torno de 2.500 fãs. Em dia
de grandes partidas, chega a 8.000
torcedores. Uma maravilha se
comparado com a nossa Superliga.
O problema é a qualidade técnica. Dos 14 times do Espanhol, só
quatro são bons ou medianos:
Murcia, Tenerife (da americana
Logan Tom e da cubana Ana Ivis
Fernandez), o Cantur (da brasileira Rosângela) e o Albacete (de Andréa Marras e Luciana Marques).
Claudinho Pinheiro aponta outra deficiência: a falta de preocupação com a preparação física. Os times não têm um profissional específico nessa área. O técnico, ou seu
auxiliar, acumula a função. "A Espanha ainda está muito distante de
Brasil e Itália. Tem que investir
mais na preparação física."
EUROPEU
O Tenerife derrotou o Pesaro, de
José Roberto Guimarães e das atacantes Mari e Sheilla, na disputa
por vaga na fase final da Liga dos
Campeões. A vitória foi por 3 sets a
1 (25/13, 25/22, 20/25 e 25/20). O
destaque do Tenerife foi a turca
Neslihan Demir, com 25 pontos.
EUROPEU 2
O Pesaro volta a enfrentar o Tenerife na quarta-feira, na Itália, e precisa vencer por 3 a 0 para se classificar. Com 3 a 1, a decisão vai para a
média de pontos dos times. O Tenerife só precisa vencer dois sets.
JOGÃO DA RODADA
Os dois grandes candidatos ao título brasileiro, Rio e Osasco, se enfrentam amanhã no ginásio do Tijuca, pela última rodada da primeira fase. O Rio, de Bernardinho, é o
único invicto, com 13 vitórias.
cidasan@uol.com.br
Texto Anterior: Vela: Favoritos sofrem, mas vão ao Pan Próximo Texto: Juca Kfouri: Um, dois, três, o Corinthians é... Índice
|