São Paulo, quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

São Paulo dá largada em sua maratona semestral

Na primeira metade do ano, time pode atuar até 43 vezes, contra 34 no restante

São-paulinos pegam Ponte Preta, hoje, na primeiro de três partidas em seis dias, incluindo um clássico e a estreia na Taça Libertadores

Fernando Santos/Folha Imagem
O volante Arouca, que pode ser o substituto de Hernanes no São Paulo hoje diante da Ponte Preta


RODRIGO MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Até agora, era só um aquecimento. Seis jogos do Paulista, em ritmo de pré-temporada. Mas, hoje, o São Paulo inicia sua maratona do semestre diante da Ponte Preta, no Morumbi. Incluindo esse jogo, serão três em seis dias.
O cenário só vai piorar com o desenrolar da primeira metade do ano. São três competições disputadas só nesta parte da temporada: Estadual, Taça Libertadores e Brasileiro.
Serão 43 jogos no primeiro semestre, caso a equipe chegue às finais do Paulista e às semifinais do campeonato continental. Bem mais do que na segunda parte do ano, quando serão 34 partidas, se estiver na final da Libertadores e do Mundial.
É que o segundo semestre o time quase só joga pelo Nacional. Em 2008, o clube ainda tinha que atuar na Copa Sul-Americana -neste ano, está fora.
O tempo inativo, em férias ou pré-temporada, é quase igual nos dois semestre. É o desequilíbrio do calendário que cria a sobrecarga do São Paulo no início da temporada.
"O jeito é revezar ou não chega 100% aos jogos. O primeiro semestre é mais complicado mesmo", explicou o técnico são-paulino, Muricy Ramalho.
Estudo da comissão técnica já mostrou que aumentam as contusões quando os meios de semana são quase todos ocupados por jogos. É o que acontece nesta etapa do ano.
O São Paulo já não tem Eduardo Costa e Rogério contundidos, embora o estafe do clube diga que o time tem menos lesões do que a média de outras equipes brasileiras.
Para se fortalecer visando o excesso de jogos, a equipe do Morumbi tem intensificado o trabalho físico forte, mesmo com o Paulista em andamento. Só vai aliviar a carga mais para a frente da temporada.
O revezamento de atletas é feito de acordo com a observação sobre o estado físico de cada jogador. Pesagens e testes de hidratação, entre outros, são cotidianos para identificar sintomas de fadiga.
"Verificamos se um atleta tem dificuldade para recuperar o peso. E há outros critérios subjetivos, como o estado de ânimo de cada atleta. Irritabilidade, por exemplo, é um sinal", contou o preparador físico, Carlinhos Neves.
Contar com um elenco numeroso é essencial para adotar esta estratégia. Com as contratações de seis atletas, Muricy vê uma maior qualidade no seu grupo neste ano.
"Tem que ver depois que começam as competições. E pode ter contusões. Precisa de mais quantidade", analisou Muricy.
Por enquanto, com no máximo seis jogos após as férias, os jogadores não falam em serem poupados. Querem jogar.
"Com cada partida, entramos em um ritmo melhor. Quanto mais jogar, melhor. Mas, daqui a pouco, as competições vão afunilar e a comissão técnica vai ter que escolher a prioridade e adotar a estratégia", afirmou o atacante Washington.
Ao privilegiar o jogo físico, o São Paulo escolhe os atletas com melhor forma para atuar.
"Outras equipes podem poupar ou tirar o pé. Com o nosso treinador, não dá. Ele cobra muito", disse o goleiro Bosco.
Para exigir, Muricy gosta de ter tempo de treinar. Em 2008, atribuiu a arrancada ao título brasileiro ao período com um jogo por semana. Não terá isso no semestre da competições de seus sonhos: a Libertadores.


Texto Anterior: Juca Kfouri: Votar no menos ruim
Próximo Texto: Ouvidor da FPF defende pena a juiz
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.