Joel Silva/Folha Imagem

Thais (11) e Paula, depois do 2º gol brasileiro ontem

SANDRO MACEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

"Nós temos pérolas preciosas no sub-17." Não é difícil chegar à mesma constatação de Kleiton Lima, técnico da seleção feminina adulta, que proferiu a frase em conversa com Edvaldo Erlacher, treinador da equipe sub-17, campeã ontem do Sul-Americano feminino com um implacável 7 a 0 contra o Chile.
Além das finalistas, a Venezuela, terceira colocada, classificou-se para o segundo Mundial da categoria, a ser realizado em setembro, em Trinidad e Tobago.
O Brasil sobrou no Sul-Americano. Foram 41 gols em seis partidas, incluindo um 15 a 0 sobre o Equador.
Os pouco mais de mil torcedores presentes no Pacaembu ontem, em mais um quente fim de tarde, podem ter testemunhado uma nova geração de atletas com potencial para substituir as estrelas atuais, Rosana, Cristiane e, em especial, Marta.
"Essa é uma geração que promete muito. Elas ainda não são craques, mas podem chegar lá", afirma Erlacher.
Além do potencial em campo, as jovens meninas têm outras preocupações. "Concilio futebol com o estudo, como faço desde os três anos", conta a artilheira Paula, com 16 anos e 1, 73 m, que se apresenta nesta semana ao Santos. No campo, compara-se à atacante Cristiane. "Sou mais de referência."
Capitã da equipe, Thais, 17, é vaidosa -mal sai do vestiário e já está com anel e colar. Seu espelho é Marta, a quem chama de rainha. "Joguei com ela no Santos pela Libertadores, era um sonho que tinha desde pequena", revela a jovem do Santos, que pretende estudar educação física e fisioterapia.
Outro destaque da final foi a lateral-esquerdo Jucinara, 16. "Já joguei com a Rosana no Porto Alegre", diz a atleta, que pertence ao time de Assis, irmão de Ronaldinho.
Com a reverência às estrelas, ela exibe ambição e certa ousadia, próprias da idade. Exemplo: não quer esperar até 2016 e já mira os Jogos de 2012. "Estou trabalhando para isso." Para jogar com a Rosana? "Se der para ser titular e ela no banco..."
Jucinara fechou o Sul-Americano com quatro gols, dois na final, um deles olímpico, para combinar com seus anseios por 2012 e 2016.
E até as "pérolas" citadas por Lima já se renovam. "A Andressa joga como quem brinca", diz Erlacher, sobre uma das pupilas... de 14 anos.


Texto Anterior: Palmeiras não reduz maratona e poupa time
Próximo Texto: Flamengo: Clube fecha com BMG novo patrocínio
Índice