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FUTEBOL
Corinthians tenta abafar crise e segurar treinador em duelo contra São Paulo, que o confronta até fora dos gramados
Clássico desafia contadores de vantagem
EDUARDO ARRUDA
TONI ASSIS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os dois foram tomados pela
mania de grandeza. Os dois são
considerados os melhores do
país. Um deles praticamente dá
adeus a possibilidade do título hoje. Corinthians e São Paulo se enfrentam pela primeira vez em
2006 para não naufragarem na
competição que tem gosto de pré-temporada para ambos.
No Morumbi, às 16h, está certo
que nenhum dos dois liga muito
para o Estadual, mas diante da rivalidade, que se intensificou muito fora do gramado nos últimos
meses, o jogo vale o simbólico título de número 1 do Brasil.
Para o Corinthians, a vitória será ainda mais significativa. Vai
dar uma pausa no inferno instalado no Parque São Jorge após a
derrota para o Tigres, pela Libertadores. Para o técnico Antônio
Lopes, então, nem se fala.
Questionado por dirigentes do
clube e pelos atletas pratas da casa, revoltados por terem perdido
espaço no time, o treinador joga
com a corda no pescoço.
Além disso, quebrará um tabu
de três anos sem vitórias sobre o
rival. A última ocorreu na final do
Paulista de 2003. Desde então, foram oito jogos, com cinco triunfos são-paulinos e três empates.
Para o São Paulo, que vive dias
de calmaria, a vitória o deixaria
perto do líder Santos na tabela. O
time tem 26 pontos, um a mais
que o adversário de hoje e cinco a
menos que o clube do litoral, ao
qual ainda vai pegar no torneio.
O desejo de superar o maior inimigo, porém, não tem preço. E isso em todos os níveis. A rivalidade
está além do gramado e se acentuou na luta pelo melhor patrocínio, pelo melhor contrato de fornecedor de material esportivo,
pela maior fatia da cota de TV e
até pelo tamanho da torcida.
Bastou os corintianos anunciarem que a Samsung pagaria cerca
de R$ 15 milhões por temporada
para os são-paulinos darem o troco com a LG, que continuou a estampar a camisa do clube por cifra semelhante.
Depois, o clube do Morumbi fechou com a Reebok um contrato
que pode lhe render até R$ 21 milhões em três anos. Os rivais, sem
perder tempo, renovaram com a
Nike por quatro anos, sendo R$ 5
milhões anuais só de luvas, e logo
propalaram que tinham feito
acordo mais vantajoso.
Campeões mundiais e da Libertadores, os são-paulinos questionam estudo do Clube dos 13 que
dá vantagem ao Corinthians na
distribuição de cotas de TV do
Brasileiro. Argumentam que, no
ano passado, tiveram mais exposição na mídia do que todos os
outros times de elite do país.
Soou como provocação até,
mas, empolgados com os títulos
de 2005, os cartolas do Morumbi
dizem que em 2013 terão a maior
torcida do país, batendo flamenguistas e corintianos.
No Parque São Jorge, os cartolas
tratam a projeção do adversário
com desdém. Dizem ser impossível ultrapassar o número de torcedores corintianos.
Até quem não tem muita tradição no clássico provoca. "Para
mim, o que vale é passarmos de
fase na Libertadores. Não há diferença entre o São Paulo, o Marília
e o Rio Branco", afirmou o iraniano Kia Joorabchian, presidente da
MSI, que já sofreu nas mãos do rival no ano passado.
Após derrota no Paulista, invadiu o vestiário do Morumbi para
protestar contra o técnico Tite,
demitido no dia seguinte.
"De fato, uma vitória contra o
São Paulo vale os mesmos três
pontos que sobre o Marília. Só
que, quando perdem para o Marília, o técnico não é demitido. Curiosamente, quando perdem para
a gente tem algum tipo de problema. Sempre cai técnico", rebate o
superintendente de futebol são-paulino, Marco Aurélio Cunha,
sobre os 13 treinadores corintianos degolados após tropeços contra a equipe do Morumbi.
"Isso é não ter o que dizer. Se
eles ganharem e comemorarem
como se fosse uma final, é porque
se perdessem a derrota pesaria
bastante", completou.
NA TV - Globo (para SP) e
Record, ao vivo, às 16h
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