São Paulo, quinta-feira, 12 de março de 2009

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JUCA KFOURI

Ronaldo titular e predestinado


Antes de fazer mais um gol com a camisa corintiana, fez a torcida explodir com o anúncio de seu nome


QUEM MORA perto do Pacaembu estranhou. O jogo estava marcado para as 21h50, mas, 15 minutos antes, ouviu-se uma explosão no estádio. Gol do Corinthians? Mas como? O jogo começou mais cedo?
Nada disso. Aconteceu apenas (?!) que o placar eletrônico estampou o nome de Ronaldo como um dos titulares alvinegros na partida diante do São Caetano. E a comemoração foi mesmo como a de um gol.
Ronaldo estava, pela primeira vez, na foto posada do Corinthians. Era cedo, era temerário, já estava mais que na hora? Os 45 minutos tratariam de responder. Mas, no 35º segundo, ele já chutou de fora da área, e o goleiro rebateu, em boa defesa.
Aos 7min, perdeu gol feito, ao receber de André Santos. Fora da área, cada vez que pegava na bola era facilmente desarmado, sob dupla vigilância da zaga e muito isolado, porque Jorge Henrique não encostava nele.
Aos 18min, fez boa tabela para, desta vez, André Santos finalizar. Aos 23min, por pouco, ele não cabeceia para empatar, porque, melhor em campo, o São Caetano vencia desde os 21min. Aos 34min, Ronaldo, na área, devolveu mal para Christian e, em seguida, André Santos empatou, num golaço de fora da área. Ronaldo foi quem buscou a bola no fundo da rede, talvez com pressa, talvez por calcular que só lhe restassem mais dez minutos em campo. Talvez.
Terminada a primeira metade da partida, Ronaldo, que começara de forma promissora, acabou por ter uma atuação discreta, normal. Melhor que Souza, alguém dirá, numa comparação injusta. Para ambos.
Porque para Souza soa como uma autêntica covardia e para Ronaldo como um verdadeiro despropósito. Ronaldo voltou para o segundo tempo, sob chuva, com Dentinho para ser mais um atacante. Aos 5min, em sua primeira participação, também de primeira, de direita, pegou seco na bola molhada o cruzamento de Dentinho e virou o jogo. Pronto!
Ronaldo poderia até ir embora, com 100% de aproveitamento no Paulistinha, dois jogos, dois gols, um de cabeça, outro com o pé. Pé destinado a fazer gols.
Em sua segunda partida no Pacaembu, Ronaldo fazia um pouco mais de história, agora sem derrubar nenhum alambrado, mas fazendo até o que não fez em Presidente Prudente, fazendo chover. Quando já estava há mais que uma hora em campo, bailou na intermediária corintiana e lançou com precisão para Dentinho e para o delírio da Fiel. Em três jogos, já tinha feito mais do que fez Mané Garrincha em sua curta passagem pelo Corinthians, outra comparação indevida, mas feita em sua contratação.
Saiu de campo aos 30min, freneticamente aplaudido por 30 mil fiéis. Certo de que deu mais alguns passos para voltar a ser Fenômeno.

Kirrata
Errar é humano, persistir no erro é burrice, errar numa correção é fruto de caduquice. Rivaldo, é claro, mereceu ser o melhor do mundo em 2002, pelo que fez na Copa da Ásia, jamais na da Alemanha, onde ele nem esteve.

blogdojuca@uol.com.br


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