São Paulo, quinta, 12 de março de 1998

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FUTEBOL
Técnico critica campos franceses e defende local escolhido pela CBF
Zagallo peregrina atrás de estádios, mas volta atrás

MARIANE COMPARATO
de Paris


Após duas reuniões com os executivos de Ozoir-la-Ferrière e do estádio des Trois Sapins, onde deve treinar a seleção brasileira, e uma visita a cinco outros estádios, o técnico da seleção, Mario Zagallo, afirmou que vai continuar com a opção do estádio vizinho ao local da concentração, em Lésigny.
"O campo de base é aquele que já estava programado", disse.
Depois da reunião da manhã, em Ozoir, com o prefeito da cidade, Jacques Loyer, Zagallo dirigiu-se à cidade de Melun, a meia hora dali, para visitar outro estádio. Depois, ainda visitou outros quatro nas proximidades de Lésigny (pronuncia-se "lesinhi", com acentuação tônica na última sílaba).
No final da tarde, os responsáveis pelo estádio de Ozoir, com o diretor de comunicação da prefeitura, François Gaudu, foram a Paris para outra reunião, dessa vez com o secretário-geral da CBF, Marco Antônio Teixeira.
Esta última durou duas horas, e Teixeira não quis fazer nenhum comentário na saída.
"Discutimos apenas os problemas do gramado, logísticos e de segurança. Não temos mais nada a dizer", disse um dos responsáveis pelo estádio.
Zagallo afirmou que não ficou satisfeito com nenhum estádio que visitou. "Não adianta sonhar com um São Januário ou um Morumbi para treinar, que não vamos achar. Nenhum país pode ter 32 selecionados treinando em grandes campos."
Zagallo chamou a atenção para o fato de que ainda era inverno na França e que todos os estádios tinham problemas com a grama.
"Não gostei de nenhum dos gramados, nem daquele do Stade de France", afirmou.
O supervisor da seleção, Américo Faria, afirmou ser difícil adequar as condições ideais de treinamento e acomodação.
"Primeiro escolhemos a concentração, depois o campo de treino. Por fim, vêm a cobertura da imprensa e o público", afirmou.
O estádio de Ozoir, segundo Faria, continua como primeira opção. "Há uma série de mudanças que precisam ser feitas e serão efetuadas". "Eles prometeram que daqui a dois meses e meio o campo ia ficar bom", afirmou Zagallo.
O técnico disse ainda que a vantagem do Trois Sapins era a proximidade com o Château de Grande Romaine, local da concentração. "Pensamos no nosso conforto."
O assessor de imprensa da CBF, Nelson Borges, afirmou que, para ele, o estádio de Ozoir não tem condições.
"A parte da imprensa não dá, não tem espaço para fazer zona mista. Copa é outra coisa."
Zona mista é a área onde os jornalistas podem fazer entrevistas com atletas após treinos e jogos.
Os seis vestiários do estádio ficam em um corredor estreito e as arquibancadas têm espaço para 500 pessoas.



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