São Paulo, sábado, 12 de abril de 2008

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véspera

São Paulo se assume em crise

Cartola diz que mau momento não é culpa da diretoria, que fez sua parte, e que time não se acertou

Dois dias antes de encarar o o Palmeiras, equipe entra em rota de colisão com a diretoria, e Rogério fala que time tem que se superar

PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Na véspera do clássico com o Palmeiras, amanhã, pela semifinal do Paulista, o São Paulo admitiu estar em crise e já fala em reformulação para a seqüência da temporada.
O vice de futebol do clube, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, afirmou, na chegada da delegação ao aerporto de Cumbica, ontem, que a diretoria fez sua parte e atribui a jogadores e comissão técnica o mau futebol nesta temporada.
"Eu não sei onde a diretoria errou ou se errou. A estrutura é a mesma, mas o time é que não se acertou", falou o cartola.
"Essas coisas [limpeza, reformulação] acontecem quando a crise se prenuncia", ameaçou.
Ainda no saguão do aeroporto, os atletas, que iam saindo e ficavam sabendo das declarações do cartola, demonstravam irritação. "Ele é diretor e tem o direito de falar o que quiser. Nós sabemos nossa parcela, mas todos tem que saber a sua", rebateu o zagueiro Miranda.
Artilheiro do time na temporada, o atacante Adriano, principal contratação do clube, negou que a situação seja dramática. "Crise? Que crise? Se o Leco falou isso, é problema dele."
O meia Jorge Wagner também não concorda que o momento seja tão ruim. "Do começo da temporada para agora, apresentamos evolução."
Já o goleiro Rogério concordou com Leco. "O time vive um momento difícil, tem três jogos importantes pela frente, e nós precisamos mostrar que o São Paulo realmente é diferenciado", falou o camisa 1.
As críticas da diretoria ocorrem no dia seguinte à derrota para o Audax Italiano (1 a 0), do Chile, pela Libertadores. O resultado complicou a classificação à próxima fase, que ocorreria com empate anteontem.
"Estamos surpresos com o que aconteceu. Poderíamos ter classificado com um mero empate aqui no Chile, mas perdemos três ou quatro chances nítidas para vencer. Temos que buscar através de uma reflexão elementos para superar esse momento", afirmou Leco.
O técnico Muricy Ramalho, ao final da partida, disse que não poderia lamentar a derrota, pois havia muito tempo não via uma partida tão fraca de sua equipe. Para avançar sem depender de outros resultados, o time terá de vencer o Nacional (COL), dia 23, no Morumbi.
O São Paulo vem de uma campanha na Libertadores que bate o recorde negativo do clube em sua história no torneio. Nunca numa primeira fase a equipe colheu resultados tão ruins atuando no exterior.
Foram três jogos, com dois empates e uma derrota. O time marcou apenas dois gols.
Dos cinco clubes brasileiros que disputam o torneio, só o Santos foi pior, mas o time da Vila Belmiro teve de jogar na altitude da Bolívia e pegou equipes de bom nível, como o Cúcuta (COL) e o Chivas (MEX).
Enquanto isso, os são-paulinos desafiaram dois rivais sem tradição no torneio, o Sportivo Luqueño (PAR) e o Audax (CHI). O clube foi o único, entre os brasileiros, que não precisou jogar em cidades com altitude superior a 2.750 m.


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