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véspera
São Paulo se assume em crise
Cartola diz que mau momento não é culpa da diretoria, que fez sua parte, e que time não se acertou
Dois dias antes de encarar o
o Palmeiras, equipe entra em rota de colisão com a diretoria, e Rogério fala que time tem que se superar
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Na véspera do clássico com o
Palmeiras, amanhã, pela semifinal do Paulista, o São Paulo
admitiu estar em crise e já fala
em reformulação para a seqüência da temporada.
O vice de futebol do clube,
Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, afirmou, na chegada
da delegação ao aerporto de
Cumbica, ontem, que a diretoria fez sua parte e atribui a jogadores e comissão técnica o mau
futebol nesta temporada.
"Eu não sei onde a diretoria
errou ou se errou. A estrutura é
a mesma, mas o time é que não
se acertou", falou o cartola.
"Essas coisas [limpeza, reformulação] acontecem quando a
crise se prenuncia", ameaçou.
Ainda no saguão do aeroporto, os atletas, que iam saindo e
ficavam sabendo das declarações do cartola, demonstravam
irritação. "Ele é diretor e tem o
direito de falar o que quiser.
Nós sabemos nossa parcela,
mas todos tem que saber a sua",
rebateu o zagueiro Miranda.
Artilheiro do time na temporada, o atacante Adriano, principal contratação do clube, negou que a situação seja dramática. "Crise? Que crise? Se o Leco falou isso, é problema dele."
O meia Jorge Wagner também não concorda que o momento seja tão ruim. "Do começo da temporada para agora,
apresentamos evolução."
Já o goleiro Rogério concordou com Leco. "O time vive um
momento difícil, tem três jogos
importantes pela frente, e nós
precisamos mostrar que o São
Paulo realmente é diferenciado", falou o camisa 1.
As críticas da diretoria ocorrem no dia seguinte à derrota
para o Audax Italiano (1 a 0), do
Chile, pela Libertadores. O resultado complicou a classificação à próxima fase, que ocorreria com empate anteontem.
"Estamos surpresos com o
que aconteceu. Poderíamos ter
classificado com um mero empate aqui no Chile, mas perdemos três ou quatro chances nítidas para vencer. Temos que
buscar através de uma reflexão
elementos para superar esse
momento", afirmou Leco.
O técnico Muricy Ramalho,
ao final da partida, disse que
não poderia lamentar a derrota, pois havia muito tempo não
via uma partida tão fraca de sua
equipe. Para avançar sem depender de outros resultados, o
time terá de vencer o Nacional
(COL), dia 23, no Morumbi.
O São Paulo vem de uma
campanha na Libertadores que
bate o recorde negativo do clube em sua história no torneio.
Nunca numa primeira fase a
equipe colheu resultados tão
ruins atuando no exterior.
Foram três jogos, com dois
empates e uma derrota. O time
marcou apenas dois gols.
Dos cinco clubes brasileiros
que disputam o torneio, só o
Santos foi pior, mas o time da
Vila Belmiro teve de jogar na altitude da Bolívia e pegou equipes de bom nível, como o Cúcuta (COL) e o Chivas (MEX).
Enquanto isso, os são-paulinos desafiaram dois rivais sem
tradição no torneio, o Sportivo
Luqueño (PAR) e o Audax
(CHI). O clube foi o único, entre os brasileiros, que não precisou jogar em cidades com altitude superior a 2.750 m.
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