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Após dias de fúria, tocha vive festa na Argentina
"O pior já passou", diz entidade sobre o périplo do fogo olímpico pelo mundo
Maradona não chega a tempo de abrir revezamento da chama, que tem como próxima parada a Tanzânia, que verá desfile amanhã
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
Com um forte esquema de
segurança, a tocha olímpica
passou ontem à tarde por Buenos Aires sem grandes incidentes. Acostumada a lidar com
protestos quase diários, a prefeitura mobilizou 5.700 pessoas, entre policiais, funcionários e voluntários, que garantiram a segurança da chama nos
13,8 quilômetros de percurso.
Para uma partida entre Boca
Juniors e River Plate, principais times do país, são deslocados cerca de 1.500.
O Comitê Olímpico Internacional havia previsto que, depois dos incidentes de Paris e
Londres, que ameaçaram a interrupção do revezamento da
tocha, o pior já havia passado.
"Tratava-se de reassegurar que
tudo está sob controle. E nós
temos confiança", afirmou porta-voz do organismo, após a
reunião de dois dias que decidiu manter o revezamento.
Apesar de grupos pró-Tibete
terem prometido protestos pacíficos, a prefeitura montou um
esquema com várias camadas
de segurança que mantinham
os manifestantes longe da rota.
O único incidente aconteceu
pouco antes do início do revezamento, quando um grupo de
chineses pró-Olimpíada teria
provocado manifestantes do
grupo Free Tibete, da seita Falun Gong, reprimida na China,
e do Movimento da Tocha dos
Direitos Humanos.
Após um estranhamento entre os dois lados, a polícia afastou os chineses do local.
"Eles começaram a nos provocar, querendo que agredíssemos. Pedi ao meu grupo que se
afastasse porque prometi que
faríamos protestos pacíficos",
disse o representante do movimento Free Tibete da Argentina Jorge Carcavallo. O Free Tibete foi um dos responsáveis
por apagar a tocha em Paris.
À Folha o secretário de Esportes de Buenos Aires, Francisco Irarrazával, afirmou que
o conflito entre os dois grupos
foi apenas "um incidente leve".
Durante o percurso, a organização só tomou um susto
quando a tocha foi alvejada por
balões de água. Mas a equipe de
segurança conseguiu interceptá-los antes que atingissem o
alvo. Os ativistas haviam prometido ações-surpresa, mas o
máximo que se viu foram manifestantes com cartazes ao
longo do percurso.
O ex-jogador Maradona, que
era esperado até o último momento, não voltou ao país a
tempo de abrir o revezamento.
Estava no México por "compromissos profissionais". O
percurso foi iniciado pelo iatista Carlos Espínola e encerrado
pela tenista Gabriela Sabatini.
O campeão olímpico de vôlei
de praia Emanuel foi o único
brasileiro a carregar a tocha
entre os 80 atletas que participaram do percurso. Ricardo,
seu parceiro, o acompanharia.
Sua participação, no entanto,
acabou cancelada por medidas
de segurança.
Em compensação, ganhou de
presente do colega a tocha, como homenagem à parceria.
"Não fiquei triste. Estou feliz
só em estar aqui", disse Ricardo
à Folha, enquanto assistia à cerimônia de abertura do evento.
A tocha partiria ontem à noite para a Tanzânia, próxima parada do revezamento.
Com agências internacionais e a Reportagem Local
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