Atletas se poupam e iniciam luta por pódio em Cottbus

CRISTIANO CIPRIANO POMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Jade Barbosa mostrou ontem por que é a terceira ginasta mais completa do mundo hoje. E Daiane dos Santos, por que lidera o ranking mundial de solo. E isso ocorreu com sobras.
Na fase de classificação da etapa da Copa do Mundo em Cottbus (ALE), as ginastas brasileiras abriram mão de exibir séries mais difíceis, mas, mesmo assim, avançaram às finais, que ocorrem hoje e amanhã.
Jade correspondeu à expectativa de principal aposta do técnico da seleção, Oleg Ostapenko, para a Olimpíada de Pequim e se classificou em três aparelhos: salto (segundo lugar, com 14,850), paralelas assimétricas (sexto, com 14,050) e solo (segundo, com 14,350).
Já Daiane conquistou a oitava e última vaga na decisão do solo, com 13,750.
"Os resultados foram bons e ficaram dentro do esperado para início de temporada. A gente amenizou para ver como se comportavam as ginastas. A Daiane, por exemplo, para ver como reagiriam os pés, os joelhos", diz Eliane Martins, supervisora de seleções da Confederação Brasileira de Ginástica.
Para dar uma idéia de como as brasileiras sobraram, Daiane entrou no tablado do Lausitz Arena com apenas a 18ª pior nota de partida entre as 23 competidoras no solo. E avançou à final ao lado de Jade.
Jade, por sua vez, executou saltos cuja maior nota de partida chegou a 15,80. Para a Olimpíada, trabalha saltos de 16,50.
"Elas executaram séries bem simples", resume Eliane.
De acordo com ela, Jade só não se classificou à final da trave -acabou em 13º lugar- porque sofreu uma queda.
E a "sobra" brasileira ganha destaque quando se olha a lista das atletas que atuaram ontem em Cottbus, que contém desde campeã européia, como a romena Sandra Izbaza, até campeão olímpica, como a alemã Oksana Chusovitina.
Além de Daiane e Jade, Ana Cláudia Silva também atuou, fazendo sua estréia no circuito adulto. Obteve o décimo lugar na trave e o 15º nas paralelas.
A partir de hoje, quando começam as finais, com disputa de medalhas no salto e nas paralelas, Jade e Daiane devem dificultar mais a série na luta para acabar com jejum de ouros do país na Copa, que dura desde dezembro de 2006.