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Nem com "apitaço" Prudente segura rival
De virada, Santo André quebra série invicta de oponente e amplia vantagem
Prudente 1
Santo André 2
RENAN CACIOLI
ENVIADO ESPECIAL A PRESIDENTE
PRUDENTE
Quando Diego marcou o gol
do Grêmio Prudente, corintianos, "Ronaldinhos" e até são-
-paulinos e santistas, rivais até
meia hora antes do jogo contra
o Santo André começar, abraçaram-se e vibraram.
Descamisada, a torcida do time da casa teve de se manifestar de forma diferente para
apoiar a equipe: o apitaço.
Desde que o clube trocou Barueri por Prudente, há cerca de
três meses, poucas camisas de
um primeiro lote foram vendidas já com o escudo novo.
Por isso, em meio à maioria
de torcedores vestidos "à paisana", destacavam-se camisas da
seleção brasileira, dos quatro
grandes clubes do Estado, do
ex-Grêmio Barueri e até uma
do selecionado mexicano.
Muitos santistas duplicaram
a programação futebolística e,
após acompanharem o time bater o São Paulo na outra semifinal pela TV, foram para o estádio Eduardo José Farah.
Caracterizada, só a recém-
-criada organizada "Ultras Prudentino", idealizada por um
grupo de estudantes. Uniformizados com camisas nas cores
branca e azul, fizeram barulho
atrás do gol. Gritos de "Grêmio"
só eram interrompidos pelo
som dos apitos que o clube distribuiu aos presentes e pela
banda que animava o público.
A festa camaleônica do povo
prudentino não durou muito.
Em campo, o Santo André
dominou a maior parte do confronto, mesmo com o gol sofrido aos 42min da etapa inicial.
No segundo tempo, os anfitriões mal conseguiram criar
uma jogada que levasse perigo.
As melhores chances nasciam
na bola parada com Marcos Assunção, como ocorreu no gol.
A banda e os "Ultras" silenciaram logo aos 5min, quando
Branquinho recebeu na área e
chutou cruzado para empatar.
Após Carlinhos acertar o travessão do goleiro Márcio, aos
11min, o gol da virada saiu dois
minutos mais tarde, com Rodriguinho, que fez o 14º gol no
campeonato -tem um a menos
que Ricardo Bueno, do Oeste.
A partir daí, os sons mais ouvidos no Prudentão, como é conhecido o estádio, foram contra o adversário andreense. "Pisa na garganta dele!", berrou
um torcedor visivelmente embriagado, irritado com a finta
que o meia Bruno César acabara de aplicar em João Vítor.
Aos 36min, a banda voltou a
tocar para animar os 10.919 pagantes. Os apitos, antes ensurdecedores, agora pipocavam timidamente -o prefeito Milton
Carlos de Mello (PTB) até bateu boca com torcedor que protestou contra o "apitaço".
O Santo André fora justamente o último time a derrotar
o Prudente, em 21 de fevereiro
(3 a 1). Desde então, o ex-Barueri obtivera um empate e oito
vitórias. No domingo, o clube
do ABC jogará em casa podendo perder até por um gol. E sem
nenhum apito para atrapalhar.
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