São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2010 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
JUCA KFOURI Santos, 18 vezes campeão paulista
QUANDO, por exagero da arbitragem, Marlos foi expulso de campo, a história do Paulistinha-2010 estava acabada. E com o campeão que merece. Ainda faltavam 12 minutos para terminar o primeiro tempo, e o Santos já vencia desde os 25min, quando Júnior César iniciou e finalizou a jogada que contou com as participações de Robinho, que roubou a bola do são-paulino, de Neymar, que passou com carinho para Léo, e deste, que cruzou para lateral tricolor fazer o gol contra. Robinho, diga-se, cumpria bem seu papel de comandante, coadjuvado por Arouca e Marquinhos, função que não desempenhou no segundo tempo. Mas a decepção era com Paulo Henrique Ganso, nervoso a ponto de carambolar nas próprias pernas um calcanhar que tentou dar nem bem a partida começara, embora, no segundo tempo, tenha deixado Zé Eduardo embaixo do travessão para perder o terceiro gol. Só que, quando Marlos saiu de campo, foi impossível não imaginar, a exemplo de outros jogos em que o Santos ficou com 11 contra 10, uma nova goleada. Ainda mais depois que André fez, em seguida, 2 a 0, numa enfiada de bola maravilhosa de Neymar. O São Paulo que começara muito bem o clássico, marcando o Santos palmo e palmo para que ninguém pudesse criar demais, parecia batido, cabisbaixo, conformado. E nem bem o segundo tempo começou Robinho teve o gol que definiria tudo e anunciaria a goleada. Mas a bola, novamente brilhantemente passada por Neymar, bateu na rede pelo lado de fora. Então, veio a bela jogada e o lindo gol de Hernanes, que jogava por dois. E tudo mudou. A garotada do Santos se viu diante de seu maior teste: mais de 30 mil vozes tricolores empurravam o São Paulo para o empate que viria pela cabeça de Dagoberto. Algo que soava se não como uma sentença de morte, ao menos como séria advertência a quem imagina ganhar partidas antes que estas terminem, como já havia acontecido, na Vila Belmiro, contra o Corinthians e contra o Palmeiras. Se Ricardo Gomes acertava de seu lado com as entradas de Cicinho, de Fernandinho e de Marcelinho Paraíba em busca de uma vitória que seria heroica e parecia desenhada, Dorival Júnior respondeu com maestria e frieza. E também fez três substituições certeiras. A ponto de Madson ter sido fortemente responsável por um quase terceiro gol e pelo terceiro gol propriamente dito (a culpa, na verdade, foi de Rogério Ceni), ao botar na cabeça de Dutra a vitória que vale o título, o 18º do Santos que completará 98 anos nesta quarta-feira. Sim, porque o São Paulo deverá ir com mil cuidados ao jogo do domingo que vem, já que terá o Once Caldas pela frente três dias depois e provavelmente preferirá evitar o desgaste de ter de buscar uma vitória por dois gols na casa do rival. Para quem dizia que os meninos não tinham ganhado nada, e nem poderiam pois ainda não tinham disputado nenhum título, eis aí o primeiro, mais que esboçado. Porque, se não deu para o São Paulo, não dará também nem para o Ramalhão ou o para Prudente. blogdojuca@uol.com.br Texto Anterior: Superliga feminina volta ao marasmo Próximo Texto: C13 faz sua eleição mais importante Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |