Mickelson vence e emociona Augusta ao lado da mulher, que enfrenta câncer mulher, Amy, que luta contra o câncer

No último dia, o contraste da trajetória do vencedor do Masters com a do maior ídolo do golfe fica evidente apesar do apoio dos torcedores

DA REPORTAGEM LOCAL

O Masters de Augusta contou este ano duas histórias contrastantes, recheadas de drama.
Foi palco da volta do americano Tiger Woods, número um do golfe mundial, ídolo que terminou em uma modesta quarta posição seu primeiro torneio desde que protagonizou um rumoroso escândalo sexual.
Finalizada sua participação, ao olhar para o lado, não viu sua mulher, Elin, tampouco os filhos. Tiger, 34, ainda tenta uma reaproximação com a família.
Quem estava no campo era a mulher de Phil Mickelson, 39, Amy, que no ano passado ouviu do médico que tem câncer de mama. Trágica coincidência, a mãe de Phil recebeu, também em 2009, mesmo diagnóstico.
Com lágrimas nos olhos, Phil festejou, ainda no campo de golfe, ontem, o título de Augusta com a mulher e os três filhos. Seu primeiro título desde que recebeu as péssimas notícias.
""Tenho muito orgulho de minha mulher, pelo que ela vem passando, pela sua luta. Foi um ano muito difícil. Terminar por cima nesta competição é emocionante", comemorou. ""É incrível, é muito emocionante."
Um final de Masters irônico se levado em conta que Tiger, neste momento, está longe da própria família. No Natal, não pôde ver os filhos. Desde então, tenta preservá-los da curiosidade pública e dos paparazzi.
Em pronunciamento, em fevereiro, exibido ao vivo por canais de esporte e de fofocas, Tiger tentou uma expiação. Revelou que se submete a tratamento, sem divulgar detalhes.
Toda a polêmica em torno do caso atraiu o interesse do público, que chegou a comprar ingressos quase 1.000% mais caros no mercado paralelo para acompanhar a volta do ídolo.
Outro contraste. Organizadores do Masters, antes do tradicional torneio, fizeram pesadas críticas ao golfista, dizendo que ele decepcionou os fãs.
Tiger, que, apesar de alguns lampejos de craque, não conseguiu manter a regularidade, explicou ontem que agora vai tirar alguns dias de folga, avaliar a carreira e que não decidiu qual será seu próximo torneio.
Disse estar insatisfeito com a própria atuação. ""Entrei para vencer, mas não fiz o suficiente", resumiu ele, que, por conta da publicidade dada a seus problemas pessoais, perdeu o patrocínio de AT&T e Accenture.
Os três patrocinadores que restaram, Gillette, Electronic Arts e Nike, haviam cobrado, ainda que de forma velada, em fevereiro, a volta de seu garoto- -propaganda às competições.
Tiger tentava ser o primeiro a iniciar uma temporada vencendo o Masters desde o compatriota Ben Hogan, em 1953.