PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

"Esse é o nosso plano A. O Brasileiro agora é o plano B." Com essa frase, o técnico Jair Picerni dá a dimensão da importância da Copa do Brasil para o Palmeiras, que hoje faz o jogo de ida com o Santo André, pelas quartas-de-final do torneio, às 21h45, no estádio Bruno José Daniel, no ABC paulista.
E motivos não faltam para que a equipe do Parque Antarctica, cujo discurso no início do ano era dar mais importância ao Campeonato Paulista do que às primeiras fases do torneio mata-mata, passe a encarar a Copa do Brasil assim.
O goleiro Marcos explica o principal deles: "Na Copa do Brasil, a gente tem seis partidas para voltar à Libertadores. No Brasileiro, ainda faltam 41 rodadas".
O fato de vislumbrar a possibilidade de voltar a jogar o principal campeonato de clubes do continente já mexe com os jogadores palmeirenses, a ponto de apostarem o primeiro semestre da equipe e até mesmo condicionarem uma boa campanha no Nacional ao êxito na Copa do Brasil.
"Uma vaga para o torneio dá uma tranqüilidade maior para podermos disputar o restante do Brasileiro", afirma o volante Magrão. "Já joguei vários torneios, mas nada se compara à Libertadores que disputei em 2001", relembra o jogador.
"Antes de pensar em sair do Brasil eu quero jogar uma Libertadores", diz Diego Souza, que mais uma vez substituirá Pedrinho -o meia continua com as dores na coxa esquerda que já o haviam tirado do jogo contra a Ponte Preta, no último sábado.
Outro fator para que o torneio seja priorizado é o caminho que o Palmeiras tem pela frente. Até a final, a equipe não tem nenhum adversário que esteja na elite do futebol. Além do Santo André, que disputa a Série B do Nacional, Palmas-TO e 15 de Novembro-RS, ambos da terceira divisão, são seus potenciais rivais numa semifinal. "Mas já houve confrontos em que o Palmeiras era favorito e não venceu", pondera Marcos.
"Se fosse considerar só tradição, teríamos passado pelo Paulista [de Jundiaí, na semifinal do Estadual]", justifica Picerni.