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Fim da Unisul vira jogo de empurra
CBV diz estar tranquila após ouvir que mais um dos times da Superliga anuncia que fecha as portas
Universidade atira contra TV e alega ter ficado impossível bancar time após saída de patrocinador, que diz não ser sua culpa final de time
EDUARDO OHATA
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Superliga masculina de vôlei viu ontem mais uma de suas
equipes anunciar que fecha as
portas. Agora foi a vez de a Unisul abandonar as quadras.
A razão que provocou o fim
do time após dez anos de competições se transformou em um
jogo de empurra. A Universidade do Sul de Santa Catarina cita
a falta de apoio da mídia e a saída da Tigre, empresa que bancava financeiramente a equipe.
Por sua vez, a fabricante de
tubos e conexões alega que definiu o encerramento da parceria após a decisão da Unisul de
descontinuar o time de vôlei.
O contrato da Tigre só seria
encerrado em março de 2010.
A Folha apurou que o custo
mensal para a manutenção da
equipe masculina da Unisul,
uma dos mais caras do país, girava em torno de R$ 350 mil.
Segundo Laudelino José Sardá, diretor de comunicação da
Unisul, a situação ficou insustentável após a saída da Tigre.
""A prioridade da Unisul é o
ensino, a pesquisa e os projetos
sociais", justificou Sardá.
Apesar de ter cortado o projeto de vôlei, a universidade segue com time que disputa a Liga Futsal, principal torneio de
clubes da modalidade no país.
Neste ano, o time, que manda seus jogos em Tubarão (interior de SC), ocupa a 12ª posição entre as 19 equipes.
A universidade mantém ainda um centro de saúde no mesmo município, que atende a 27
mil pessoas anualmente. O custo de seus projetos sociais atinge R$ 30 milhões ao ano.
A Unisul apontou também
que outra razão para desistir
do time foi o fato de a TV Globo
ignorar o nome da instituição
nas transmissões dos jogos.
A universidade sugeriu à
Confederação Brasileira de Vôlei que ""condicione à emissora
que transmita as partidas a exigência de mencionar os nomes
verdadeiros das equipes".
A TV Globo argumenta que
""os critérios que orientam suas
decisões, de citar e exibir marcas, atendem à finalidade de
ajudar o público a reconhecer a
fronteira entre editorial e comercial" e ""que o sustento da
TV aberta deve advir da comercialização de intervalos e de
outros formatos comerciais".
E questiona a importância da
exposição das marcas no fim
dos times. ""É curioso que, justamente no momento em que o
mundo atravessa crise, empresas aleguem que encerrarão
projetos esportivos porque
suas marcas não são citadas,
mesmo tratamento que receberam por anos ou décadas."
Fora Unisul e Ulbra, que já
assinou contrato com São Caetano e terá sobrevida de só
mais um ano, outras equipes da
elite do vôlei enfrentaram dificuldades financeiras com crise
econômica internacional.
Foi o caso do Bento Gonçalves, que perdeu o patrocínio,
do time feminino do Banespa,
que teve problemas financeiros, e do Osasco, que quase fechou após a saída do Finasa.
A CBV informou não ter sido
informada oficialmente sobre
o fim da equipe até ontem.
Mas, segundo a assessoria,
""se o fato se confirmar, o presidente [da CBV] Ary Graça demonstra tranquilidade quanto
à manutenção da equipe, assim
como ocorreu com o Osasco".
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