São Paulo, terça-feira, 12 de maio de 2009

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Fim da Unisul vira jogo de empurra

CBV diz estar tranquila após ouvir que mais um dos times da Superliga anuncia que fecha as portas

Universidade atira contra TV e alega ter ficado impossível bancar time após saída de patrocinador, que diz não ser sua culpa final de time


EDUARDO OHATA
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Superliga masculina de vôlei viu ontem mais uma de suas equipes anunciar que fecha as portas. Agora foi a vez de a Unisul abandonar as quadras.
A razão que provocou o fim do time após dez anos de competições se transformou em um jogo de empurra. A Universidade do Sul de Santa Catarina cita a falta de apoio da mídia e a saída da Tigre, empresa que bancava financeiramente a equipe.
Por sua vez, a fabricante de tubos e conexões alega que definiu o encerramento da parceria após a decisão da Unisul de descontinuar o time de vôlei.
O contrato da Tigre só seria encerrado em março de 2010.
A Folha apurou que o custo mensal para a manutenção da equipe masculina da Unisul, uma dos mais caras do país, girava em torno de R$ 350 mil.
Segundo Laudelino José Sardá, diretor de comunicação da Unisul, a situação ficou insustentável após a saída da Tigre.
""A prioridade da Unisul é o ensino, a pesquisa e os projetos sociais", justificou Sardá.
Apesar de ter cortado o projeto de vôlei, a universidade segue com time que disputa a Liga Futsal, principal torneio de clubes da modalidade no país.
Neste ano, o time, que manda seus jogos em Tubarão (interior de SC), ocupa a 12ª posição entre as 19 equipes.
A universidade mantém ainda um centro de saúde no mesmo município, que atende a 27 mil pessoas anualmente. O custo de seus projetos sociais atinge R$ 30 milhões ao ano.
A Unisul apontou também que outra razão para desistir do time foi o fato de a TV Globo ignorar o nome da instituição nas transmissões dos jogos.
A universidade sugeriu à Confederação Brasileira de Vôlei que ""condicione à emissora que transmita as partidas a exigência de mencionar os nomes verdadeiros das equipes".
A TV Globo argumenta que ""os critérios que orientam suas decisões, de citar e exibir marcas, atendem à finalidade de ajudar o público a reconhecer a fronteira entre editorial e comercial" e ""que o sustento da TV aberta deve advir da comercialização de intervalos e de outros formatos comerciais".
E questiona a importância da exposição das marcas no fim dos times. ""É curioso que, justamente no momento em que o mundo atravessa crise, empresas aleguem que encerrarão projetos esportivos porque suas marcas não são citadas, mesmo tratamento que receberam por anos ou décadas."
Fora Unisul e Ulbra, que já assinou contrato com São Caetano e terá sobrevida de só mais um ano, outras equipes da elite do vôlei enfrentaram dificuldades financeiras com crise econômica internacional.
Foi o caso do Bento Gonçalves, que perdeu o patrocínio, do time feminino do Banespa, que teve problemas financeiros, e do Osasco, que quase fechou após a saída do Finasa.
A CBV informou não ter sido informada oficialmente sobre o fim da equipe até ontem.
Mas, segundo a assessoria, ""se o fato se confirmar, o presidente [da CBV] Ary Graça demonstra tranquilidade quanto à manutenção da equipe, assim como ocorreu com o Osasco".


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