MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Para assumir efetivamente o São Paulo, Roberto Rojas vai ganhar um quinto do que o demitido Oswaldo de Oliveira recebia.
A Folha apurou que o salário do chileno será de R$ 28 mil por mês (não declarados) -informação que depois foi confirmada pela diretoria do clube. Oliveira segue recebendo, até o final deste mês, por causa de uma cláusula contratual, os R$ 140 mil que levava antes de sua demissão.
Apesar do aumento significativo (antes recebia cerca de R$ 10 mil), Rojas terá um salário menor que o da maioria dos jogadores do clube -Ricardinho, por exemplo, ganha R$ 160 mil (fora luvas). Inferior também aos rendimentos de outros antecessores no cargo: Nelsinho Baptista (temporadas 2001 e 2002) recebia R$ 90 mil; Osvaldo Alvarez (2001), R$ 50 mil, e Levir Culpi (2000), R$ 160 mil.
O corte na folha de pagamento do clube foi festejado pelo presidente Marcelo Portugal Gouvêa.
"Tenho falado que a realidade do futebol brasileiro é outra e que os contratos precisam ser adaptados. Temos feito isso. Negociamos com alguns técnicos, mas estou feliz de ter mantido as nossas condições. Conversamos então com o Rojas. O que mais me chamou atenção é que falamos de tudo, e o salário não foi colocado em primeiro plano por ele", afirmou o presidente são-paulino.
Rojas não quis comentar o aumento salarial que recebeu. Apenas agradeceu pela confiança nele depositada pela diretoria. Confiança que foi representada no papel pela garantia de que o chileno voltará a ocupar o cargo de treinador de goleiros do São Paulo quando deixar o posto de técnico.
"A responsabilidade que vou ter agora é a mesma que assumi quando o Oswaldo foi demitido e me pediram para ser técnico interinamente. A pressão também será a mesma. Mas é mais tranquilo saber que tenho trabalho assegurado depois de 31 de dezembro [validade de seu contrato como técnico]", afirmou o treinador.
Os jogadores receberam a notícia da efetivação de Rojas ontem. O presidente e o diretor de futebol, Juvenal Juvêncio, anteciparam a apresentação para o treino para se reunirem com os atletas.
"Falamos da situação do futebol, da dificuldade de assinar com um técnico e da confiança que temos no Rojas, cujo trabalho tem nos agradado muito. Falei, inclusive, que gostei muito mais do time na derrota para o Santos do que no empate com o Bahia. No primeiro jogo, tivemos atitude, atitude que o Rojas está dando ao time", disse o diretor de futebol.
Para que o contrato de Rojas seja prorrogado, ele vai ter que classificar o time para a Libertadores do ano que vem, competição que o São Paulo não disputa desde 1994. Os três primeiros do Nacional-2003 conquistam uma vaga.
O ex-goleiro entendeu o recado e ontem afirmou repetidas vezes que seu único objetivo, até 31 de dezembro, é colocar a equipe de volta no torneio continental. "Pelo menos em terceiro no Brasileiro vamos chegar. O grupo tem qualidade para isso."


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