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Conquista do hexa não é obrigação, diz Parreira
Técnico diz que missão do Brasil é dar o melhor e fazer boa Copa, não ganhar
Treinador compara peso nos ombros dos jogadores ao de 1994 e afirma que, se repetir erros de treino, seleção não vai passar da primeira fase
DOS ENVIADOS A KÖNIGSTEIN
Dois dias antes da estréia da
seleção brasileira no Mundial,
o técnico Carlos Alberto Parreira disse ontem que seus comandados não têm a obrigação
de ganhar a Copa do Mundo.
Amanhã, a equipe abre sua participação no torneio contra a
Croácia, em Berlim.
Atual campeão mundial, da
Copa América e da Copa das
Confederações, o time que contará com Ronaldo, artilheiro da
última Copa, Ronaldinho, eleito melhor do mundo pela Fifa
nas duas últimas temporadas, e
companhia é apontado como
favorito absoluto ao título deste ano. Líder do ranking da Fifa
há mais de quatro anos, a seleção está em primeiro lugar na
bolsa de aposta de Londres.
"Temos a obrigação de fazer
uma boa Copa e de dar o melhor, mas não de ganhar", afirmou Parreira, antes de comandar o último treino da seleção
em Königstein. Ontem, o time
embarcou para Berlim.
O treinador chegou a afirmar
que ""o peso atual nos ombros
dos jogadores" é o mesmo de
antes da disputa do Mundial de
1994, quando a seleção, também comandada por Parreira,
conquistou o título, quebrando
um jejum de 24 anos.
"Cada um de nós, como equipe, tem que fazer o melhor para
chegar à final e ganhar a Copa,
mas não temos a obrigação de
ganhar o título. A responsabilidade pesa do mesmo jeito do
que em 94, mas a forma é diferente", disse o treinador.
Anteontem, a seleção fracassou no treino. No último coletivo para a partida diante dos
croatas, os titulares perderam
para os reservas por 3 a 0.
Embora tenha declarado que
não se importou com o resultado do treinamento, Parreira
disse que o time será eliminado
na primeira fase da competição
caso cometa as falhas ocorridas
nas atividades de anteontem. A
equipe cometeu uma série de
falhas de marcação.
"Se repetirmos nos jogos alguns erros que ocorreram [no
treino], não passamos nem da
primeira fase. Mas isto não vai
acontecer", afirmou Parreira,
que disputará o seu quinto
Mundial como técnico. Além
de comandar a seleção brasileira em 1994, ele trabalhou no
Kuait, em 1982, nos Emirados
Árabes, em 1990, e na Arábia
Saudita, em 1998.
Depois de assistir aos jogos
dos dois primeiros dias da Copa, o treinador disse que a Alemanha foi a seleção que o mais
impressionou até agora.
"Eles mostraram um time
bem postado, com muita força.
Além disto, conseguiram se impor desde o início do jogo. Não
posso dizer que a Alemanha é a
melhor seleção, mas deixou a
melhor impressão até agora",
afirmou Parreira, que já havia
apontado os alemães como favoritos ao título. Os donos da
casa estrearam vencendo a
Costa Rica por 4 a 2.
Para o treinador brasileiro, o
Mundial da Alemanha "será a
Copa da saúde".
"A Alemanha, o Equador
[venceu a Polônia por 2 a 0] e a
Inglaterra [derrotou o Paraguai
por 1 a 0] mostraram que a condição física será fundamental
neste Mundial. A intensidade e
a velocidade de jogo e de marcação me chamaram muito a
atenção", afirmou Parreira.
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