São Paulo, segunda-feira, 12 de junho de 2006 |
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Clóvis Rossi Robben, o caixa 2
SEGUINDO AS pegadas
do PT, comecei a fazer caixa 2 na Copa.
Ou, para ser preciso, caixa 2
de jogador-sensação.
A lista do caixa 1 eu já tinha levado na cue... Ops, na
mala. Começa, óbvio, com
Ronaldinho, o preferido de
101 de cada 100 jornalistas
que cobrem a Copa. E inclui Kaká, Robinho, Ronaldo e o argentino Lionel
Messi, que só nasceu na Argentina, mas foi devidamente amamentado no
Camp Nou, a catedral
"blau-grana" (azul e grená
do Barcelona).
Mas digamos que Ronaldinho seja, na Copa, tão
discreto quanto o foi na final da Copa dos Campeões
da Europa, contra o Arsenal. Digamos que Ronaldo
esteja mesmo gordo. E que
Robinho e Messi continuem na reserva ou joguem tempo insuficiente
para brilharem.
Digamos, por fim, que a
religiosidade de Kaká seja
severamente afetada pelo
desfile de loiras cada vez
mais despidas, agora que o
verão sentou praça de uma
vez na Alemanha.
É preciso recorrer a um
"jogador não-contabilizado". O meu chama-se, por
enquanto, Arjen Robben, o
jovem (22 anos) atacante
da Holanda e do Chelsea.
Foi o único, até agora, a
realmente destacar-se
muito claramente do lote
de gente em campo, na partida contra Sérvia e Montenegro. Nem incluo o gol, o
único da partida, porque o
mérito maior foi de quem
fez o passe (Van Persie).
Robben só não brilhou
mais porque a Holanda
ainda é um time em formação e sua defesa, ao menos
ontem, foi condescendente, com o que a bola demorava muito tempo para voltar ao ataque, o território
de caça de Robben.
Só não o promovo já a
caixa 1 porque lhe falta
(não só ontem mas em partidas anteriores que vi do
Chelsea) o acabamento final, o fecho na sinfonia de
dribles, aquele que mata o
último zagueiro e o deixa
(ou a um companheiro) na
cara do gol.
Exatamente a arte que
Ronaldinho executa como
ninguém ou, para voltar à
história da própria Holanda, Johann Cruyff o fazia.
Se aprender nesta Copa
do Mundo, Robben passa a
ser um belo caixa 1.
Com os jogos de ontem,
já estrearam 16 dos 32 times. Ganharam todos os
que deveriam ganhar, menos a Suécia, que cansou de
perder gols que até eu faria.
Feitas as contas, o Brasil é
mais favorito do que era
antes da partida inaugural.
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