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Corintiano é baleado antes de final em Recife
Torcedor discute com supostos seguidores do Sport em bar e recebe tiro de raspão nas costas em dia marcado pela tensão na cidade
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
A tensão que antecedeu a
partida de ontem entre Sport e
Corinthians, que seria realizada depois do fechamento desta
edição, fez uma vítima ainda na
madrugada. Um torcedor corintiano de 21 anos foi baleado
nas costas após ter discutido
com supostos torcedores da
equipe pernambucana.
O tiro atingiu Éder Parafatti
de raspão. O torcedor, que é de
Osasco (Grande SP), recebeu
alta pouco após ser atendido.
Ele contou à polícia que chegou a Recife de avião, por volta
das 4h de ontem. Foi com um
amigo para um bar no bairro da
Imbiribeira, vizinho ao aeroporto. Disse que vestia uma camisa do Corinthians e que foi
provocado por três torcedores.
"Um deles puxou um revólver e atirou. Se não tivesse me
jogado no chão, estaria morto",
disse o torcedor, que teve as
despesas do hospital, cerca de
R$ 600, pagas pelo Corinthians. O atirador teria fugido
com os amigos em um carro
não-identificado.
O dia em Recife ainda reservou mais confusões. Um grupo
de cerca de 200 corintianos foi
ao estádio da Ilha do Retiro, por
volta das 10h, para protestar
pelo fim dos ingressos.
Eles reclamavam que o Sport
só havia disponibilizado 950 bilhetes para a torcida corintiana,
enquanto o Estatuto do Torcedor prevê reserva de 10% da capacidade do estádio, ou 3.500
lugares. A Polícia Militar interveio para dispersar o grupo.
"A responsabilidade sobre
qualquer incidente é total do
presidente do Sport [Milton Bivar]. Foi uma conduta de criança", protestou o vice-presidente de futebol do Corinthians,
Mário Gobbi Filho.
Os dirigentes do Sport rebateram. Disseram que o Corinthians só ofereceu mil ingressos aos pernambucanos no jogo
de ida, em São Paulo. Pela mesma regra do Estatuto do Torcedor, deveriam ter sido disponibilizados 6.000 bilhetes.
À tarde, enquanto os dirigentes não se entendiam, cerca de
300 torcedores da Gaviões da
Fiel interditaram a avenida Boa
Viagem, uma das mais movimentadas de Recife, em frente
ao hotel da delegação do Corinthians. Pediam mais entradas.
A PM foi acionada para desobstruir a via. O confronto parecia iminente quando chegou
a notícia de que o governador
Eduardo Campos (PSB-PE) tinha intervindo na situação, fazendo com que o Sport liberasse mais 500 bilhetes.
"O governador intercedeu
perante a organização do Sport
e conseguiu mais esses 500 ingressos", disse o tenente Bonifácio, que comandava a operação.
(MARCO BAHE)
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