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JUCA KFOURI
Palmas para os campeões
Quem merece os aplausos
da torcida e da crítica pela conquista da Copa do
Brasil de 2008? Você decide
PENSEMOS JUNTOS.
Escrevo antes da decisão da
Copa do Brasil. Você já sabe
quem é o campeão.
De quem é o mérito?
Dos cartolas que não foram capazes nem de vender ingressos como
manda o figurino em São Paulo e no
Recife e botaram lenha na fogueira
para transformar uma decisão no
futebol em clima de guerra?
Dos cartolas que usam muito mais
os clubes para se locupletar do que
trabalham para eles?
Ser campeão, afinal, é sinal de
competência? É o suficiente?
Ora, ora, se é, viva Alberto Dualib,
hoje em vias de ser expulso do Corinthians. Viva a dupla Havelange/
Teixeira! Porque o se dar bem está
longe de ser sinal de competência,
decência, principalmente no paraíso da impunidade chamado Brasil.
São raros os que acabam como PC
Farias, porque a regra é ver a malandragem premiada.
Os méritos de um título inédito
para o Sport só devem ser creditados
ao grupo de sobreviventes, Nelsinho
Baptista incluído, que conseguiu
uma façanha que provavelmente
nem sonhava conseguir quando a
Copa do Brasil começou.
E a terá conseguido com todos os
méritos, depois de atropelar os papões que atropelaram.
Um time rodado, capaz de se aproveitar, também, de outro descalabro
nacional, o péssimo gramado de seu
estádio. Algo impensável no século
21, mas que continua a acontecer pelo país afora, sob o silêncio sempre
cúmplice da CBF, que, aliás, não é
capaz nem de incluir nossos representantes da Libertadores na Copa
do Brasil.
Já as loas para o tri corintiano devem ser todas para seus jogadores e
técnico, capazes do milagre de uma
volta por cima autêntica, porque
muito mais rápida do que se poderia
imaginar.
Voltar à primeira divisão não será
nenhuma volta por cima, porque "é
só obrigação", como continua a ser.
Além, muito além da obrigação, é
ganhar esta Copa do Brasil, garantir
o lugar na Libertadores, um dos prêmios mais cobiçados da Série A.
Lembremos que ganhar a Copa do
Brasil até o Paulista e o Santo André
ganharam, o que reforça a tese de
que o título não é, necessariamente,
sinal de boa gestão. Mas, é claro, voltar da Ilha do Retiro com a taça terá
para os corintianos outro significado, capaz até de levá-lo a estabelecer
metas malucas na Segundona, como
ganhá-la de maneira invicta, por
exemplo, apesar de nem ser preciso.
Mais que isso, fará da Série B uma
festa, não mais uma humilhação.
Aos campeões, ou aos tricampeões, parabéns!
1958 é o ano
Quem for ver "1958, o Ano em
que o Mundo Descobriu o Brasil",
magistralmente conduzido pelo diretor José Carlos Asbeg, verá documentário que não deixa dúvidas: a
conquista da Copa na Suécia está
para a vida brasileira assim como a
vitória da Alemanha na Copa de
1954 está para a vida dos germânicos. E verá deliciosos 85 minutos
de bom cinema, bom jornalismo,
com ótimos e muito bem editados
depoimentos de protagonistas nacionais e estrangeiros da epopéia
que celebra seu cinqüentenário.
Faltou o de Pelé. Azar dele.
Mané Garrincha ganha o filme.
blogdojuca@uol.com.br
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