São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2008

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JUCA KFOURI

Palmas para os campeões

Quem merece os aplausos da torcida e da crítica pela conquista da Copa do Brasil de 2008? Você decide

PENSEMOS JUNTOS.
Escrevo antes da decisão da Copa do Brasil. Você já sabe quem é o campeão.
De quem é o mérito?
Dos cartolas que não foram capazes nem de vender ingressos como manda o figurino em São Paulo e no Recife e botaram lenha na fogueira para transformar uma decisão no futebol em clima de guerra?
Dos cartolas que usam muito mais os clubes para se locupletar do que trabalham para eles?
Ser campeão, afinal, é sinal de competência? É o suficiente?
Ora, ora, se é, viva Alberto Dualib, hoje em vias de ser expulso do Corinthians. Viva a dupla Havelange/ Teixeira! Porque o se dar bem está longe de ser sinal de competência, decência, principalmente no paraíso da impunidade chamado Brasil.
São raros os que acabam como PC Farias, porque a regra é ver a malandragem premiada.
Os méritos de um título inédito para o Sport só devem ser creditados ao grupo de sobreviventes, Nelsinho Baptista incluído, que conseguiu uma façanha que provavelmente nem sonhava conseguir quando a Copa do Brasil começou.
E a terá conseguido com todos os méritos, depois de atropelar os papões que atropelaram. Um time rodado, capaz de se aproveitar, também, de outro descalabro nacional, o péssimo gramado de seu estádio. Algo impensável no século 21, mas que continua a acontecer pelo país afora, sob o silêncio sempre cúmplice da CBF, que, aliás, não é capaz nem de incluir nossos representantes da Libertadores na Copa do Brasil.
Já as loas para o tri corintiano devem ser todas para seus jogadores e técnico, capazes do milagre de uma volta por cima autêntica, porque muito mais rápida do que se poderia imaginar.
Voltar à primeira divisão não será nenhuma volta por cima, porque "é só obrigação", como continua a ser.
Além, muito além da obrigação, é ganhar esta Copa do Brasil, garantir o lugar na Libertadores, um dos prêmios mais cobiçados da Série A.
Lembremos que ganhar a Copa do Brasil até o Paulista e o Santo André ganharam, o que reforça a tese de que o título não é, necessariamente, sinal de boa gestão. Mas, é claro, voltar da Ilha do Retiro com a taça terá para os corintianos outro significado, capaz até de levá-lo a estabelecer metas malucas na Segundona, como ganhá-la de maneira invicta, por exemplo, apesar de nem ser preciso.
Mais que isso, fará da Série B uma festa, não mais uma humilhação. Aos campeões, ou aos tricampeões, parabéns!

1958 é o ano
Quem for ver "1958, o Ano em que o Mundo Descobriu o Brasil", magistralmente conduzido pelo diretor José Carlos Asbeg, verá documentário que não deixa dúvidas: a conquista da Copa na Suécia está para a vida brasileira assim como a vitória da Alemanha na Copa de 1954 está para a vida dos germânicos. E verá deliciosos 85 minutos de bom cinema, bom jornalismo, com ótimos e muito bem editados depoimentos de protagonistas nacionais e estrangeiros da epopéia que celebra seu cinqüentenário. Faltou o de Pelé. Azar dele. Mané Garrincha ganha o filme.


blogdojuca@uol.com.br

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